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19/04/2002 - 04h31

"Foi uma cena apocalíptica", diz testemunha de colisão em Milão

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da Folha de S.Paulo

"Uma cena apocalíptica". Foi assim que o assessor da Secretaria de Transportes da região da Lombardia, que no momento do acidente estava dentro do prédio, descreveu a colisão do monomotor com o edifício Pirellone ao jornal italiano "La Repubblica".

Para Mariangela Garavaglia, secretária que trabalha em um prédio vizinho, a cena lembrou os atentados de 11 de setembro nos EUA. "Ouvi um golpe violentíssimo, virei a cabeça e pensei estar revendo as imagens das Torres Gêmeas em Nova York, pedaços de vidro voavam pelo céu e, depois, a fumaça."

Turistas estrangeiros nas redondezas -o edifício atingido fica a cerca de 200 metros da estação ferroviária central de Milão, na praça Duca D'Aosta- também afirmaram imaginar que se tratasse de um atentado.

"Soou exatamente como o ataque ao World Trade Center", afirmou um turista britânico que estava a quatro quarteirões do prédio na hora do acidente e pediu para não ser identificado. "Parecia que o avião estava sobrevoando a rua onde eu estava, e em seguida ouvi um estrondo."

Ele olhou para cima e viu a cena: um enorme buraco onde costumavam ficar as janelas dos 25º e 26º andares do Pirellone, de onde voavam papéis.

Giovanni Mascolo, que trabalhava no edifício na hora do acidente, disse ao "La Repubblica": "Ouvimos um barulho tremendo, eu estava no 14º andar. A primeira reação, instintivamente, foi abandonar o trabalho e correr para as escadas de emergência. Todos os meus colegas fizeram o mesmo. Saímos do prédio e corremos para um local seguro".

Na calçada, pessoas que trabalhavam no edifício, algumas chorando, também olhavam atordoadas para cima, desesperadamente tentando conseguir um sinal de telefone celular para localizar colegas que não estavam ali.

O aposentado Giannini Miscioscia disse que estava passando de bicicleta pela praça no fim da tarde de ontem. "Vi um pequeno avião voando muito baixo, vindo dali", afirmou, apontando na direção da estação de trem. "Então ouvi a explosão."

"Ouvimos o barulho de turbinas, depois uma enorme explosão, e tudo tremeu", disse uma mulher que estava trabalhando em um prédio vizinho. "Olhamos pela janela e vimos tudo voando pelo ar, papéis, móveis."

Ela afirmou ter visto uma mulher saindo do edifício com as mãos ensanguentadas. Segundo o governo italiano, dezenas de pessoas ficaram feridas.

A polícia isolou a praça, que foi transformada em área de pouso para helicópteros de serviços de emergência, mas centenas de pessoas, atrás da fita amarela, permaneceram observando a cena.

Segundo avião
O assessor do Departamento de Proteção Civil da região, Carlo Lio, afirmou ter visto um segundo avião sobrevoando a região minutos depois da colisão.

"Logo depois de ter ouvido falar do acidente, fui até a janela e vi um outro avião de turismo, vermelho, girar umas duas vezes e depois seguir para o norte", disse Lio, cujo escritório fica a dezenas de metros do Pirellone, ao diário milanês "Corriere della Sera".

A informação não foi confirmada por autoridades italianas ou fontes independentes.

Com agências internacionais

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