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26/04/2002 - 22h11

Secretário dos EUA nega envolvimento em golpe na Venezuela

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da Efe, em Miami (EUA)

O Secretário de Estado Adjunto para a América Latina, Otto Reich, defendeu hoje a política dos Estados Unidos em relação à Venezuela e disse que não se envolveu na tentativa de tirar do poder o presidente Hugo Chávez.

Reich disse no fórum de jornalistas sobre a América Latina organizado pela Universidade Internacional da Flórida que a Administração do presidente George W. Bush "fez o correto, diante das circunstâncias", e que em nenhum momento apoiou a tentativa de romper a ordem constitucional desse país.

Em referência ao ocorrido no dia 11 de abril desse mês, em Caracas, Reich disse que não foi realmente um golpe de Estado, "porque houve um vazio de poder".

"O que aconteceu foi que tiraram o presidente Hugo Chávez, mas ninguém ocupou efetivamente seu posto", disse Reich, que estava ansioso para deixar clara a posição americana, após vários jornais noticiarem que ele manteve comunicação direta com os golpistas.

"Apesar do que escreveu o jornal The New York Times, eu não falei com Pedro Carmona, mas nossa embaixada em Caracas insistiu para que ele não dissolvesse a assembléia nacional", disse Reich. Segundo Reich, o presidente provisório agradeceu a sugestão, mas se recusou a segui-la.

Reich, que tem origem cubana e já foi embaixador na Venezuela, também desmentiu que houvesse militares americanos no Forte Tiuna, onde funcionou o governo provisório de Carmona.

Da mesma forma, também negou informação da revista Time de ele teria apoiado pessoalmente as manifestações nas ruas de Caracas contra o governo de Chávez.

Por não ter funcionários militares no Forte Tiuna, Reich reconheceu que durante dois dias, a partir do dia 11, a administração Bush não teve mais informação além do que diziam os meios de comunicação internacionais e as ligações telefônicas que ele fez e recebeu de Caracas.

Segundo ele, a controversa demora dos Estados Unidos em emitir uma declaração condenando o golpe na Venezuela se deveu a isso.

Reich insistiu que os Estados Unidos, no entanto, foram um dos primeiros países que pediram que se invocasse a carta da Organização de Estados Americanos (OEA), em defesa da estabilidade constitucional de um país membro e contra o rompimento da ordem democrática.

"Não queremos um rompimento da ordem constitucional na Venezuela, nem em qualquer outro país latino-americano", disse o principal responsável pela política do Departamento de Estado para a América Latina.

Ele deixou claro que o Governo americano vai acreditar na palavra do presidente Chávez, após ter voltado ao poder depois de ser detido durante dois dias, de que vai refletir e corrigir os erros cometidos.

Consultado sobre a existência real de uma política americana para a crise econômica da Argentina, Reich disse que os Estados Unidos não são responsáveis pelo que aconteceu nesse país, mas serão os primeiros a ajudá-lo, desde que chegue antes a um acordo com o FMI (Fundo Monetário Internacional).

Em relação à recente votação em Genebra da Comissão de Direitos Humanos das Nações Unidas sobre Cuba, Reich disse que isso tinha sido "um golpe duro" contra o governante Fidel Castro e que mostra o isolamento da ilha.

Leia mais no especial Venezuela
 

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