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21/05/2002 - 11h19

Qualquer ação indiana pode dar início a guerra, diz Paquistão

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da France Presse, em Islamabad (Paquistão)

O governo do Paquistão avisou hoje que qualquer ação da Índia no território paquistanês provocará represálias, enquanto os analistas consideram que a ação desataria sem dúvida um conflito de grande proporções entre as duas potências nucleares.

O porta-voz militar do governo paquistanês, o general Rashid Qureshi, declarou hoje que "qualquer incursão no território paquistanês ou na Caxemira sob controle paquistanês receberá uma resposta forte".

Para os analistas, os sinais recebidos de Nova Déli parecem mostrar que o governo indiano está decidido a lançar ataques limitados no que poderiam ser considerados como campos de militantes na parte da Caxemira sob controle paquistanês.

"Se isso chegar a acontecer, provocará com certeza uma resposta paquistanesa e a situação pode piorar", afirmou Jalid Mahmud, analista político do instituto de estudos regionais em Islamabad.

O presidente do Paquistão, Pervez Musharraf, convocou uma série de reuniões com os diretores da imprensa e dirigentes políticos. Além disso fez uma sessão em conjunto do governo e do conselho de segurança para estudar a tensão militar.

"Estamos muito próximo da guerra. Isto pode acontecer a qualquer momento, é o extremo da loucura", disse o escritor e cientista político Imtiaz Alam. Os dois países já têm cerca de 1 milhão de homens na fronteira, que trocam tiros todos os dias ao longo da "linha de controle" que divide em duas a Caxemira, região do Himalaia disputada pelas duas potências desde sua divisão em 1947.

Duas das três guerras que travaram foram causadas por essa questão. As operações na fronteira aumentaram depois que a Índia responsabilizou na semana passada combatentes do Paquistão por um ataque em Jammu, capital de verão da Caxemira indiana, que causou 35 mortes, a maioria de esposas e filhos de militares.

Um especialista em defesa, Afzal Niazi, acredita que será difícil para o governo indiano ignorar as pressões internas para uma ação militar na Caxemira. "Nenhum dos dois governos pode se permitir cair diante dos olhos de sua opinião pública", afirmou.

"Os indianos não podem ficar sem fazer nada depois de ter colocado tropas ali durante seis meses e os paquistaneses não podem retroceder de sua posição reforçada aos poucos em resposta a qualquer agressão", declarou.

O primeiro reforço na fronteira aconteceu depois de um ataque em dezembro contra o Parlamento de Nova Déli, cuja autoria é imputada pelos indianos a terroristas vindos do Paquistão.

Leia mais no especial Conflito Índia-Paquistão
 

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