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03/05/2002
-
08h35
da Efe, em Jerusalém
O primeiro-ministro israelense, Ariel Sharon, que hoje reiterou seu apoio à criação de um Estado palestino, disse que apresentará ao presidente americano, George W. Bush, "um plano de paz sério, como Israel nunca ofereceu".
Entretanto, os EUA, a Rússia e a UE (União Européia) já deram a largada para uma nova conferência internacional para o Oriente Médio.
Sharon se reuniu hoje com os membros do gabinete de segurança israelense -composto pelos líderes de cada partido dentro de sua coalizão de governo- para preparar a visita a Washington e informar-lhes de sua iniciativa de paz em termos gerais.
"Apresentarei um plano sério, possivelmente o mais sério que Israel já ofereceu até agora para alcançar a paz no Oriente Médio, entre nós e os palestinos", declarou Sharon a uma rede de televisão americana.
Por enquanto, não foram conhecidos os detalhes da proposta mas acredita-se que o plano se divida em várias fases e vise a criação de um Estado palestino independente com restrições à sua capacidade militar e várias "zonas de obstrução" em poder de Israel.
As "zonas de obstrução", que estariam em território palestino, fazem parte da estratégia do primeiro-ministro israelense "para impedir a entrada de terroristas no 'coração' de Israel".
Financiamento
O plano, segundo o premiê israelense, será "muito caro". Por isso, Israel buscará a ajuda dos EUA para financiá-lo.
A visita de Sharon a Washington foi acertada no último fim de semana durante as conversas entre o secretário de Estado dos EUA, Colin Powell, e o próprio primeiro-ministro israelense, que levaram ao acordo que permitiu na quarta (1º) a libertação do líder palestino Iasser Arafat.
O plano de Sharon também incluiria o alojamento de tropas em parte da Cisjordânia, cercas de segurança, canais ao longo da linha fronteiriça e controles de entrada em Israel.
Mas essa proposta de Sharon -que não tem o apoio dos mais destacados dirigentes de seu próprio partido, Likud, que ainda rejeita oficialmente a criação de um Estado palestino- já foi ofuscada por uma nova iniciativa dos EUA, da UE, da Rússia e da ONU (Organização das Nações Unidas) para convocar uma conferência internacional de paz para o Oriente Médio, como Powell anunciou ontem.
Na primeira conferência de paz sobre o Oriente Médio, que aconteceu em Madri em 1991, co-presidida pelos Estados Unidos e pela Rússia, foi ratificado o princípio de "paz por territórios", pelo qual palestinos e israelenses alcançaram acordos interinos de paz.
Fontes próximas ao primeiro-ministro disseram que Sharon não irá se opor a tratar com Bush uma nova conferência internacional de paz e lembraram que ele mesmo delineou essa possibilidade durante a última visita de Powell à região, no mês passado.
Quarteto
No entanto, fontes diplomáticas americanas esclareceram hoje que a iniciativa internacional do "quarteto de Madri" -como o jornal israelense "Haaretz" chama o conjunto de mediadores dos EUA, da UE, da Rússia e da ONU- não tem nada a ver com a do primeiro-ministro israelense.
No encontro com Bush, previsto para segunda (6) ou terça (7), Sharon também não será contra o estudo da "iniciativa saudita", que estabelece o reconhecimento árabe a Israel, em troca de uma retirada de todos os territórios que ocupou na Guerra dos Seis Dias (1967) e a criação de um Estado palestino de forma imediata.
Bush reiterou seu apoio à essa iniciativa no fim de semana passado, durante uma visita do príncipe-herdeiro saudita, Abdullah, a Washington, na qual ambos teriam concordado também a "pressionar" Israel e a Autoridade Nacional Palestina para levar seus representantes à mesa de negociações.
Em qualquer caso, Sharon seguirá insistindo em Washington em sua política de desacreditar e marginalizar Arafat como dirigente do povo palestino e sócio potencial para um acordo de paz.
Fontes diplomáticas disseram hoje que o primeiro-ministro levará consigo um relatório de cem páginas, feito pelos serviços de informação do Exército -a pedido de uma comissão política-, com "provas" sobre o envolvimento de Arafat em atentados contra alvos israelenses.
Trata-se de documentos confiscados pelo Exército israelense da Autoridade Nacional Palestina durante sua ofensiva militar de abril na Cisjordânia e na faixa de Gaza. Segundo Israel, as supostas provas mostram que Arafat concede ajuda financeira a militantes das Brigadas do Mártires de Al Aqsa, o braço armado do Fatah (grupo político ligado a Arafat), envolvidos em atentados terroristas.
Para reforçar sua tese, Sharon viajará para Washington acompanhado pelo chefe da polícia israelense, Shlomo Aharonishky, e a encarregada dos serviços de informação no Exército de Terra, a coronel Miri Eizen, além dos ministros de Interior e Educação, Eli Yishai e Limor Livnat, respectivamente.
