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ONU diz que presos foram mortos em Mianmar por causa de ciclone
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da Efe, em Genebra
Um número indeterminado de presos de uma prisão de Yangun morreu por disparos da polícia e militares birmaneses no dia 2 de maio, mesmo dia em que o país foi atingido pelo ciclone Nargis, denunciou nesta sexta-feira o relator especial da ONU (Organização das Nações Unidas) para a situação dos direitos humanos em Mianmar, Tomás Ojea Quintana.
O argentino, que apresentou hoje seu relatório ao Conselho de Direitos Humanos, disse que no dia da passagem do ciclone, muitos dos telhados de zinco da prisão de Insein, em Yangun, arrebentaram e uma parte do edifício ficou destruída.
Arte Folha Online |
"Cerca de mil presos foram obrigados a se reunir na principal sala da prisão, que foi fechada a chave. Os presos, aparentemente, entraram em pânico, o que criou o caos na sala. Para restabelecer a ordem, foi chamada a polícia antidistúrbios e soldados, que abriram fogo", aponta o relatório.
"Um certo número de prisioneiros morreu na operação", ressalta o relator, que exige que as autoridades realizem "uma investigação transparente para esclarecer os fatos e identificar os autores dos assassinatos arbitrários". Quintana assumiu o cargo em 1º de maio em substituição ao brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro.
No documento, ele ressalta que o governo de um país é "o principal responsável de fornecer ajuda e proteção a um país e tem a obrigação de fazer de tudo para evitar ou reduzir o impacto negativo perante a população dos desastres naturais".
Quintana lamenta também que muitos dos detidos na repressão às manifestações em favor da democracia de agosto e setembro de 2007 ainda não tenham sido libertados.
O relator critica o fato de não terem sido investigadas as mortes de 31 pessoas nesses fatos --que estão incluídas no relatório elaborado por seu antecessor no cargo.
Além disso, o funcionário da ONU afirma que pediu permissão às autoridades de Yangun para efetuar uma missão a Mianmar e estudar o impacto do devastador ciclone Nargis na situação dos direitos humanos, mas que, até o momento de redigir o relatório, não recebeu resposta.
Por fim, Quintana critica que a Junta Militar tenha mantido a data de 10 de maio para a realização do plebiscito constitucional, apesar das trágicas conseqüências da passagem do ciclone, que oficialmente deixou mais de 77 mil mortos e 56 mil desaparecidos em Mianmar.
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