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11/05/2002
-
14h25
da Efe, em Caracas
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, disse hoje que houve intervenção estrangeira no golpe de 11 de abril que o afastou do poder durante temporariamente, mas ressalvou que não foi comprovado que tal participação foi promovida por um governo.
"Sem dúvida houve participação estrangeira. Mas peço a Deus que nenhum governo estrangeiro tenha participado diretamente", declarou Chávez em uma entrevista para informativos comunitários veiculada hoje pelo canal estatal de televisão.
O governante afirmou que já estão sendo investigadas as características e o alcance dessa intervenção, e afirmou que "se alguém pretendeu violar a soberania venezuelana, fracassou".
Como provas dessa participação presença estrangeira no golpe, Chávez citou a presença de uma embarcação e de aviões de guerra, presumivelmente estrangeiros, em águas venezuelanas no dia 13 de abril, e a captura de quatro franco-atiradores estrangeiros.
O presidente disse que está sendo investigada a procedência e a identidade da embarcação de guerra que em 13 de abril entrou em águas venezuelanas perto da península de Paraguaná, na região oeste, e o que faziam o helicóptero do navio e outros dois aviões militares que o voaram próximo a ele.
Chávez afirmou que esses movimentos foram captados pelos radares venezuelanos, cujos operadores informaram o governo do empresário Pedro Carmona, que não fez nada a respeito. "Espero que a presença do navio seja uma coincidência e que não esteja relacionada com o golpe", disse o presidente, cuja derrocada se estendeu da madrugada do dia 12 até a do dia 14 de abril.
Quanto aos franco-atiradores, o presidente informou que tinham documentos de identidade estrangeiros e levavam armas com mira telescópica. Chávez disse que eles [os franco-atiradores] foram capturados por membros da guarda presidencial em um hotel muito próximo ao palácio de Miraflores, sede do governo, e que foram levados para a sede central da polícia de segurança do estado (Disip).
O governante disse que os quatro franco-atiradores, cuja nacionalidade não foi revelada, "foram libertados pelo governo ditatorial", que também sumiu com as fotos e os documentos nos quais estavam seus dados.
Chávez afirmou que foram os franco-atiradores que dispararam contra a população em 11 de abril, ocasião em que morreram cerca de 15 pessoas e que serviu de desculpa para um setor militar se rebelar. O presidente venezuelano disse que também houve evidência da participação estrangeira no Forte Tiuna, principal guarnição militar de Caracas, mas não ofereceu detalhes sobre o assunto.
Meios de comunicação locais e americanos informaram que dois oficiais da missão militar americana em Caracas estiveram reunidos com os generais golpistas, mas porta-vozes da embaixada venezuelana divulgaram que sua missão foi a de obter informações sobre o que estava ocorrendo.
Chávez admitiu que seu governo "continua sob ameaça, e continuará durante muitos anos", por isso pediu que as forças populares melhorem sua organização e o nível de conscientização de seus membros. "Enquanto o povo e os militares constitucionalistas, que foram os que permitiram o retorno da democracia ao país, estiverem conscientes, aqueles que tentam deter esta revolução não terão êxito", declarou o presidente.
Deste modo, pediu um castigo exemplar aos que realizaram os assassinatos em 11 de abril, rogando aos venezuelanos que tenham confiança nas instituições encarregadas de investigar os fatos e estabelecer as responsabilidades do ocorrido.
Leia mais no especial Venezuela
Chávez afirma que houve participação estrangeira no golpe
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O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, disse hoje que houve intervenção estrangeira no golpe de 11 de abril que o afastou do poder durante temporariamente, mas ressalvou que não foi comprovado que tal participação foi promovida por um governo.
"Sem dúvida houve participação estrangeira. Mas peço a Deus que nenhum governo estrangeiro tenha participado diretamente", declarou Chávez em uma entrevista para informativos comunitários veiculada hoje pelo canal estatal de televisão.
O governante afirmou que já estão sendo investigadas as características e o alcance dessa intervenção, e afirmou que "se alguém pretendeu violar a soberania venezuelana, fracassou".
Reuters - 14.abr.2002 |
Hugo Chávez, presidente da Venezuela |
O presidente disse que está sendo investigada a procedência e a identidade da embarcação de guerra que em 13 de abril entrou em águas venezuelanas perto da península de Paraguaná, na região oeste, e o que faziam o helicóptero do navio e outros dois aviões militares que o voaram próximo a ele.
Chávez afirmou que esses movimentos foram captados pelos radares venezuelanos, cujos operadores informaram o governo do empresário Pedro Carmona, que não fez nada a respeito. "Espero que a presença do navio seja uma coincidência e que não esteja relacionada com o golpe", disse o presidente, cuja derrocada se estendeu da madrugada do dia 12 até a do dia 14 de abril.
Quanto aos franco-atiradores, o presidente informou que tinham documentos de identidade estrangeiros e levavam armas com mira telescópica. Chávez disse que eles [os franco-atiradores] foram capturados por membros da guarda presidencial em um hotel muito próximo ao palácio de Miraflores, sede do governo, e que foram levados para a sede central da polícia de segurança do estado (Disip).
O governante disse que os quatro franco-atiradores, cuja nacionalidade não foi revelada, "foram libertados pelo governo ditatorial", que também sumiu com as fotos e os documentos nos quais estavam seus dados.
Chávez afirmou que foram os franco-atiradores que dispararam contra a população em 11 de abril, ocasião em que morreram cerca de 15 pessoas e que serviu de desculpa para um setor militar se rebelar. O presidente venezuelano disse que também houve evidência da participação estrangeira no Forte Tiuna, principal guarnição militar de Caracas, mas não ofereceu detalhes sobre o assunto.
Meios de comunicação locais e americanos informaram que dois oficiais da missão militar americana em Caracas estiveram reunidos com os generais golpistas, mas porta-vozes da embaixada venezuelana divulgaram que sua missão foi a de obter informações sobre o que estava ocorrendo.
Chávez admitiu que seu governo "continua sob ameaça, e continuará durante muitos anos", por isso pediu que as forças populares melhorem sua organização e o nível de conscientização de seus membros. "Enquanto o povo e os militares constitucionalistas, que foram os que permitiram o retorno da democracia ao país, estiverem conscientes, aqueles que tentam deter esta revolução não terão êxito", declarou o presidente.
Deste modo, pediu um castigo exemplar aos que realizaram os assassinatos em 11 de abril, rogando aos venezuelanos que tenham confiança nas instituições encarregadas de investigar os fatos e estabelecer as responsabilidades do ocorrido.
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