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Entenda a Coréia do Norte
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Colaboração para a Folha Online
A Coréia foi um reino independente durante grande parte de sua história. Porém, em 1905, o país foi invadido pelo Japão, durante a guerra Russo-Japonesa. Cinco anos depois, o Japão anexou formalmente toda a península da Coréia.
A situação de dependência em relação aos japoneses permaneceu até 1945. A derrota do Japão na Segunda Guerra Mundial, em agosto, levou as nações vencedoras a proclamarem a autonomia da Coréia.
Porém, na prática, o país permaneceu dividido em duas zonas de ocupação: o sul da península era controlado pelas tropas americanas, enquanto os soldados soviéticos permaneceram no norte. A linha de fronteira era o paralelo 38, que dividia a península em uma área de influência dos EUA e uma zona controlada pela URSS.
Em meio à Guerra Fria, as tentativas de reunificação fracassaram. A porção norte, sob influência da União Soviética, construiu um governo comunista. Três anos depois, em 9 de setembro de 1948, foi proclamada a República Democrática Popular da Coréia, com capital em Pyongyang. Kim Il Sung foi nomeado presidente.
Em 1950, as tropas da Coréia do Norte invadiram o Sul, em uma tentativa de unificar o país sob o regime comunista. A Guerra da Coréia (1950-1953) envolveu não só as duas Coréias, mas também os EUA e a ONU, em apoio ao Sul, e a URSS e a China, em defesa do governo comunista do Norte.
Após mais de três anos de conflitos, foi assinado um armistício em julho de 1953. O acordo manteve a divisão entre as duas Coréias e estabeleceu uma zona desmilitarizada de dois quilômetros em cada lado da fronteira, situação que permanece até hoje.
Exército
Com a derrota na Guerra da Coréia, o presidente Kim Il Sung adotou uma política de "autoconfiança" diplomática e econômica, como forma de defesa contra a influência da União Soviética e da China comunista.
No final da década de 1960, o governo norte-coreano empreendeu um programa de intensificação das forças militares. Convocou um grande exército permanente e construiu campos de aviação e hangares militares. O aumento dos gastos militares coincidiu com o início das dificuldades econômicas do país, devido ao fim do envio de ajuda financeira da União Soviética e da China.
Em 1980, o ditador Kim Il Sung designou seu filho Kim Jong Il como sucessor. Kim Jong Il, até hoje no poder, assumiu após a morte do pai, em 1994. O novo ditador intensificou o envio de recursos para fins militares e a manutenção de um exército de aproximadamente um milhão de soldados.
O governo norte-coreano também passou a investir em um programa nuclear. O desenvolvimento nuclear do país provocou, nos últimos anos, uma sucessão de crises diplomáticas entre a Coréia do Norte e outras potências nucleares.
Em 2002, o governo de Kim Jong Il expulsou monitores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) após revelações de que o governo norte-coreano estava desenvolvendo um programa de armas nucleares baseado em enriquecimento de urânio, o que violava um tratado assinado entre o país e os Estados Unidos em 1994.
Acusando a Coréia do Norte de desenvolver armas de destruição em massa e colaborar com o terrorismo, o governo dos EUA incluiu o país no "eixo do mal", que também inclui o Irã e o Iraque.
Negociações
A tensão aumentou em 2003, quando a Coréia do Norte anunciou sua retirada do Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP). Também declarou ter completado o processo de extração de combustível nuclear, o que permite a fabricação de armas de plutônio.
Devido à crise provocada pelas declarações, uma série de negociações foi iniciada em Pequim, a partir de agosto de 2003, envolvendo EUA, Coréia do Sul, Japão, China, Rússia e o governo norte-coreano.
Em fevereiro de 2005, após várias rodadas de negociação fracassadas, a Coréia do Norte anunciou, pela primeira vez, que já possuía arsenal nuclear. Kim Jong Il retirou-se de forma definitiva das negociações multilaterais.
A volta ao diálogo só ocorreu após um acordo secreto com os Estados Unidos. De volta às reuniões com os outros cinco países, em setembro de 2005, o governo norte-coreano propôs a suspensão de seus planos de testes atômicos.
Porém o acordo não ocorreu. Em julho de 2006, o governo norte-coreano testou sete mísseis, inclusive de longo alcance, e confirmou que os testes foram bem-sucedidos. O ato foi interpretado pela comunidade internacional como uma provocação de Kim Jong Il.
Um novo acordo ocorreu em 2007, após a Coréia do Norte concordar em fechar seu reator nuclear e permitir a volta de inspetores nucleares da ONU ao país. Em contrapartida à assinatura dos tratados de desarmamento nuclear, o país receberá ajuda econômica.
Fontes: CIA World Factbook e Enciclopédia Britannica
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