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26/03/2002 - 14h44

Iraque descarta apoio europeu e busca solidariedade árabe

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da Deutsche Welle, em Berlim

Iraque não confia nas críticas européias aos planos bélicos dos Estados Unidos e quer aproveitar a reunião da Liga Árabe, em Beirute, para buscar apoio dos países árabes moderados. Os emissários de Saddam Hussein querem lograr a aprovação de um pacote, incluindo o apoio ao governo de Bagdá contra a ameaça americana e a solidariedade com o povo palestino.

Reuters
Saddam Hussein, presidente do Iraque
De acordo com a avaliação de diplomatas europeus em Bagdá, o governo iraquiano pretende aproveitar a conferência da Liga Árabe em Beirute, no Líbano, para fortalecer a sua posição nas negociações com a ONU. Saddam Hussein visa obter um afrouxamento das sanções das Nações Unidas contra o seu país.

No início deste mês, o ministro iraquiano das Relações Exteriores, Nadji Sabri, foi recebido em Nova York pelo secretário-geral da ONU, Kofi Annan, a quem apresentou a reivindicação de Bagdá. Contudo, a pretensão de Saddam pode ser inteiramente refutada, se a Liga Árabe apoiar a posição dos Estados Unidos, que exige um retorno incondicional ao Iraque dos inspetores de armamentos da ONU.

Apesar das críticas abertas dos europeus às ameaças de guerra manifestadas pelo governo dos Estados Unidos, Bagdá não conta com o apoio da Europa junto à ONU. As reservas contra uma eventual ação militar só perdurarão enquanto Washington não requer um mandato do Conselho de Segurança para a operação.

A partir desse momento, os países europeus cerrarão fileiras com os EUA e não tentarão impedir um ataque americano ao Iraque. Esta é a opinião reinante nos meios oficiais de Bagdá e, por este motivo, o governo iraquiano quer lograr uma coesão dos árabes. Segundo um representante do partido oficial Baath, "todos os árabes estão na linha de fogo" e devem, por isso, demonstrar união em Beirute.

Estado palestino
A conferência da Liga Árabe é considerada decisiva não apenas em relação ao Iraque. A situação nos territórios palestinos deverá constituir, provavelmente, o ponto central de todos os debates. A grande incógnita de Beirute continua sendo a participação do presidente da Autoridade Pelestina, Iassir Arafat.

Até hoje, véspera da conferência, o líder palestino ainda não tinha recebido autorização do governo de Israel para deixar Ramallah e viajar ao Líbano. O presidente egípcio Hosni Mubarak aconselhou Arafat a abrir mão da presença em Beirute. Mubarak teme que o governo israelense não permita o retorno de Arafat aos territórios palestinos.

O diretor do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) na Alemanha, Dietrich Garlichs, conclamou as partes conflitantes no Oriente Médio a iniciarem os seus esforços pelo cessar-fogo com um acordo de proteção às crianças. Os jardins de infância, escolas e centros de saúde têm de ser considerados como "zonas de paz", afirmou Garlichs.

Ele acusou tanto o governo israelense como os palestinos de ignorar inteiramente a segurança das crianças e adolescentes. "Atualmente, morrem mais crianças no conflito do Oriente Médio que em qualquer outra época", ressaltou. Quase 270 vítimas fatais foram registradas dos dois lados, desde o início da Intifada. "O extremismo dos adultos deixa uma geração perdida de jovens, traumatizada pela violência constante", disse Garlichs.

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