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Zimbábue barra entrada de observadores eleitorais; Brasil está entre exceções
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da Efe, em Harare
O governo do Zimbábue está convencido de que parte da comunidade internacional conspira para derrubar o presidente Robert Mugabe, 80, no poder desde 1980, e decidiu não aceitar observadores eleitorais procedentes de alguns países, como os Estados Unidos e os membros da União Européia.
Segundo o embaixador zimbabuano na África do Sul, Simon Moyo, os países ocidentais fazem pré-julgamentos políticos em favor da oposição do Zimbábue.
Só 47 Estados, a maioria da África e do mundo em desenvolvimento, foram autorizados a enviar observadores eleitorais para o pleito deste sábado, o primeiro na história do Zimbábue a reunir disputas presidenciais, parlamentares e regionais ou municipais.
A lista de observadores autorizados inclui todas os países africanas que mostraram interesse além de Brasil, Venezuela, Nicarágua, Jamaica, Rússia, China, Índia, Malásia, Indonésia e Irã.
Também receberam autorização representantes de organizações regionais africanas e outras como a Comunidade do Caribe (Caricom).
"Aqueles que pensam que só há uma eleição livre e justa quando a oposição ganha foram excluídos", afirmou o ministro de Assuntos Exteriores zimbabuano, Simbarashe Mumbengegwi.
Os observadores designados, segundo o chanceler, se destacam pela "objetividade e imparcialidade" de seus países nas relações com Harare.
É muito freqüente ver em eleições africanas missões da UE, da Comunidade Britânica (Commonwealth) e da Fundação Carter, entre outras organizações internacionais.
O mesmo não ocorrerá no Zimbábue, país que, apesar de ser uma ex-colônia britânica, não pertence à Commonwealth, uma associação que, segundo palavras de Moyo, é um "clube de brancos".
A UE, os EUA e outras nações mantêm sanções políticas e econômicas contra o regime de Mugabe em protesto contra uma suposta violação dos direitos políticos e de imprensa no país africano.
Nas eleições parlamentares de 2005, a única missão eleitoral autorizada foi a da SADC (Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral, na sigla em inglês), que chegou à conclusão de que a votação se desenvolveu de forma "aberta, transparente e profissional".
Essa avaliação foi anunciada mesmo depois de a própria missão do órgão ter expressado preocupação com "o número de eleitores rejeitados nos centros de votação" e as denúncias da oposição de que houve "uma grande fraude" no pleito.
A nação que mais peso tem na SADC é a África do Sul, dona da economia mais desenvolvida do continente e cujo governo mantém silêncio como forma de diplomacia ao analisar abusos políticos e denúncias com relação ao Zimbábue.
Na semana passada, um dos chefes da missão da SADC disse não estar preocupado com afirmações dos chefes do Exército e da Polícia local, que só aceitariam como vencedor no pleito o presidente Mugabe.
No início de março, o comandante das Forças de Defesa do Zimbábue, general Constantine Chiwenga, afirmou que os militares só estavam prontos para perfilar-se diante de Mugabe, e o chefe da Polícia, Augustine Chihuri, declarou que não aceitaria que o país fosse governado por "marionetes apoiadas pelo Ocidente".
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