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20/05/2002
-
14h20
da Deutsche Welle, em Berlim
Os protestos organizados para a visita do presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, a Berlim, nos dias 22 e 23, estão gerando grande contenda partidária na Alemanha.
O candidato a chanceler federal pela oposição de centro-direita, Edmundo Stoiber, criticou duramente os organizadores das manifestações e jogou a culpa no seu concorrente na disputa eleitoral, o chefe de governo Gerhard Schröder. Stoiber considerou "vergonhoso" que deputados dos partidos governistas social-democrata (SPD) e Verde, bem como do PDS neocomunista, queiram participar dos protestos contra a política externa de Bush.
"Schröder nem sequer tentou impedir essa afronta e levar os partidos coligados de volta à sensatez", criticou o candidato da União Democrata-Cristã (CDU) e União Social-Cristã (CSU) à chefia de governo.
Stoiber acha que pega muito mal para a imagem da Alemanha na América "se enquanto o chanceler federal recepciona o presidente americano no Parlamento (Bundestag) parceiros de coalizão fazem balbúrdia do lado de fora". Ele acusou o ministro de Relações Exteriores, Joschka Fischer, de não ter engajado o seu partido [o Verde] "na questão existencial das relações teuto-americanas".
Serenidade na Casa Branca
Enquanto as manifestações anti-Bush planejadas geram celeuma em Berlim, a Casa Branca reage com aparente serenidade. Assim como os pequenos conflitos nas relações teuto-americanas, os protestos fazem parte da democracia, disseram fontes do governo americano.
Diplomatas em Washington destacam que os alemães mostraram como são fortes as relações teuto-americanas com a sua solidariedade depois dos atentados de 11 de setembro.
Firmas e pessoas físicas alemãs doaram mais de 25 milhões de euros (R$ 43,6 milhões) às famílias das vítimas e Schröder foi o primeiro chefe de governo europeu a oferecer apoio ilimitado no combate ao terrorismo. A promessa foi cumprida tão logo o Pentágono apresentou uma lista de desejos aos aliados europeus na Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte).
Discurso histórico
Será a segunda visita de Bush à Europa, como presidente, mas à Alemanha, Rússia e França será a primeira vez. A novidade histórica em Berlim será o seu discurso no Reichtag. Outros presidentes americanos já discursaram no Parlamento alemão, mas ele será o primeiro a falar nesse lugar. Sua viagem de oito dias ao velho Continente tem grande valor simbólico.
O seu pai é tido como um dos arquitetos da unificação alemã e é um símbolo do engajamento americano para a liberdade e a democracia na Europa do pós-guerra.
Desarmamento
De Berlim, onde será protegido por 10 mil policiais, Bush seguirá na quinta-feira (23) para Moscou. Na capital russa, ele vai assinar com o presidente Vladimir Putin um acordo de desarmamento estratégico, para reduzir em até dois terços as ogivas nucleares dos dois lados.
Para o lado americano, o acordo é um dos últimos grandes de desarmamento, que encerra, definitivamente, a época da Guerra Fria com suas corridas armamentistas dos dois lados do Atlântico.
Protestos contra Bush na Alemanha geram controvérsia
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Os protestos organizados para a visita do presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, a Berlim, nos dias 22 e 23, estão gerando grande contenda partidária na Alemanha.
O candidato a chanceler federal pela oposição de centro-direita, Edmundo Stoiber, criticou duramente os organizadores das manifestações e jogou a culpa no seu concorrente na disputa eleitoral, o chefe de governo Gerhard Schröder. Stoiber considerou "vergonhoso" que deputados dos partidos governistas social-democrata (SPD) e Verde, bem como do PDS neocomunista, queiram participar dos protestos contra a política externa de Bush.
"Schröder nem sequer tentou impedir essa afronta e levar os partidos coligados de volta à sensatez", criticou o candidato da União Democrata-Cristã (CDU) e União Social-Cristã (CSU) à chefia de governo.
Stoiber acha que pega muito mal para a imagem da Alemanha na América "se enquanto o chanceler federal recepciona o presidente americano no Parlamento (Bundestag) parceiros de coalizão fazem balbúrdia do lado de fora". Ele acusou o ministro de Relações Exteriores, Joschka Fischer, de não ter engajado o seu partido [o Verde] "na questão existencial das relações teuto-americanas".
Serenidade na Casa Branca
Enquanto as manifestações anti-Bush planejadas geram celeuma em Berlim, a Casa Branca reage com aparente serenidade. Assim como os pequenos conflitos nas relações teuto-americanas, os protestos fazem parte da democracia, disseram fontes do governo americano.
Diplomatas em Washington destacam que os alemães mostraram como são fortes as relações teuto-americanas com a sua solidariedade depois dos atentados de 11 de setembro.
Firmas e pessoas físicas alemãs doaram mais de 25 milhões de euros (R$ 43,6 milhões) às famílias das vítimas e Schröder foi o primeiro chefe de governo europeu a oferecer apoio ilimitado no combate ao terrorismo. A promessa foi cumprida tão logo o Pentágono apresentou uma lista de desejos aos aliados europeus na Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte).
Discurso histórico
Será a segunda visita de Bush à Europa, como presidente, mas à Alemanha, Rússia e França será a primeira vez. A novidade histórica em Berlim será o seu discurso no Reichtag. Outros presidentes americanos já discursaram no Parlamento alemão, mas ele será o primeiro a falar nesse lugar. Sua viagem de oito dias ao velho Continente tem grande valor simbólico.
O seu pai é tido como um dos arquitetos da unificação alemã e é um símbolo do engajamento americano para a liberdade e a democracia na Europa do pós-guerra.
Desarmamento
De Berlim, onde será protegido por 10 mil policiais, Bush seguirá na quinta-feira (23) para Moscou. Na capital russa, ele vai assinar com o presidente Vladimir Putin um acordo de desarmamento estratégico, para reduzir em até dois terços as ogivas nucleares dos dois lados.
Para o lado americano, o acordo é um dos últimos grandes de desarmamento, que encerra, definitivamente, a época da Guerra Fria com suas corridas armamentistas dos dois lados do Atlântico.
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