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16/04/2002 - 16h31

"A história na Venezuela não pode se repetir", diz secretário da OEA

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da France Presse, em Caracas

O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), César Gaviria, afirmou hoje em Caracas que investigará os fatos que acabaram no golpe de Estado contra o presidente Hugo Chávez, para evitar que se repita a ruptura da ordem constitucional.

"Viemos tentar identificar quais foram os fatos que levaram à ruptura, à alteração da ordem institucional, e também tentar ver como pode o sistema interamericano cooperar, porque a história na Venezuela não pode se repetir", disse Gaviria, após se reunir com representantes da Assembléia Nacional venezuelana.

Gaviria chegou ontem à noite a Caracas para tentar reduzir as tensões depois que um movimento civil-militar derrubou Chávez na madrugada de sexta-feira (12) e, após violentos confrontos entre partidários e opositores do presidente, impôs um governo transitório presidido pelo empresário Pedro Carmona, que dissolveu a assembléia e os demais poderes públicos.

"Nosso compromisso com a democracia venezuelana é total e viemos precisamente à Assembléia Nacional para dizer isso a todos os setores representados aqui", disse Gaviria.

Sua missão em Caracas é um mandato do Conselho Permanente da OEA, a pedido do Grupo do Rio, que numa cúpula de presidentes realizada sexta-feira em San José condenou "o rompimento da ordem constitucional" na Venezuela.

"Entre nossos chefes de Estado, nossos chanceleres, nossos embaixadores, talvez o fato que produziu maior indignação, depois dos episódios que conduziram à retenção do presidente e sua substituição na chefia do estado por algumas horas, foi a maneira como se pretendeu fechar a Assembléia Nacional e ignorar os encargos de eleição popular", acrescentou Gaviria.

O presidente da Assembléia Nacional, William Lara, apresentou ao secretário da OEA a proposta de criar uma comissão, integrada por diversos setores do país, que "realize uma investigação exaustiva para estabelecer a verdade do que aconteceu na Venezuela".

Após sua reunião na Assembléia Nacional, Gaviria se dirigiu ao Palácio de Miraflores para se reunir com Chávez, e pretende se reunir depois com representantes da Conferência Episcopal e da oposição.

A missão de Gaviria está no âmbito da Carta Democrática Interamericana da OEA - aprovada em 11 de setembro em Lima -, a qual estabelece que quando ocorrer um golpe de Estado em um país-membro, esse fórum manterá suas gestões diplomáticas para ajudar o total restabelecimento da democracia.

Chávez voltou ao poder na madrugada de domingo na Venezuela em um contragolpe protagonizado por militares leais, em meio a manifestações de seus seguidores e pronunciamentos da comunidade internacional contra o rompimento da ordem institucional no país.

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