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Abbas diz que sai dos EUA decepcionado com falta de progressos
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da Folha Online
O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmud Abbas, disse nesta sexta-feira que falhou em progredir nas conversas de paz sobre o Oriente Médio com o presidente dos EUA, George W. Bush, e que voltava para casa como pouco para mostrar.
Em entrevista à agência de notícias Associated Press, o líder palestino pareceu pessimista sobre as perspectivas de alcançar qualquer acordo com Israel neste ano, apesar do forte impulso do governo dos EUA iniciado há cinco meses com a conferência em Annapolis, Maryland.
"Francamente, até agora nada foi alcançado. Mas ainda estamos realizando trabalhos diretos para ter uma solução", disse Abbas.
O líder palestino afirmou que o maior obstáculo é a contínua expansão dos assentamentos de Israel nos territórios ocupados palestinos.
"Pedimos aos americanos que implementem a primeira fase do Mapa do Caminho que fala sobre o fim da expansão dos assentamentos", disse Abbas, expressando decepção com o fato de os EUA não ter feito mais pressão sobre Israel para cessar as construções. "Esse é o maior empecilho que aparece como a grande pedra no caminho das negociações."
Assentamentos
Israel segue adiante com os controversos projetos de construção no disputado território da Cisjordânia e em Jerusalém Oriental e se recusa a retirar assentamentos ilegais, libertar prisioneiros palestinos, parar com as incursões militares e desfazer postos de controle em estradas, que dificultam a vida na Cisjordânia.
Assessores de Abbas disseram que ele também ficou chateado após almoçar na quinta-feira com a secretária de Estado dos EUA. Ao discutirem sobre como deve ser um acordo de paz, Rice não mencionou o objetivo palestino de criar um Estado baseado nas fronteiras anteriores a 1967, quando Israel ocupou terras palestinas.
"Nós pedimos que falassem sobre as fronteiras de 67", disse Abbas à Associated Press, mostrando raiva. "Nenhum deles fala sobre as fronteiras de 67."
Questionado se as autoridades americanas haviam feito novas propostas, Abbas negou. "Eles continuam pedindo esforços. E ainda estamos negociando", afirmou, mas disse que nenhum progresso foi feito nos assuntos principais.
"Todas as questões ainda estão abertas. Nenhuma delas foi concluída. A situação ainda é como era", declarou o líder palestino, falando em árabe.
Impasse
As principais questões não resolvidas incluem as fronteiras finais de um Estado palestino, a divisão de Jerusalém, os assentamentos israelenses e os refugiados palestinos.
Saeb Erekat, o negociador-chefe palestino, disse que Bush não respondeu diretamente quando Abbas levantou a questão das objeções palestinas à continuidade das construções de assentamentos, no encontro dos dois líderes na quinta-feira, na Casa Branca.
"Bush disse a ele (Abbas) que está se focando em um quadro maior", disse Erekat.
O líder palestino afirmou que ele quer uma definição completa do acordo de paz, que detalharia e incluiria cronogramas, enquanto israelenses querem um "declaração de princípios", considerado progresso suficiente a ser feito até o fim da administração Bush, em janeiro de 2009.
"Não queremos uma declaração de princípios porque tivemos uma", disse Abbas, se referindo ao acordo de paz de Oslo, de 1993.
Apesar de sua decepção, o líder palestino disse que ainda se encontraria com o premiê israelense Ehud Olmert, na esperança de chegar a um acordo. Mas não há conversas agendas entre Bush, abbas e Olmert.
Bush
Bush deve visitar Israel em maio por motivo das comemorações dos 60 anos da criação do Estado de Israel, e então o presidente irá ao Egito para se encontrar com Abbas separadamente.
Abbas afirmou que a única coisa que conseguiu durante sua viagem aos EUA foi mostrar as prerrogativas palestinas para qualquer acordo de paz e para pressionar a questão de que ele não pode buscar um acordo parcial pois os palestinos não o aceitariam.
O governo moderado de Abbas controla a Cisjordânia. O grupo extremista Hamas, que tomou o controle de Gaza e é rival de Abbas, não está envolvido nas conversas de paz com Israel.
Abbas tem perdido apoio popular para o processo de paz devido à falta de mudanças concretas para a população palestina desde a retomada das conversas.
Com Assciated Press
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