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14/04/2002 - 08h48

Arafat e Powell conversam; Sharon propõe expulsar palestinos

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LIGIA BRASLAUSKAS
da Folha Online

O encontro entre o secretário de Estado americano, Colin Powell, com presidente da Autoridade Palestina, Iasser Arafat, terminou depois de três horas de negociações. O encontro entre os dois ocorreu em Ramallah, onde o líder palestino está confinado desde o dia 29 de março.

"Nossa discussão foi útil e produtiva", disse Powell após o encontro.

Powell tenta deter o ciclo de violência entre israelenses e palestinos, que nos últimos dias atingiu picos de violência sem precedentes desde o início da Intifada, em setembro de 2000.

A conversa entre Arafat e Powell estava marcada inicialmente para ocorrer ontem, mas foi desmarcada depois que um atentado suicida matou sete pessoas -entre elas a mulher bomba- em Jerusalém na sexta-feira (12). Uma das imposições dos Estados Unidos para que o encontro entre Arafat e Powell ocorresse era justamente que o líder palestino condenasse os atos terroristas.

Após a pressão dos EUA, Arafat divulgou um comunicado no qual condenava qualquer tipo de violência contra civis, israelenses ou palestinos. "O presidente Arafat e a direção palestina expressam sua reprovação de todas as ações terroristas contra civis, sejam israelenses ou palestinos, seja praticado por um Estado, por grupos ou pessoas...Rejeitamos a violência e o terrorismo contra civis como meio de obter resultados políticos", disse o comunicado.

O governo de Israel rechaçou as palavras de Arafat, chamando-o de "duas caras". "Arafat tem duas caras, por um lado divulga comunicados condenando o terrorismo, por outro incentiva a violência e apoia o terrorismo", disse Danny Ayalonum, conselheiro do primeiro-ministro israelense Ariel Sharon.

Hoje, Sharon mostrou sinais de que não pretende facilitar em nadas as negociações entre palestinos e israelenses quando propôs que os cerca de 200 palestinos -alguns armados- que estão dentro da igreja da Natividade, na cidade de Belém, desde o dia 2 de abril, se entreguem ao governo de Israel, para que sejam julgados, ou que sejam expulsos do país e proibidos de voltar. "Se forem embora, é para sempre, mas se ficarem, serão julgados por Israel", disse. Os palestinos qualificaram a proposta como "inaceitável".

No mesmo estilo linha-dura do governo israelense, o grupo extremista Hamas disse hoje que vai continuar realizando atentados suicidias antiisraelenses enquanto durar a ocupação dos territórios palestinos. "Não podemos parar estas operações enquanto durar a ocupação", disse o porta-voz do grupo, Mahmud al Zahar, à TV Al Jazeera, do Qatar.

Mortes
Ontem, os corpos de oito membros da mesma família foram encontrados entre as ruínas de uma casa no bairro histórico de Nablus, colocada abaixo por escavadoras do Exército israelense tentaram abrir passagem aos tanques para entrar no local, informaram fontes médicas.

O Exército israelense realizou ontem, no 15º dia da operação "Muro Protetor", incursões em vários povoados palestinos autônomos da região de Jenin, na Cisjordânia.

Dezenas de tanques, acompanhados de escavadeiras, entraram nos povoados de Kafr Rahi, Burqin, Arabe, Tahme, Al-Arka, Al-Farah, Kafr el-Hut, Al-Hachimyeh e Amun.

Soldados entraram nas casas, fizeram buscas e subiram nos telhados, segundo as mesmas fontes.


Com agências internacionais

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