Publicidade
Publicidade
28/03/2002
-
09h22
PAULO NAVES
da Folha Online
A cúpula árabe que acontece no Líbano aprovou hoje por unanimidade a proposta saudita de paz no Oriente Médio, que oferece a Israel a normalização das relações diplomáticas em troca da desocupação dos territórios árabes.
Apesar de a cúpula ter sido marcada pela desistência de delegações e pelo não comparecimento de importantes líderes da região como o presidente Hosni Mubarak, do Egito, o presidente da Autoridade Palestina, Iasser Arafat, e o rei Abdullah, da Jordânia, os líderes árabes que se encontram em Beirute pelo segundo dia endossaram o plano criado pelo príncipe-herdeiro Abdullah bin Abdel Aziz, da Arábia Saudita.
O plano propõe o reconhecimento do Estado de Israel em troca da retirada das tropas israelenses dos territórios árabes ocupados, a criação de um Estado palestino com capital em Jerusalém e uma solução para os refugiados palestinos.
O secretário-geral do encontro, Emile Lahud (presidente do Líbano), vai organizar um comitê para apresentar o plano de paz ao Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) e aos Estados Unidos, segundo o texto da declaração final, intitulado "Declaração de Beirute".
O documento ainda pediu a suspensão das sanções impostas pela ONU (Organização das Nações Unidas) ao Iraque devido à invasão do Kuait em 1990 e rejeitou qualquer ação militar contra o território iraquiano. Durante o encontro foi anunciada a reconciliação do Iraque com o Kuait e a Arábia Saudita, em rixa desde a guerra do Golfo.
O presidente da Autoridade Palestina, Iasser Arafat, que não participa da cúpula árabe por temer que Israel não autorizasse sua volta de Beirute a territórios palestinos, disse ontem que apóia a "corajosa" iniciativa de paz apresentada pelo príncipe saudita.
"Em nome do povo palestino e de sua direção, saudamos a inicitiva clarividente e corajosa que lançou o príncipe Abdullah bin Abdel Aziz e desejamos que essa se converta em uma iniciativa árabe comum em prol da paz", declarou Arafat.
Mas o premiê israelense, Ariel Sharon, disse ontem que uma volta às fronteiras estabelecidas antes da guerra entre israelenses e árabes em junho de 1967, proposta da iniciativa saudita aprovada hoje na cúpula árabe de Beirute, "destruiria Israel".
"O simples desejo de alcançar uma solução pacífica é positivo, mas é preciso entrar em detalhes", declarou Sharon ao jornal "Yediot Aharonot". "Há aqui [em Israel] um povo que tem de continuar vivendo. Não podem ir para nenhum outro lugar. Uma volta às fronteiras de 1967 destruiria Israel", declarou Sharon.
A cúpula árabe também aprovou hoje um acordo entre os ex-inimigos de guerra do Golfo, Iraque e Kuait, que poderá abrir caminho para uma reaproximação entre os países.
Após o acordo, o príncipe Abdullah e o enviado iraquiano à cúpula árabe, Izzat Ibrahim, se abraçaram e se beijaram. Imagens da televisão mostraram os delegados da cúpula aplaudindo o encontro, considerado o primeiro contato de membros do alto escalão dos dois países desde 1990.
O Iraque invadiu o Kuait em 1990, mas acabou desocupando o país depois da guerra do Golfo, liderada pelos Estados Unidos, em 1991.
Com agências internacionais
Leia mais no especial Oriente Médio
Leia mais
Saiba mais sobre a Liga Árabe
Países árabes conseguem acordo sobre questão de refugiados
Delegação palestina boicota jantar com presidente libanês
Depois de crise, delegação palestina decide voltar à cúpula árabe
EUA elogiam declarações do príncipe saudita na cúpula árabe
Mensagem de Arafat deve ser transmitida à cúpula árabe amanhã
Líbano alega problema de organização em cúpula árabe
Arafat pede que palestinos abandonem cúpula árabe, diz rádio
Palestinos abandonam sessão durante encontro da Liga Árabe
Arábia Saudita nega retirada da cúpula árabe
Emirados Árabes reduzem número de representantes na cúpula árabe
Palestinos e sauditas anunciam retirada de cúpula árabe de Beirute
Saudita propõe "relações normais" com Israel em cúpula árabe
Premiê jordaniano inicia cúpula árabe com apelo à paz
Príncipe saudita apresenta oficialmente proposta de paz a árabes
Arafat anuncia que não vai à cúpula árabe
Presidente do Egito não irá para Beirute
Líbia não participa por desavença com Líbano
Iraque busca solidariedade árabe
EUA pedem a líderes que se concentrem no plano saudita
Cúpula árabe aprova por unanimidade plano saudita de paz
Publicidade
da Folha Online
A cúpula árabe que acontece no Líbano aprovou hoje por unanimidade a proposta saudita de paz no Oriente Médio, que oferece a Israel a normalização das relações diplomáticas em troca da desocupação dos territórios árabes.
