Lago prestes a transbordar ameaça destruir oleoduto na China

O lago Tangjiashan, formado na província de Sichuan após o terremoto que atingiu a China em maio e que está prestes a transbordar, levou a Corporação Petroquímica Nacional da China (CNPC, na sigla em inglês) a advertir que pode destruir o oleoduto da companhia na região.

Segundo a agência oficial Xinhua, o nível das águas do lago, no distrito de Beichuan, superou os 739 metros de altura, a apenas 56 centímetros do limite do dique de contenção --formado com rochas e escombros após o tremor de 12 de maio.

"Estimamos que o nível das águas aumentará lentamente e começará a transbordar depois das 5h (de Brasília)", disse Rao Xiping, chefe da estação de Beichuan, pertencente ao departamento de Recursos Hídricos de Mianyang.

O lago, que armazena mais de 200 milhões de metros cúbicos de água, ameaça também o duto de combustível da companhia petrolífera CNPC, que une as cidades de Chengdu e Chongqing e está localizado a 60 km do local.

O oleoduto, que atravessa quatro províncias e municípios da China, é o único a levar petróleo refinado para as regiões do sudoeste do país, e transporta anualmente mais de seis milhões de toneladas de petróleo.

Drenagem

A CNPC afirmou ter preparado um plano de emergência para o caso do incidente. Os especialistas esperam o momento adequado para iniciar a drenagem da água, prevista para esta quinta-feira.

O risco de transbordamento do lago forçou a retirada de mais de 250 mil pessoas da região.

No fim de semana passado, tropas do Exército extraíram mais de 135 mil metros cúbicos de terra e rochas para completar a construção de um canal com o objetivo de drenar o lago Tangjiashan.

O tremor, de 7,9 graus na escala Richter, já deixou 69.127 mortos, provocou o surgimento de 34 novos lagos, dos quais 28 correm o risco de transbordar.

Segundo os últimos números do governo chinês, ainda há cerca de 17 mil desaparecidos.