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25/03/2002
-
04h06
da Folha de S.Paulo
O vice-presidente dos Estados Unidos, Dick Cheney, decidiu descartar por enquanto um encontro com o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Iasser Arafat. O líder palestino, segundo Cheney, não estaria se esforçando suficientemente para combater os grupos extremistas que cometem atentados contra israelenses, impedindo que um cessar-fogo seja implementado na região.
"Até agora não foram implementadas as condições necessárias para o cessar-fogo", disse o vice dos EUA em Washington, dias após encerrar seu giro pelo Oriente Médio. "Mais uma vez os palestinos perderam uma oportunidade de dialogar com os EUA", disseram autoridades norte-americanas.
Para o vice dos EUA, o encontro com Arafat seria apenas "parte de um processo das negociações de paz" entre israelenses e palestinos. O secretário de Estado norte-americano, Colin Powell, que acompanha o presidente George W. Bush em viagem pela América Latina, afirmou que Cheney poderá encontrar Arafat em outra oportunidade, quando a violência diminuir na região. Mas com o cenário atual é impossível.
Segundo Powell, o plano Tenet, que visa implementar um cessar-fogo com retomada da confiança entre israelenses e palestinos para posterior restabelecimento das negociações de paz, ainda não está vigorando, pois a violência continua na região.
O secretário de Estado voltou a exigir que Arafat dê declarações mais firmes para os palestinos, em árabe, por rádio e TV, pedindo o fim dos ataques contra israelenses. E essas declarações, de acordo com Powell, precisam ser realizadas de maneira regular, não apenas quando acontecem atentados de grandes proporções.
A reunião entre Arafat e Cheney estava sendo negociada para acontecer hoje no Cairo (Egito), dois dias antes do início do encontro da Liga Árabe em Beirute (Líbano), onde serão discutidas as propostas sauditas de reconhecimento de Israel pelos países árabes, em troca da retirada israelense dos territórios palestinos ocupados na guerra árabe-israelense de 1967 -Jerusalém Oriental, Cisjordânia e faixa de Gaza.
Ainda não está decidido se Arafat poderá ou não viajar a Beirute para participar de reunião da Liga Árabe. Para o ministro de Cooperação Internacional da ANP, Nabil Chaath, a chance de Arafat viajar é de 10%.
O primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, já disse mais de uma vez que, dependendo da situação, permitiria a viagem do líder palestino para a capital libanesa, mas não garante que autorizaria o retorno dele caso ataques contra israelenses acontecessem na sua ausência.
Para os EUA, a ida de Arafat a Beirute seria importante, pois seria uma oportunidade para um acordo geral na região.
Ontem, o enviado dos EUA para o Oriente Médio, Anthony Zinni, participou de novas negociações entre autoridades de segurança israelenses e palestinas, mas não houve até agora um acerto para a trégua na região.
Ontem, em mais um dia de violência, aos menos oito palestinos foram mortos por forças israelenses. Quatro atiradores, após ingressar território israelense pela Jordânia, e outros quatro, na faixa de Gaza. Uma mulher israelense foi morta em uma estrada na Cisjordânia. Ao menos 1.100 palestinos e 356 israelenses morreram na Intifada (levante palestino contra a ocupação israelense), iniciada em setembro de 2000.
EUA descartam encontro com Arafat
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O vice-presidente dos Estados Unidos, Dick Cheney, decidiu descartar por enquanto um encontro com o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Iasser Arafat. O líder palestino, segundo Cheney, não estaria se esforçando suficientemente para combater os grupos extremistas que cometem atentados contra israelenses, impedindo que um cessar-fogo seja implementado na região.
"Até agora não foram implementadas as condições necessárias para o cessar-fogo", disse o vice dos EUA em Washington, dias após encerrar seu giro pelo Oriente Médio. "Mais uma vez os palestinos perderam uma oportunidade de dialogar com os EUA", disseram autoridades norte-americanas.
Para o vice dos EUA, o encontro com Arafat seria apenas "parte de um processo das negociações de paz" entre israelenses e palestinos. O secretário de Estado norte-americano, Colin Powell, que acompanha o presidente George W. Bush em viagem pela América Latina, afirmou que Cheney poderá encontrar Arafat em outra oportunidade, quando a violência diminuir na região. Mas com o cenário atual é impossível.
Segundo Powell, o plano Tenet, que visa implementar um cessar-fogo com retomada da confiança entre israelenses e palestinos para posterior restabelecimento das negociações de paz, ainda não está vigorando, pois a violência continua na região.
O secretário de Estado voltou a exigir que Arafat dê declarações mais firmes para os palestinos, em árabe, por rádio e TV, pedindo o fim dos ataques contra israelenses. E essas declarações, de acordo com Powell, precisam ser realizadas de maneira regular, não apenas quando acontecem atentados de grandes proporções.
A reunião entre Arafat e Cheney estava sendo negociada para acontecer hoje no Cairo (Egito), dois dias antes do início do encontro da Liga Árabe em Beirute (Líbano), onde serão discutidas as propostas sauditas de reconhecimento de Israel pelos países árabes, em troca da retirada israelense dos territórios palestinos ocupados na guerra árabe-israelense de 1967 -Jerusalém Oriental, Cisjordânia e faixa de Gaza.
Ainda não está decidido se Arafat poderá ou não viajar a Beirute para participar de reunião da Liga Árabe. Para o ministro de Cooperação Internacional da ANP, Nabil Chaath, a chance de Arafat viajar é de 10%.
O primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, já disse mais de uma vez que, dependendo da situação, permitiria a viagem do líder palestino para a capital libanesa, mas não garante que autorizaria o retorno dele caso ataques contra israelenses acontecessem na sua ausência.
Para os EUA, a ida de Arafat a Beirute seria importante, pois seria uma oportunidade para um acordo geral na região.
Ontem, o enviado dos EUA para o Oriente Médio, Anthony Zinni, participou de novas negociações entre autoridades de segurança israelenses e palestinas, mas não houve até agora um acerto para a trégua na região.
Ontem, em mais um dia de violência, aos menos oito palestinos foram mortos por forças israelenses. Quatro atiradores, após ingressar território israelense pela Jordânia, e outros quatro, na faixa de Gaza. Uma mulher israelense foi morta em uma estrada na Cisjordânia. Ao menos 1.100 palestinos e 356 israelenses morreram na Intifada (levante palestino contra a ocupação israelense), iniciada em setembro de 2000.
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