Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
27/03/2002 - 04h43

Afegãos se acotovelam para receber comida da ONU em Cabul

Publicidade

da Folha de S.Paulo

Apesar de vários países terem prometido ajudar a população do Afeganistão, governos deram ao Programa Mundial de Alimentação (PMA) da ONU apenas 5% dos US$ 285 milhões de que o país precisa até o fim do ano, disse Catherine Bertini, diretora do PMA.

Após tomarem conhecimento disso na sexta-feira, os EUA afirmaram ontem que doariam US$ 44,5 milhões ao fundo. Mas a quantia não será suficiente.

O PMA estima que 9 milhões de afegãos precisem de ajuda alimentar até julho, e mais de 5 milhões, até o fim do ano. Toda a assistência da agência é fornecida através de doações de comida e dinheiro de governos.
Bertini teve de enfrentar uma série de crises durante seu mandato de dez anos como diretora-executiva do PMA, cargo que ela deve deixar nesta semana.

Entre setembro e dezembro do ano passado, os funcionários de sua agência tiveram de achar seu caminho em campos de batalha para alcançar pessoas que não tinham mais nenhuma comida em suas casas, ou que não tinham mais nenhuma casa, por causa dos combates. Clare Short, secretária de Desenvolvimento Internacional do Reino Unido, classificou o PMA como o "herói não reconhecido" daquele período.

Agora que a paz trouxe mais oportunidades para distribuir artigos básicos como farinha, óleo de cozinha, sal e feijão, há escassez de dinheiro - em parte, porque os governos estão sobrecarregados pelas necessidades de outros lugares do mundo. Entre 1994 e 2000, o número de pessoas necessitadas de ajuda alimentar emergencial quase dobrou. Há hoje 83 milhões de pessoas em mais 80 países que dependem do PMA.

"Há muitos Afeganistões no mundo", afirmou Bertini, que, em setembro, passará a dar aulas na Faculdade de Políticas Públicas Gerald Ford da Universidade de Michigan. "Há 777 milhões de pessoas desesperadamente famintas" no mundo, disse Bertini. Essa é a estimativa da FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação), agência-mãe do PMA.

Bertini esteve entre os poucos ocidentais a enfrentar o Taleban e vencer quando o grupo ainda governavam o Afeganistão. Sua resistência a decretos contra o trabalho feminino forçou a milícia a concordar em deixar mulheres serem contratadas para fazer pesquisas sobre alimentação.

"Qualquer progresso que tenhamos feito foi por causa de funcionárias afegãs extremamente corajosas", afirmou.

O sucessor de Bertini no PMA será James Morris, presidente da IWC Resources Corporation, uma companhia de água com sede em Indianápolis.

Leia mais:
  • Saiba tudo sobre a guerra no Afeganistão

  • Conheça as armas dos EUA

  • Conheça a história do Afeganistão
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página