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22/03/2002
-
08h01
da Folha Online
Um tribunal paquistanês ordenou hoje que o militante islâmico de origem britânica Ahmed Omar Saeed, conhecido com xeque Omar, seja julgado pelo sequestro e assassinato do jornalista norte-americano Daniel Pearl, 38.
"O julgamento vai começar no dia 29 de março", disse à imprensa a promotora Raja Qureshi, depois do depoimento do acusado.
Outras dez pessoas também são acusadas de participação no crime. Três delas, que enviaram e-mails com fotos reivindicando a autoria do crime, também foram acusadas formalmente pelo sequestro e morte do jornallista.
"Os quatro acusados foram denunciados por extorsão mediante sequestro, assassinato e terrorismo", disse Raja Qureshi, procurador-chefe da Província de Sindh. "Normalmente, essas acusações levam à pena de morte."
Omar e outro suspeito, xeque Adil, foram levados sob forte segurança para um tribunal antiterrorismo de Karachi. Salman Saquib e Fahad Naseem, que já haviam confessado o crime em uma instância inferior, foram dispensados.
Durante a sessão, o tribunal foi vigiado por 500 policiais ao redor do prédio e nos telhados dos edifícios vizinhos. As movimentadas ruas do bairro foram interditadas.
Omar, que tem 29 anos, nasceu na Inglaterra e atualmente se encontra preso no Paquistão. Filho de um atacadista de tecidos, Omar estudou em uma das melhores universidades de seu país, a London School of Economics. Ele foi preso pela primeira vez em 1994, acusado de sequestrar três britânicos e um norte-americano na Índia.
Em 1999, Omar foi libertado em troca dos passageiros de um avião sequestrado por militantes islâmicos e levado para o Afeganistão. A Índia acusa Omar de participação nos atentados de 11 de setembro contra os Estados Unidos.
Pearl, que era correspondente do "Wall Street Journal" e foi sequestrado no dia 23 de janeiro, teve o pescoço cortado. Sua morte fiu anunciada no dia 14 de fevereiro. Sua viúva está grávida de oito meses.
O jornalista foi capturado na cidade portuária de Karachi, depois de conseguir um acordo para entrevistar o líder de uma facção radical muçulmana, que teria ligações com a rede terrorista Al Qaeda, de Osama bin Laden, e com Richard C. Reid. Este foi preso em dezembro num vôo entre Paris e Miami por ter tentado destruir o avião com explosivos em seus sapatos.
O grupo que assumiu o sequestro, o até então desconhecido Movimento Nacional pela Restauração da Soberania Paquistanesa, o acusou de ser um agente da CIA (inteligência dos EUA) e de Israel e tentou trocá-lo por prisioneiros da guerra do Afeganistão levados pelos Estados Unidos para Guantánamo.
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Paquistão indicia quatro por assassinato de jornalista dos EUA
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Um tribunal paquistanês ordenou hoje que o militante islâmico de origem britânica Ahmed Omar Saeed, conhecido com xeque Omar, seja julgado pelo sequestro e assassinato do jornalista norte-americano Daniel Pearl, 38.
"O julgamento vai começar no dia 29 de março", disse à imprensa a promotora Raja Qureshi, depois do depoimento do acusado.
Outras dez pessoas também são acusadas de participação no crime. Três delas, que enviaram e-mails com fotos reivindicando a autoria do crime, também foram acusadas formalmente pelo sequestro e morte do jornallista.
"Os quatro acusados foram denunciados por extorsão mediante sequestro, assassinato e terrorismo", disse Raja Qureshi, procurador-chefe da Província de Sindh. "Normalmente, essas acusações levam à pena de morte."
Omar e outro suspeito, xeque Adil, foram levados sob forte segurança para um tribunal antiterrorismo de Karachi. Salman Saquib e Fahad Naseem, que já haviam confessado o crime em uma instância inferior, foram dispensados.
Durante a sessão, o tribunal foi vigiado por 500 policiais ao redor do prédio e nos telhados dos edifícios vizinhos. As movimentadas ruas do bairro foram interditadas.
Omar, que tem 29 anos, nasceu na Inglaterra e atualmente se encontra preso no Paquistão. Filho de um atacadista de tecidos, Omar estudou em uma das melhores universidades de seu país, a London School of Economics. Ele foi preso pela primeira vez em 1994, acusado de sequestrar três britânicos e um norte-americano na Índia.
Em 1999, Omar foi libertado em troca dos passageiros de um avião sequestrado por militantes islâmicos e levado para o Afeganistão. A Índia acusa Omar de participação nos atentados de 11 de setembro contra os Estados Unidos.
Pearl, que era correspondente do "Wall Street Journal" e foi sequestrado no dia 23 de janeiro, teve o pescoço cortado. Sua morte fiu anunciada no dia 14 de fevereiro. Sua viúva está grávida de oito meses.
O jornalista foi capturado na cidade portuária de Karachi, depois de conseguir um acordo para entrevistar o líder de uma facção radical muçulmana, que teria ligações com a rede terrorista Al Qaeda, de Osama bin Laden, e com Richard C. Reid. Este foi preso em dezembro num vôo entre Paris e Miami por ter tentado destruir o avião com explosivos em seus sapatos.
O grupo que assumiu o sequestro, o até então desconhecido Movimento Nacional pela Restauração da Soberania Paquistanesa, o acusou de ser um agente da CIA (inteligência dos EUA) e de Israel e tentou trocá-lo por prisioneiros da guerra do Afeganistão levados pelos Estados Unidos para Guantánamo.
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