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15/04/2002 - 21h39

Boatos criam instabilidade na Venezuela; Carmona vai para casa

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da France Presse, em Caracas

Uma onda de boatos e saques em Caracas mantinha hoje o clima de instabilidade na Venezuela, após a breve queda e o retorno ao poder do presidente Hugo Chávez.

Há boatos sobre a execução dos militares presos, da prisão de Chávez e de outro golpe de Estado, entre outros, o que tem provocado uma avalanche de telefonemas para os órgãos de imprensa e os serviços de emergência.

Diante da situação, o governo Chávez tem realizado constantes desmentidos: "Há uma campanha de boatos que não deve ser considerada. Não é verdade que um meteorito vai cair na Venezuela, que o super-homem assumiu o poder e que Chávez está preso ou incapacitado", ironizou o próprio presidente hoje, durante uma entrevista coletiva no Palácio de Miraflores.

O governo atribui esta atmosfera de instabilidade à oposição, que "resiste ao retorno da tranquilidade na Venezuela", mas a briga dos principais meios de comunicação com Chávez certamente contribui para o clima de desinformação no país.

"Os boatos se tornaram uma instituição neste país", disse o ministro da Defesa, José Vicente Rangel, ao comentar "a circulação de mil mentiras".

Os saques persistem em certos setores de Caracas, enquanto os operários trabalham na limpeza de fábricas e estabelecimentos comerciais.

Hoje, a polícia fechou por várias horas um trecho de 4 km da estrada que passa por vários bairros do noroeste de Caracas, onde por dois dias ocorreram vários saques.

Também ocorreram saques nas cidades-dormitórios de Guarenas, Catia e San Martín, Antímano e Caricuao, San Bernardino e Cementerio, segundo a polícia.

Acusado
O empresário venezuelano Pedro Carmona, 60, que tomou o lugar de Chávez durante o golpe, saiu na noite de hoje do Palácio da Justiça para sua residência, no bairro de Santa Inés, no sudeste de Caracas, onde ficará em prisão domiciliar até ser julgado.

Carmona será julgado por "rebelião militar e usurpação de funções", informou seu advogado Juan Martin Echeverría.

Ao sair do Palácio da Justiça, Carmona disse que "recebeu um tratamento digno, adequado do ponto de vista humanitário". Ele revelou ter recebido várias visitas de organizações da sociedade civil, dos direitos humanos e do Ministério Público. "Recebi um tratamento adequado e me garantiram a plena vigência dos direitos humanos."

"Meu desejo mais sincero é pela tranquilidade do país. Quero que a Venezuela tenha tranquilidade, paz e reconciliação", disse o empresário.

Carmona assumiu a Presidência da Venezuela na sexta-feira (12), durante a tentativa de golpe contra o presidente Hugo Chávez, que voltou ao poder na madrugada de ontem.

Hoje, em uma entrevista coletiva, Chávez afirmou que, quando o empresário ganhou as eleições para liderar a organização patronal Fedecámaras, o chamou e disse: "vamos trabalhar juntos por este país", mas que "após meterem em sua cabeça que ia ser presidente e, pobre dele, acreditou, ele se meteu em um tremendo problema".

"Os que estão por trás o usaram, eles são os verdadeiros culpados", acrescentou Chávez, que não quis dar nomes.

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