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27/03/2002
-
09h14
da Folha Online
Leitores israelenses do Nobel da literatura português, José Saramago, estão devolvendo os livros do escritor, segundo o jornal "Yediot Ahronot". Segundo o jornal, os donos de livraria também aderiram ao boicote e estão retirando os livros do escritor das prateleiras.
Saramago comparou, durante visita a Ramallah (Cisjordânia), os efeitos da ocupação israelense ao sofrimento dos judeus nos campos de campos de extermínio nazistas de Auschwitz (Polônia) e Buchenwald (Alemanha) durante a Segunda Guerra (1939-1945) -a chamada "solução nazista" que exterminou 6 milhões de judeus.
O romance "Todos os Nomes" (Kol HaShemot, em hebraico), de Saramago, encabeçava a lista de livros mais vendidos em Israel.
Amanhã, Saramago e mais seis escritores -o nigeriano Wole Soyinka, o francês Christian Salmon, o sul-africano Breyten Breytenbach, o chinês Bei Dao, o norte- americano Russsell Banks e o italiano Vicenzo Consolo -que integram a delegação do Parlamento Internacional de Escritores (PIE) e visitam o Oriente Médio para avaliar o estado atual da situação nos territórios ocupados por Israel desde 1967- devem reunir-se no Teatro Árabe de Jafo, no distrito de Tel Aviv, com vários escritores israelenses.
Hoje, Saramago insistiu em suas críticas a Israel por causa de sua política com os palestinos e declarou que não retira nada do que disse. Saramago disse à agência "Lusa" que "a repressão israelense é a forma mais perversa de apartheid".
Ontem, a comunidade judaica do Estado de São Paulo [representante oficial da comunidade judaica e congrega 54 organizações e entidades como o Hospital Albert Einstein, a Hebraica, escolas judaicas e sinagogas de São Paulo] recebeu com perplexidade as declarações do escritor português José Saramago, Prêmio Nobel de Literatura,
"Esta colocação é totalmente injusta e desligada dos fatos históricos", disse o presidente da Federação Israelita, Natan Berger. "Os contextos sociais e os danos causados à humanidade nos dois episódios são incomparáveis. Esta comparação é infeliz e perigosa."
Mas as críticas não foram feitas apenas no Brasil. Amos Oz, escritor identificado com a esquerda pacifista israelense, comentou o assunto para o jornal "Yediot Ahrono". "Aquele que falha ao distinguir entre diferentes níveis da maldade acaba agindo a serviço do mal."
Na visão de Oz, Saramago, autor de um livro intitulado "Ensaio sobre a Cegueira", mostrou padecer de uma "cegueira moral".
Aharon Appelfeld, outro escritor contrário às políticas do governo do premiê Ariel Sharon, também atacou o português. Segundo ele, é compreensível que um visitante estrangeiro, ao tomar conhecimento da realidade vivida pelos palestinos, critique Israel. "Mas se alguém vem aqui e diz que estamos erguendo um Auschwitz para os palestinos, isso é puro anti-semitismo."
Com agências internacionais
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Amos Oz responde a declarações de Saramago
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Israelenses dão início a boicote e devolvem livros de Saramago
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Leitores israelenses do Nobel da literatura português, José Saramago, estão devolvendo os livros do escritor, segundo o jornal "Yediot Ahronot". Segundo o jornal, os donos de livraria também aderiram ao boicote e estão retirando os livros do escritor das prateleiras.
Saramago comparou, durante visita a Ramallah (Cisjordânia), os efeitos da ocupação israelense ao sofrimento dos judeus nos campos de campos de extermínio nazistas de Auschwitz (Polônia) e Buchenwald (Alemanha) durante a Segunda Guerra (1939-1945) -a chamada "solução nazista" que exterminou 6 milhões de judeus.
Reuters - 2.mar.2001 |
O escritor José Saramago |
Amanhã, Saramago e mais seis escritores -o nigeriano Wole Soyinka, o francês Christian Salmon, o sul-africano Breyten Breytenbach, o chinês Bei Dao, o norte- americano Russsell Banks e o italiano Vicenzo Consolo -que integram a delegação do Parlamento Internacional de Escritores (PIE) e visitam o Oriente Médio para avaliar o estado atual da situação nos territórios ocupados por Israel desde 1967- devem reunir-se no Teatro Árabe de Jafo, no distrito de Tel Aviv, com vários escritores israelenses.
Hoje, Saramago insistiu em suas críticas a Israel por causa de sua política com os palestinos e declarou que não retira nada do que disse. Saramago disse à agência "Lusa" que "a repressão israelense é a forma mais perversa de apartheid".
Ontem, a comunidade judaica do Estado de São Paulo [representante oficial da comunidade judaica e congrega 54 organizações e entidades como o Hospital Albert Einstein, a Hebraica, escolas judaicas e sinagogas de São Paulo] recebeu com perplexidade as declarações do escritor português José Saramago, Prêmio Nobel de Literatura,
"Esta colocação é totalmente injusta e desligada dos fatos históricos", disse o presidente da Federação Israelita, Natan Berger. "Os contextos sociais e os danos causados à humanidade nos dois episódios são incomparáveis. Esta comparação é infeliz e perigosa."
Mas as críticas não foram feitas apenas no Brasil. Amos Oz, escritor identificado com a esquerda pacifista israelense, comentou o assunto para o jornal "Yediot Ahrono". "Aquele que falha ao distinguir entre diferentes níveis da maldade acaba agindo a serviço do mal."
Na visão de Oz, Saramago, autor de um livro intitulado "Ensaio sobre a Cegueira", mostrou padecer de uma "cegueira moral".
Aharon Appelfeld, outro escritor contrário às políticas do governo do premiê Ariel Sharon, também atacou o português. Segundo ele, é compreensível que um visitante estrangeiro, ao tomar conhecimento da realidade vivida pelos palestinos, critique Israel. "Mas se alguém vem aqui e diz que estamos erguendo um Auschwitz para os palestinos, isso é puro anti-semitismo."
Com agências internacionais
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