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Sharon diz que apresentará a Bush "um plano de paz sério"
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O primeiro-ministro israelense, Ariel Sharon, que hoje reiterou seu apoio à criação de um Estado palestino, disse que apresentará ao presidente americano, George W. Bush, "um plano de paz sério, como Israel nunca ofereceu".
Entretanto, os EUA, a Rússia e a UE (União Européia) já deram a largada para uma nova conferência internacional para o Oriente Médio.
Reuters - 9.abr.2002 |
Ariel Sharon, primeiro-ministro de Israel |
"Apresentarei um plano sério, possivelmente o mais sério que Israel já ofereceu até agora para alcançar a paz no Oriente Médio, entre nós e os palestinos", declarou Sharon a uma rede de televisão americana.
Por enquanto, não foram conhecidos os detalhes da proposta mas acredita-se que o plano se divida em várias fases e vise a criação de um Estado palestino independente com restrições à sua capacidade militar e várias "zonas de obstrução" em poder de Israel.
As "zonas de obstrução", que estariam em território palestino, fazem parte da estratégia do primeiro-ministro israelense "para impedir a entrada de terroristas no 'coração' de Israel".
Financiamento
O plano, segundo o premiê israelense, será "muito caro". Por isso, Israel buscará a ajuda dos EUA para financiá-lo.
A visita de Sharon a Washington foi acertada no último fim de semana durante as conversas entre o secretário de Estado dos EUA, Colin Powell, e o próprio primeiro-ministro israelense, que levaram ao acordo que permitiu na quarta (1º) a libertação do líder palestino Iasser Arafat.
O plano de Sharon também incluiria o alojamento de tropas em parte da Cisjordânia, cercas de segurança, canais ao longo da linha fronteiriça e controles de entrada em Israel.
Mas essa proposta de Sharon -que não tem o apoio dos mais destacados dirigentes de seu próprio partido, Likud, que ainda rejeita oficialmente a criação de um Estado palestino- já foi ofuscada por uma nova iniciativa dos EUA, da UE, da Rússia e da ONU (Organização das Nações Unidas) para convocar uma conferência internacional de paz para o Oriente Médio, como Powell anunciou ontem.
Na primeira conferência de paz sobre o Oriente Médio, que aconteceu em Madri em 1991, co-presidida pelos Estados Unidos e pela Rússia, foi ratificado o princípio de "paz por territórios", pelo qual palestinos e israelenses alcançaram acordos interinos de paz.
Fontes próximas ao primeiro-ministro disseram que Sharon não irá se opor a tratar com Bush uma nova conferência internacional de paz e lembraram que ele mesmo delineou essa possibilidade durante a última visita de Powell à região, no mês passado.
Quarteto
No entanto, fontes diplomáticas americanas esclareceram hoje que a iniciativa internacional do "quarteto de Madri" -como o jornal israelense "Haaretz" chama o conjunto de mediadores dos EUA, da UE, da Rússia e da ONU- não tem nada a ver com a do primeiro-ministro israelense.
No encontro com Bush, previsto para segunda (6) ou terça (7), Sharon também não será contra o estudo da "iniciativa saudita", que estabelece o reconhecimento árabe a Israel, em troca de uma retirada de todos os territórios que ocupou na Guerra dos Seis Dias (1967) e a criação de um Estado palestino de forma imediata.
Bush reiterou seu apoio à essa iniciativa no fim de semana passado, durante uma visita do príncipe-herdeiro saudita, Abdullah, a Washington, na qual ambos teriam concordado também a "pressionar" Israel e a Autoridade Nacional Palestina para levar seus representantes à mesa de negociações.
Em qualquer caso, Sharon seguirá insistindo em Washington em sua política de desacreditar e marginalizar Arafat como dirigente do povo palestino e sócio potencial para um acordo de paz.
Fontes diplomáticas disseram hoje que o primeiro-ministro levará consigo um relatório de cem páginas, feito pelos serviços de informação do Exército -a pedido de uma comissão política-, com "provas" sobre o envolvimento de Arafat em atentados contra alvos israelenses.
Trata-se de documentos confiscados pelo Exército israelense da Autoridade Nacional Palestina durante sua ofensiva militar de abril na Cisjordânia e na faixa de Gaza. Segundo Israel, as supostas provas mostram que Arafat concede ajuda financeira a militantes das Brigadas do Mártires de Al Aqsa, o braço armado do Fatah (grupo político ligado a Arafat), envolvidos em atentados terroristas.
Para reforçar sua tese, Sharon viajará para Washington acompanhado pelo chefe da polícia israelense, Shlomo Aharonishky, e a encarregada dos serviços de informação no Exército de Terra, a coronel Miri Eizen, além dos ministros de Interior e Educação, Eli Yishai e Limor Livnat, respectivamente.
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