Apesar de a cúpula ter sido marcada pela desistência de delegações e pelo não comparecimento de importantes líderes da região como o presidente Hosni Mubarak, do Egito, o presidente da Autoridade Palestina, Iasser Arafat, e o rei Abdullah, da Jordânia, os líderes árabes que se encontram em Beirute pelo segundo dia endossaram o plano criado pelo príncipe-herdeiro Abdullah bin Abdel Aziz, da Arábia Saudita.
Reuters - 7.jun.2001 |
O príncipe-herdeiro Abdullah, governante de fato da Arábia Saudita |
O plano propõe o reconhecimento do Estado de Israel em troca da retirada das tropas israelenses dos territórios árabes ocupados, a criação de um Estado palestino com capital em Jerusalém e uma solução para os refugiados palestinos.
O secretário-geral do encontro, Emile Lahud (presidente do Líbano), vai organizar um comitê para apresentar o plano de paz ao Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) e aos Estados Unidos, segundo o texto da declaração final, intitulado "Declaração de Beirute".
O documento ainda pediu a suspensão das sanções impostas pela ONU (Organização das Nações Unidas) ao Iraque devido à invasão do Kuait em 1990 e rejeitou qualquer ação militar contra o território iraquiano. Durante o encontro foi anunciada a reconciliação do Iraque com o Kuait e a Arábia Saudita, em rixa desde a guerra do Golfo.
O presidente da Autoridade Palestina, Iasser Arafat, que não participa da cúpula árabe por temer que Israel não autorizasse sua volta de Beirute a territórios palestinos, disse ontem que apóia a "corajosa" iniciativa de paz apresentada pelo príncipe saudita.
"Em nome do povo palestino e de sua direção, saudamos a inicitiva clarividente e corajosa que lançou o príncipe Abdullah bin Abdel Aziz e desejamos que essa se converta em uma iniciativa árabe comum em prol da paz", declarou Arafat.
Mas o premiê israelense, Ariel Sharon, disse ontem que uma volta às fronteiras estabelecidas antes da guerra entre israelenses e árabes em junho de 1967, proposta da iniciativa saudita aprovada hoje na cúpula árabe de Beirute, "destruiria Israel".
"O simples desejo de alcançar uma solução pacífica é positivo, mas é preciso entrar em detalhes", declarou Sharon ao jornal "Yediot Aharonot". "Há aqui [em Israel] um povo que tem de continuar vivendo. Não podem ir para nenhum outro lugar. Uma volta às fronteiras de 1967 destruiria Israel", declarou Sharon.
A cúpula árabe também aprovou hoje um acordo entre os ex-inimigos de guerra do Golfo, Iraque e Kuait, que poderá abrir caminho para uma reaproximação entre os países.
Após o acordo, o príncipe Abdullah e o enviado iraquiano à cúpula árabe, Izzat Ibrahim, se abraçaram e se beijaram. Imagens da televisão mostraram os delegados da cúpula aplaudindo o encontro, considerado o primeiro contato de membros do alto escalão dos dois países desde 1990.
O Iraque invadiu o Kuait em 1990, mas acabou desocupando o país depois da guerra do Golfo, liderada pelos Estados Unidos, em 1991.
Com agências internacionais
Leia mais no especial Oriente Médio
Leia mais
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Alvo de piadas, Barron Trump se adapta à vida de filho do presidente
- Facções terroristas recrutam jovens em campos de refugiados
- Trabalhadores impulsionam oposição do setor de tecnologia a Donald Trump
- Atentado contra Suprema Corte do Afeganistão mata 19 e fere 41
- Regime sírio enforcou até 13 mil oponentes em prisão, diz ONG
+ Comentadas
- Parlamento de Israel regulariza assentamentos ilegais na Cisjordânia
- Após difamação por foto com Merkel, refugiado sírio processa Facebook
+ EnviadasÍndice