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28/03/2002 - 09h22

Cúpula árabe aprova por unanimidade plano saudita de paz

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PAULO NAVES
da Folha Online

A cúpula árabe que acontece no Líbano aprovou hoje por unanimidade a proposta saudita de paz no Oriente Médio, que oferece a Israel a normalização das relações diplomáticas em troca da desocupação dos territórios árabes.

Apesar de a cúpula ter sido marcada pela desistência de delegações e pelo não comparecimento de importantes líderes da região como o presidente Hosni Mubarak, do Egito, o presidente da Autoridade Palestina, Iasser Arafat, e o rei Abdullah, da Jordânia, os líderes árabes que se encontram em Beirute pelo segundo dia endossaram o plano criado pelo príncipe-herdeiro Abdullah bin Abdel Aziz, da Arábia Saudita.

Reuters - 7.jun.2001
O príncipe-herdeiro Abdullah, governante de fato da Arábia Saudita

O plano propõe o reconhecimento do Estado de Israel em troca da retirada das tropas israelenses dos territórios árabes ocupados, a criação de um Estado palestino com capital em Jerusalém e uma solução para os refugiados palestinos.

O secretário-geral do encontro, Emile Lahud (presidente do Líbano), vai organizar um comitê para apresentar o plano de paz ao Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) e aos Estados Unidos, segundo o texto da declaração final, intitulado "Declaração de Beirute".

O documento ainda pediu a suspensão das sanções impostas pela ONU (Organização das Nações Unidas) ao Iraque devido à invasão do Kuait em 1990 e rejeitou qualquer ação militar contra o território iraquiano. Durante o encontro foi anunciada a reconciliação do Iraque com o Kuait e a Arábia Saudita, em rixa desde a guerra do Golfo.

O presidente da Autoridade Palestina, Iasser Arafat, que não participa da cúpula árabe por temer que Israel não autorizasse sua volta de Beirute a territórios palestinos, disse ontem que apóia a "corajosa" iniciativa de paz apresentada pelo príncipe saudita.

"Em nome do povo palestino e de sua direção, saudamos a inicitiva clarividente e corajosa que lançou o príncipe Abdullah bin Abdel Aziz e desejamos que essa se converta em uma iniciativa árabe comum em prol da paz", declarou Arafat.

Mas o premiê israelense, Ariel Sharon, disse ontem que uma volta às fronteiras estabelecidas antes da guerra entre israelenses e árabes em junho de 1967, proposta da iniciativa saudita aprovada hoje na cúpula árabe de Beirute, "destruiria Israel".

"O simples desejo de alcançar uma solução pacífica é positivo, mas é preciso entrar em detalhes", declarou Sharon ao jornal "Yediot Aharonot". "Há aqui [em Israel] um povo que tem de continuar vivendo. Não podem ir para nenhum outro lugar. Uma volta às fronteiras de 1967 destruiria Israel", declarou Sharon.

A cúpula árabe também aprovou hoje um acordo entre os ex-inimigos de guerra do Golfo, Iraque e Kuait, que poderá abrir caminho para uma reaproximação entre os países.

Após o acordo, o príncipe Abdullah e o enviado iraquiano à cúpula árabe, Izzat Ibrahim, se abraçaram e se beijaram. Imagens da televisão mostraram os delegados da cúpula aplaudindo o encontro, considerado o primeiro contato de membros do alto escalão dos dois países desde 1990.

O Iraque invadiu o Kuait em 1990, mas acabou desocupando o país depois da guerra do Golfo, liderada pelos Estados Unidos, em 1991.

Com agências internacionais

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