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23/05/2002 - 07h55

Tensão na Caxemira faz Paquistão pedir repatriação de soldados à ONU

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da Folha Online

O Paquistão pediu às Nações Unidas a repatriação de suas tropas que se encontram atualmente em missão de paz em Serra Leoa, anunciou hoje um porta-voz militar. O Paquistão conta com uma brigada de capacetes azuis em Serra Leoa, segundo o general Rashid Qureshi, porta-voz militar do Paquistão.

Ontem, A União Européia (UE) pediu à Índia que amenize suas ameaças na disputa pela Caxemira e ao Paquistão que cumpra sua promessa de combater os militantes muçulmanos.

"A União Européia e a Índia têm interesses comuns na luta contra o terrorismo, mas ao mesmo tempo consideramos que a escalada das ameaças verbais é o mecanismo mais inapropriado para combatê-lo", disse um diplomata europeu, que pediu anonimato.



O primeiro-ministro britânico, Tony Blair, pediu às duas nações - portadoras de armas nucleares- que "parem e reflitam" antes de iniciar um conflito.

Com exceção do Reino Unido -antiga potência colonial da região-, o resto da União Européia nunca teve um papel diplomático ou econômico importante no sul da Ásia. Apesar disso, os europeus determinaram que seu comissário de Política Externa, Chris Patten, visite Nova Déli para tentar intervir e evitar uma guerra.

"Ele não está em missão de paz, mas dada a tensão, ele decidiu ir", disse o porta-voz da Comissão Européia Michael Curtis.

O diplomata europeu disse que o presidente do Paquistão, Pervez Musharraf, precisa cumprir sua promessa de desativar os grupos que agem a partir do seu país para conseguir a expulsão dos indianos da Caxemira. "Nossa mensagem é de moderação, ação sobre os compromissos e cautela", disse o diplomata europeu.

Os dois países disputam o poder do território da Caxemira. Atualmente, dois terços do território estão sob domínio indiano e o restante sob controle do Paquistão e da China. Das três guerras travadas desde a independência (1947), duas delas foram por causa da Caxemira.

A situação entre Índia e Paquistão voltou a ficar tensa depois de um atentado ocorrido no dia 13 de dezembro, quando homens armados com rifles e granadas invadiram o Parlamento da Índia, em Nova Déli. O incidente deixou 14 mortos, entre eles os cinco terroristas. Nova Déli responsabilizou as guerrilhas islâmicas do Paquistão e preparou uma resistência militar na fronteira com o território paquistanês, pedindo a Islamabad que acabe com os militantes islâmicos.

No dia 14 de maio, supostos rebeldes muçulmanos contrários ao governo da Índia na Caxemira invadiram um campo militar e mataram mais de 30 pessoas, entre elas familiares de soldados. Desde então, houve frequentes combates na fronteira, e ontem o primeiro-ministro indiano, Atal Behari Vajpayee, disse aos seus soldados que "é hora da luta decisiva."

O governo militar do Paquistão também disse que não permitiria que a sua parte da Caxemira fosse usada para atividades terroristas.

A Índia, que controla 45% da Caxemira, a considera parte integral de seu território. O Paquistão, que controla um terço, defende que um plebiscito determine a vontade do povo caxemire. À China pertence o restante do território.

Leia mais no especial Conflito Índia-Paquistão

 

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