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20/03/2002
-
20h43
da Folha Online
As conversas que visam um cessar-fogo entre Israel e palestinos continuaram hoje, apesar do atentado suicida de um palestino que detonou uma bomba presa a seu corpo em um ônibus, matando sete pessoas, a maior parte árabes-israelenses.
Os EUA afirmaram que o ataque não comprometerá os esforços para um cessar-fogo. Israel descartou uma retaliação imediata para não atrapalhar as negociações.
No final do dia, as esperanças de um cessar-fogo sofreram um outro revés. Israelenses e palestinos não chegaram a um acordo para obter um cessar-fogo durante a reunião da alta comissão de segurança israelense-palestina realizada na noite desta quarta-feira (horário local), presidida pelo enviado norte-americano Anthony Zinni.
Mas, de acordo com o porta-voz do Ministério israelense da Defesa, Yarden Vatikai, foram marcados outros encontros para os próximos dias. "Ainda temos questões a serem discutidas", disse Vatikai, revelando que a próxima reunião "possivelmente" deve ocorrer na quinta ou na sexta-feira.
O ataque, reivindicado pelo grupo extremista Jihad Isâmico e condenado pela Autoridade Nacional Palestina, foi o mais grave incidente desde o início da missão do negociador norte-americano Anthony Zinni, há uma semana, que visa colocar um fim aos 18 meses de violência na região.
O presidente dos EUA, George W. Bush, afirmou estar "frustrado" com a violência e pediu para o líder palestino Iasser Arafat agir "com força para reprimir aqueles que pretendem minar os progressos em direção à paz".
Mesmo assim, o porta-voz da Casa Branca, Ari Fleischer, declarou que Bush "continua esperançoso de que Zinni conseguirá levar os dois lados a uma trégua".
Já o primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, qualificou o ataque de um "incidente muito grave" e acusou Arafat de não fazer nada para acabar com a violência.
Na contra-mão do clima de "superar o problema", o ministro do Trabalho de Israel, Shlomo Benizri, disse que a opinião pública israelense "não suportará mais um ou dois atentados como o de hoje".
Porém a Rádio Israel, citando autoridades próximas a Sharon, afirmou que Israel não irá retaliar e manterá as conversações sobre o cessar-fogo com os palestinos.
Zinni entrou em contato com Arafat e Sharon para assegurar que as negociações não serão afetadas pelo ataque ao ônibus que seguia de Tel Aviv para Nazaré e explodiu perto de Afula. Os dois lados, pressionados pelos EUA, dizem estar dispostos a acordar um cessar-fogo em dias.
Mas os grupos extremistas palestinos podem complicar o plano. O Jihad Islâmico já afirmou ser contrário a qualquer acordo com os israelenses.
Arafat afirmou que "todos os grupos devem parar com os ataques contra civis dentro de Israel". Em meados de dezembro, o líder palestino exigiu em discurso que todos ataques contra Israel fossem cessados. Os grupos extremistas concordaram na ocasião e houve relativa calma por cerca de três semanas. Mas hoje muitos analistas duvidam que Arafat seja capaz de reduzir a violência. As forças policiais palestinas tiveram grande parte de sua estrutura destruída nos bombardeios israelenses.
Um diplomata ocidental disse que o sucesso da trégua dependerá muito da vontade política dos dois lados. Ao menos 1.084 palestinos e 353 israelenses morreram nos 18 meses da Intifada (levante palestino contra a ocupação israelense).
Com agências internacionais
Leia mais no especial Oriente Médio
Diálogo entre Israel e palestinos continua, apesar de atentado
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As conversas que visam um cessar-fogo entre Israel e palestinos continuaram hoje, apesar do atentado suicida de um palestino que detonou uma bomba presa a seu corpo em um ônibus, matando sete pessoas, a maior parte árabes-israelenses.
Os EUA afirmaram que o ataque não comprometerá os esforços para um cessar-fogo. Israel descartou uma retaliação imediata para não atrapalhar as negociações.
No final do dia, as esperanças de um cessar-fogo sofreram um outro revés. Israelenses e palestinos não chegaram a um acordo para obter um cessar-fogo durante a reunião da alta comissão de segurança israelense-palestina realizada na noite desta quarta-feira (horário local), presidida pelo enviado norte-americano Anthony Zinni.
Mas, de acordo com o porta-voz do Ministério israelense da Defesa, Yarden Vatikai, foram marcados outros encontros para os próximos dias. "Ainda temos questões a serem discutidas", disse Vatikai, revelando que a próxima reunião "possivelmente" deve ocorrer na quinta ou na sexta-feira.
O ataque, reivindicado pelo grupo extremista Jihad Isâmico e condenado pela Autoridade Nacional Palestina, foi o mais grave incidente desde o início da missão do negociador norte-americano Anthony Zinni, há uma semana, que visa colocar um fim aos 18 meses de violência na região.
O presidente dos EUA, George W. Bush, afirmou estar "frustrado" com a violência e pediu para o líder palestino Iasser Arafat agir "com força para reprimir aqueles que pretendem minar os progressos em direção à paz".
Mesmo assim, o porta-voz da Casa Branca, Ari Fleischer, declarou que Bush "continua esperançoso de que Zinni conseguirá levar os dois lados a uma trégua".
Já o primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, qualificou o ataque de um "incidente muito grave" e acusou Arafat de não fazer nada para acabar com a violência.
Na contra-mão do clima de "superar o problema", o ministro do Trabalho de Israel, Shlomo Benizri, disse que a opinião pública israelense "não suportará mais um ou dois atentados como o de hoje".
Porém a Rádio Israel, citando autoridades próximas a Sharon, afirmou que Israel não irá retaliar e manterá as conversações sobre o cessar-fogo com os palestinos.
Zinni entrou em contato com Arafat e Sharon para assegurar que as negociações não serão afetadas pelo ataque ao ônibus que seguia de Tel Aviv para Nazaré e explodiu perto de Afula. Os dois lados, pressionados pelos EUA, dizem estar dispostos a acordar um cessar-fogo em dias.
Mas os grupos extremistas palestinos podem complicar o plano. O Jihad Islâmico já afirmou ser contrário a qualquer acordo com os israelenses.
Arafat afirmou que "todos os grupos devem parar com os ataques contra civis dentro de Israel". Em meados de dezembro, o líder palestino exigiu em discurso que todos ataques contra Israel fossem cessados. Os grupos extremistas concordaram na ocasião e houve relativa calma por cerca de três semanas. Mas hoje muitos analistas duvidam que Arafat seja capaz de reduzir a violência. As forças policiais palestinas tiveram grande parte de sua estrutura destruída nos bombardeios israelenses.
Um diplomata ocidental disse que o sucesso da trégua dependerá muito da vontade política dos dois lados. Ao menos 1.084 palestinos e 353 israelenses morreram nos 18 meses da Intifada (levante palestino contra a ocupação israelense).
Com agências internacionais
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