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07/05/2002 - 19h44

Ataque suicida mata 16 e fere 60 em Israel

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da Folha Online

Um atentado suicida em Israel deixou pelo menos 16 mortos e 60 feridos. A explosão ocorreu em um edifício em que havia um clube de bilhar e um salão de festas na cidade de Rishon Letzion, ao sul de Tel Aviv, às 23h03 (17h03 em Brasília).

O braço militar do grupo extremista islâmico Hamas reivindicou a autoria do ataque em comunicados à agência France Presse e a uma TV libanesa, mas o porta-voz do grupo terrorista, Mahmoud Zahar, afirmou que não poderia confirmar.

"Nós não temos informações mais específicas, a não ser o que estamos vendo pela TV, mas se é uma operação de martírio, isso significa que Israel perdeu sua guerra contra os palestinos e a resistência palestina provou que é capaz de alcançar o inimigo em qualquer lugar."

Segundo relatos de funcionários dos serviços de resgate, grande parte do telhado do edifício desabou após a explosão, soterrando dezenas de pessoas.

"O suicida palestino entrou no clube de bilhar e se explodiu", disse o comandante de polícia Haim Cohen. Emissora de TV israelenses informaram que os explosivos estavam numa pasta que o terrorista carregava.

A ação poderia motivar novas retaliações do Exército de Israel contra alvos palestinos num momento em que os enfrentamentos na Cisjordânia começavam a diminuir, após retirada das tropas israelenses de cidades reocupadas no último mês.

"Está claro que a Autoridade Nacional Palestina (ANP) não abandonou suas ações de terror e não desistiu de trilhar um caminho assassino", disse David Baker, assessor do premiê israelense, Ariel Sharon. Israel acusa o presidente da ANP, Iasser Arafat, de incentivar atos terroristas.

O incidente também poderia prejudicar iniciativas diplomáticas para a paz que começavam a ganhar forma. No momento do ataque terrorista, Sharon, se encontrava na Casa Branca com o presidente dos EUA, George W. Bush, para debater uma solução para a crise no Oriente Médio.

Logo após saber do atentado Sharon decidiu cancelar os compromissos que tinha em Washington e Nova York e voltar imediatamente para Tel Aviv.

O atentado ocorreu num prédio situado no coração de um novo bairro industrial de Rishon Letzion, cidade satélite de Tel Aviv de cerca de 100 mil habitantes.

Ambulâncias e integrantes do corpo de bombeiros se dirigiram imediatamente ao local _onde lia-se numa placa "Sheffield Club, snooker, cafeteria" _, transferindo os feridos a cinco hospitais diferentes.

Em entrevista à rádio Israel, uma israelense, Hanit Azulai, disse ter ouvido "uma grande explosão" quando voltava para casa. "Eu virei a esquina e vi o prédio inteiro voar em frente aos meus olhos", exclamou ela.

"Não sei se foi um ataque terrorista. Eu só fugi de lá", afirmou outra testemunha ocular, identificado pela emissora apenas como Oren.

Este foi o primeiro ataque suicida bem sucedido em Israel desde 12 de abril, quando uma mulher-bomba palestina matou seis pessoas e feriu 84 em um ponto de ônibus próximo ao mercado de Mahane Yehuda, em Jerusalém. O Exército afirma ter impedido várias outras ações do gênero desde aquela data.

No final de março, uma onda de ações suicidas diárias com a morte de mais de 100 civis em grandes centros de Israel levou o governo do país a lançar a operação "Muro Protetor", maior ofensiva militar do país na Cisjordânia desde a Guerra dos Seis Dias, em 1967.

Dezenas de palestinos morreram e mais de mil foram presos ao longo da campanha, cujo objetivo anunciado era "destruir a infra-estrutura do terror".

Críticos do governo de Ariel Sharon diziam que, por mais que ele destruísse fábricas de bombas e prendesse militantes de grupos extremistas, em poucas semanas essas organizações teriam capacidade de promover novos atentados.

Com agências internacionais

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