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18/04/2002 - 11h42

Ex-rei afegão diz que não pretende restaurar monarquia

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da Efe, no Cairo

O ex-rei do Afeganistão, Mohamad Zahir Shah, 87, insistiu que não pretende restabelecer a monarquia em seu país, segundo a edição de hoje do jornal árabe "Al Hayat".

Zahir Shah, que chegou hoje ao Afeganistão depois de 29 anos de exílio, vai presidir a Loya Jirga, assembléia tradicional que vai escolher uma liderança e um sistema político para o país, abrindo uma nova etapa depois da derrubada do regime islâmico do Taleban, no fim de 2001.

Reuters - 1.out.2001
Zahir Shah, ex-rei do Afeganistão
Em declarações feitas ao "Al Hayat" antes de retornar hoje ao Afeganistão, Zahir Shah ressaltou que o futuro do país "será decidido pelo povo afegão por meio da eleição de seus representantes na Loya Jirga".

"Essa assembléia elegerá um conselho permanente tradicional similar ao existente antes da invasão soviética" do Afeganistão, em 1979, disse Zahir Shah.

O antigo soberano irá inaugurar em junho a Loya Jirga que decidirá a composição de um governo transitório, com um mandato de dois anos, em substituição à administração interina atual, e com a obrigação de convocar eleições gerais em 2004.

"Ninguém esperava que o país conseguiria sair da escalada de violência, mas a situação mudou com o início de um processo político que, sem dúvida, propiciará um ambiente adequado para constituir a Loya Jirga", afirmou Zahir Shah.

O ex-monarca também afirmou que o povo afegão "está decidido a pôr um fim a qualquer tipo de conflito civil" e acrescentou que "os senhores da guerra participarão, sem dúvida, na reconstrução de um governo central que consolide a tão esperada paz, baseada na segurança e na estabilidade".

O antigo soberano mostrou-se decepcionado com o fato de os pashtus, etnia mais importante do país, a qual ele pertence, perderem sua influência e poder no governo interino de Hamid Karzai, e chamou a atenção para a necessidade de que volte a exercer um papel na administração do Afeganistão.

Volta
Zahir Shah, que retorna ao Afeganistão depois de 29 anos de exílio, chegou hoje à sua residência no centro de Cabul, diretamente do aeroporto.

Um comboio de cerca de 20 veículos, fazendo soar suas sirenes, parou às 12h10 locais (4h40 de Brasília) diante da residência, onde estavam postados muitos guarda-costas e policiais com coletes à prova de balas.

O ex-rei é lembrado como um modernizador do Afeganistão, que deu direito de voto às mulheres e criou a primeira universidade. Fluente em várias línguas e apreciador de poesia persa, ele é acusado por seus críticos de ter vivido alheio aos conflitos nacionais.

Foi derrubado por um primo quando estava de férias na Itália, em setembro de 1973. A partir daí, o país mergulhou num ciclo de guerras civis que matou 1,5 milhão de pessoas, deixou 2 milhões de feridos e fez 5 milhões de refugiados.

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