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01/05/2002 - 18h16

Explosões de carros-bomba em Madri deixaram 17 feridos

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da Folha Online

Os dois carros-bomba que explodiram hoje à tarde em Madri, em ataques reivindicados pelo grupo separatista basco ETA, deixaram 17 pessoas levemente feridas.

A primeira bomba explodiu por volta das 14h55 (9h55 em Brasília) nas proximidades do estádio Santiago Bernabéu, do Real Madrid, horas antes do início da partida do time local contra o Barcelona pela semifinal da Copa dos Campeões da Europa. Centenas de torcedores circulavam pela região desde a manhã. O cancelamento do jogo chegou a ser cogitado, mas ele ocorreu normalmente.

A polícia conseguiu isolar a área próxima ao estádio após um telefonema em nome do ETA (Pátria Basca e Liberdade, na sigla em basco), avisando sobre a bomba, minutos antes da explosão. A ligação foi feita ao jornal pró-independência basca Gara, localizado na cidade de San Sebastián, no País Basco (norte da Espanha).

Menos de uma hora depois, uma segunda explosão de menor intensidade aconteceu no outro lado da cidade. Ninguém ficou ferido. Para a polícia, essa segunda explosão teria visado destruir o carro usado pelos terroristas.

Nas ruas ao redor do estádio, onde milhares de torcedores chegavam para o jogo, a atmosfera era de tensão após a explosão. Membros de uma das mais violentas torcidas organizadas do Real Madrid, a "Ultra Sur", se enfrentou com policiais e repórteres presentes, segundo testemunhas.

"Pedaços do carro voaram pelos ares e começou um incêndio, com muita fumaça. Então percebemos que era uma bomba", disse o comerciante ambulante Raul Limo.

O carro-bomba foi estacionado no lado oposto ao estádio no Paseo de la Castellana, em frente a um edifício comercial de 30 andares chamado "Torre Europa".

"Não vi muitas pessoas na calçada, mas se a explosão tivesse sido 50 metros adiante, poderia ter sido um massacre", disse Joaquín Maroto, porta-voz do Real Madrid.

Apesar de muitos carros terem ficado sujos pela fumaça, os estragos materiais causados pela bomba pareciam estar restritos à área no entorno da entrada do edifício.

O tráfego na região foi reaberto cerca de duas horas após o incidente, e a partida foi jogada normalmente, com cerca de 75 mil espectadores.

O primeiro-ministro espanhol, José María Aznar, condenou os ataques. "Não vai haver nada nem ninguém que faça com que o governo ou a sociedade espanhola se desviem dos objetivos que traçaram para derrotar os terroristas e seus cúmplices", disse ele de Washington, onde participa de uma cúpula EUA-União Européia.

Os separatistas bascos vêm mantendo uma forte ofensiva desde o fim de 1999, quando o grupo rompeu uma trégua que já durava 14 meses. Em mais de três décadas de luta pela independência do País Basco (que compreende parte do norte da Espanha e do sudoeste da França), mais de 800 pessoas já morreram em ataques atribuídos ao ETA.

Há menos de duas semanas, um outro carro-bomba atribuído ao ETA já havia explodido próximo ao estádio Santiago Bernabéu, danificando prédios e carros, mas sem deixar vítimas.

Desde 1968, quando começou sua campanha de independência, o grupo basco já matou mais de 800 pessoas. Foram 39 vítimas fatais desde janeiro de 2000, quando o ETA encerrou um cessar-fogo de um ano e meio.

O governo espanhol vem apertando o cerco aos membros do grupo nos últimos tempos. Nesta semana, a polícia apreendeu armas e documentos em uma casa suspeita, e um veículo supostamente pertencente ao grupo na França. Onze terroristas foram presos nas últimas semanas.

Com informações da Folha de S.Paulo e das agências internacionais

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