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18/04/2002
-
10h18
da Efe, em Caracas (Venezuela)
O líder empresarial Pedro Carmona, que assumiu a Presidência da Venezuela durante 28 horas, negou hoje a existência de planos de conspiração para tirar o presidente Hugo Chávez.
"Não houve conspiração, são fábulas que foram construídas", disse por telefone Carmona, que desde terça-feira (16) cumpre prisão domiciliar aplicada por um juiz de Caracas.
O presidente da Fedecámaras [maior associação empresarial do país] disse que está preparando sua defesa com uma equipe de advogados.
A procuradoria afirmou que Carmona pode ser julgado por rebelião e usurpação de funções, crimes que têm uma pena de 12 a 24 anos de prisão, caso ele seja considerado culpado.
"Eu não participei de forma alguma de conspirações e de nenhum ato de preparação", disse Carmona, que alegou que foi chamado para ocupar a Presidência interina "quando tudo já havia sido anunciado", se referindo à suposta renúncia de Chávez, um fato que não era real.
Carmona, que disse estar bem de saúde e disposto a enfrentar uma nova etapa em sua vida, falou que "se foram cometidos alguns erros certamente as assumirei com toda a responsabilidade".
O empresário negou que tenha sido usado como bode espiatório por pessoas ou grupos economicamente poderosos para comandar a oposição e assumir um governo manipulado, como dizem alguns artigos de renomados jornalistas venezuelanos que tentam explicar o que aconteceu na crise dos últimos dias.
"Ninguém me manipula. Atuo conforme a minha consciência. Não tenho nem tive ligações econômicas e nem relações com as pessoas que foram mencionadas", disse Carmona, que sem dar nomes estava se referindo ao jovem empresário Isaac Pérez Recao, proprietário da petroquímica Venoco, na qual Carmona é empregado há anos, que é citado pela imprensa como suposto cabeça do esquema que tentou tirar Chávez do poder.
Carmona declarou que, apesar dessa medida tratar de alguns prazos máximos para convocar as eleições, "havia a vontade e decisão de encurtá-los para 90 dias para a Assembléia Nacional e 180 dias máximo para a Presidência".
Histórico
Hugo Chávez sofreu um golpe de Estado no dia 12, depois que uma greve geral convocada pelos opositores do governo culminou com uma passeata violenta, deixando mortos e feridos. No mesmo dia, Pedro Carmona, presidente da Fedecámaras [maior associação empresarial do país], é apontado como presidente interino do novo governo de transição.
No dia 13, apoiado por militares simpatizantes do então presidente deposto e indignados com a situação irregular imposta ao país, o vice de Chávez, Diosdado Cabello, assume a Presidência, força a renúncia de Carmona e diz que fica no poder até que Chávez reapareça para assumir suas funções ou renunciar oficialmente à Presidência. Na madrugada do dia seguinte, após dois dias afastado -no golpe de Estado mais rápido da história política da Améria Latina-, Hugo Chávez reassume o governo da Venezuela aclamado pela população.
Leia mais no especial Venezuela
Carmona nega planos de conspiração contra Chávez
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O líder empresarial Pedro Carmona, que assumiu a Presidência da Venezuela durante 28 horas, negou hoje a existência de planos de conspiração para tirar o presidente Hugo Chávez.
"Não houve conspiração, são fábulas que foram construídas", disse por telefone Carmona, que desde terça-feira (16) cumpre prisão domiciliar aplicada por um juiz de Caracas.
Reuters - 12.abr.2002 |
Pedro Carmona, líder do governo de transição da Venezuela |
A procuradoria afirmou que Carmona pode ser julgado por rebelião e usurpação de funções, crimes que têm uma pena de 12 a 24 anos de prisão, caso ele seja considerado culpado.
"Eu não participei de forma alguma de conspirações e de nenhum ato de preparação", disse Carmona, que alegou que foi chamado para ocupar a Presidência interina "quando tudo já havia sido anunciado", se referindo à suposta renúncia de Chávez, um fato que não era real.
Carmona, que disse estar bem de saúde e disposto a enfrentar uma nova etapa em sua vida, falou que "se foram cometidos alguns erros certamente as assumirei com toda a responsabilidade".
O empresário negou que tenha sido usado como bode espiatório por pessoas ou grupos economicamente poderosos para comandar a oposição e assumir um governo manipulado, como dizem alguns artigos de renomados jornalistas venezuelanos que tentam explicar o que aconteceu na crise dos últimos dias.
"Ninguém me manipula. Atuo conforme a minha consciência. Não tenho nem tive ligações econômicas e nem relações com as pessoas que foram mencionadas", disse Carmona, que sem dar nomes estava se referindo ao jovem empresário Isaac Pérez Recao, proprietário da petroquímica Venoco, na qual Carmona é empregado há anos, que é citado pela imprensa como suposto cabeça do esquema que tentou tirar Chávez do poder.
Carmona declarou que, apesar dessa medida tratar de alguns prazos máximos para convocar as eleições, "havia a vontade e decisão de encurtá-los para 90 dias para a Assembléia Nacional e 180 dias máximo para a Presidência".
Histórico
Hugo Chávez sofreu um golpe de Estado no dia 12, depois que uma greve geral convocada pelos opositores do governo culminou com uma passeata violenta, deixando mortos e feridos. No mesmo dia, Pedro Carmona, presidente da Fedecámaras [maior associação empresarial do país], é apontado como presidente interino do novo governo de transição.
No dia 13, apoiado por militares simpatizantes do então presidente deposto e indignados com a situação irregular imposta ao país, o vice de Chávez, Diosdado Cabello, assume a Presidência, força a renúncia de Carmona e diz que fica no poder até que Chávez reapareça para assumir suas funções ou renunciar oficialmente à Presidência. Na madrugada do dia seguinte, após dois dias afastado -no golpe de Estado mais rápido da história política da Améria Latina-, Hugo Chávez reassume o governo da Venezuela aclamado pela população.
Leia mais no especial Venezuela
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