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25/05/2002
-
12h41
da Folha Online
A Rússia convidou os dirigentes da Índia e do Paquistão para um encontro no início de junho, com o objetivo de impedir que o conflito entre os dois rivais nucleares se agrave, declarou hoje em São Petersburgo o presidente russo, Vladimir Putin, à agência de notícias "Interfax".
Os convidados são o primeiro-ministro indiano, Atal Behari Vajpayee, e o presidente paquistanês, Pervez Musharraf.
"Espero que venham para discutir aqui e impedir o agravamento posterior do conflito", disse Putin.
"A Rússia lamenta que no contexto do conflito, tenham sido realizados testes com mísseis", afirmou o presidente russo, que falou à impïrensa enquanto acompanhava o presidente dos EUA, George W. Bush, em sua visita ao museu do Ermitage.
Testes
O Paquistão testou hoje mísseis de médio alcance -capazes de lançar bombas nucleares nas principais cidades da Índia.
O presidente paquistanês disse que o teste, no aniversário do nascimento do profeta do Islã, Maomé, foi bem-sucedido.
O teste do míssil Ghauri, ou Hatf-V, é o primeiro de uma série prevista para acontecer até terça-feira (28). O Paquistão afirma que os testes são rotineiros e não têm relação com o que os Estados Unidos chamaram de confronto "muito perigoso" entre vizinhos detentores de armas nucleares.
A ação ocorre justamente no momento de maiores atritos e de alertas militares nos adversários do Sudeste Asiático na disputa pelo território de Caxemira, no Himalaia, que levantaram temores de guerra.
A reação da Índia foi de indiferença. O primeiro-ministro, Atal Behari Vajpayee, não comentou, e uma porta-voz do Ministério das Relações Exteriores disse que os testes não impressionaram o governo.
Com vários confrontos na fronteira e um grande número de homens sendo mobilizados, o mundo teme que Índia a Paquistão voltarão à guerra pela Caxemira, região alvo de duas das três guerras travadas pelos países desde a independência indiana, em 1949.
Bush, em viagem à Rússia, pediu que o Paquistão contenha os militantes muçulmanos que fazem ataques contra o território controlado pela Índia e disse estar muito preocupado com as tensões na área.
Conflito
Índia e Paquistão mantêm cerca de 1 milhão de soldados na fronteira desde dezembro, quando um esquadrão de supostos separatistas invadiu o Parlamento indiano e provocou um massacre. Nova Déli acusa os vizinhos de incentivarem essas ações, mas o governo de Islamabad admite apenas apoio diplomático à causa separatista.
A situação se agravou após um atentado na semana passada, que matou mais de 30 pessoas na parte indiana da Caxemira.
O secretário-geral da Organização das ONU (Organiação das Nações Unidas), Kofi Annan, considerou a situação alarmante e pediu uma "ação vigorosa" ao presidente paquistanês, general Pervez Musharraf, que na quarta-feira (22) renovou a promessa feita em janeiro de combater os militantes islâmicos, inclusive na parte paquistanesa da Caxemira.
Analistas indianos receberam essa notícia com otimismo, mas disseram que as autoridades devem esperar ações reais de Musharraf. O fim de semana prolongado de Vajpaye, na localidade montanhosa de Manali, é visto como um sinal de que a guerra agora não é iminente.
Apesar disso, o Paquistão colocou sua capital em pé de guerra ontem, cancelando todas as folgas de funcionários públicos e convocando voluntários para cursos de primeiros-socorros e combate a incêndios.
Para fortalecer ainda mais a vigilância na fronteira, mais de 4.000 soldados paquistaneses das tropas de paz da ONU em Serra Leoa (África) foram chamados de volta, e o governo não descarta abandonar a ajuda militar aos Estados Unidos na caça a militantes dos grupos Taleban e Al Qaeda.
A Índia controla 40% da Caxemira; o Paquistão um terço, e a China o resto. Os muçulmanos são maioria na região, e há 12 anos eles começaram a lutar pelo separatismo, num conflito que já matou mais de 33 mil pessoas. O Paquistão propõe um plebiscito para definir o futuro da área. A Índia prefere a mediação internacional.
Com agências internacionais
Leia mais:
Conheça os arsenais nucleares da Índia e do Paquistão
Leia mais no especial Conflito Índia-Paquistão
Putin quer mediar conflito entre Índia e Paquistão
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A Rússia convidou os dirigentes da Índia e do Paquistão para um encontro no início de junho, com o objetivo de impedir que o conflito entre os dois rivais nucleares se agrave, declarou hoje em São Petersburgo o presidente russo, Vladimir Putin, à agência de notícias "Interfax".
Os convidados são o primeiro-ministro indiano, Atal Behari Vajpayee, e o presidente paquistanês, Pervez Musharraf.
Reuters - 1.nov.2001 |
Vladimir Putin, presidente da Rússia |
"A Rússia lamenta que no contexto do conflito, tenham sido realizados testes com mísseis", afirmou o presidente russo, que falou à impïrensa enquanto acompanhava o presidente dos EUA, George W. Bush, em sua visita ao museu do Ermitage.
Testes
O Paquistão testou hoje mísseis de médio alcance -capazes de lançar bombas nucleares nas principais cidades da Índia.
O presidente paquistanês disse que o teste, no aniversário do nascimento do profeta do Islã, Maomé, foi bem-sucedido.
O teste do míssil Ghauri, ou Hatf-V, é o primeiro de uma série prevista para acontecer até terça-feira (28). O Paquistão afirma que os testes são rotineiros e não têm relação com o que os Estados Unidos chamaram de confronto "muito perigoso" entre vizinhos detentores de armas nucleares.
A ação ocorre justamente no momento de maiores atritos e de alertas militares nos adversários do Sudeste Asiático na disputa pelo território de Caxemira, no Himalaia, que levantaram temores de guerra.
A reação da Índia foi de indiferença. O primeiro-ministro, Atal Behari Vajpayee, não comentou, e uma porta-voz do Ministério das Relações Exteriores disse que os testes não impressionaram o governo.
Com vários confrontos na fronteira e um grande número de homens sendo mobilizados, o mundo teme que Índia a Paquistão voltarão à guerra pela Caxemira, região alvo de duas das três guerras travadas pelos países desde a independência indiana, em 1949.
Bush, em viagem à Rússia, pediu que o Paquistão contenha os militantes muçulmanos que fazem ataques contra o território controlado pela Índia e disse estar muito preocupado com as tensões na área.
Conflito
Índia e Paquistão mantêm cerca de 1 milhão de soldados na fronteira desde dezembro, quando um esquadrão de supostos separatistas invadiu o Parlamento indiano e provocou um massacre. Nova Déli acusa os vizinhos de incentivarem essas ações, mas o governo de Islamabad admite apenas apoio diplomático à causa separatista.
A situação se agravou após um atentado na semana passada, que matou mais de 30 pessoas na parte indiana da Caxemira.
O secretário-geral da Organização das ONU (Organiação das Nações Unidas), Kofi Annan, considerou a situação alarmante e pediu uma "ação vigorosa" ao presidente paquistanês, general Pervez Musharraf, que na quarta-feira (22) renovou a promessa feita em janeiro de combater os militantes islâmicos, inclusive na parte paquistanesa da Caxemira.
Analistas indianos receberam essa notícia com otimismo, mas disseram que as autoridades devem esperar ações reais de Musharraf. O fim de semana prolongado de Vajpaye, na localidade montanhosa de Manali, é visto como um sinal de que a guerra agora não é iminente.
Apesar disso, o Paquistão colocou sua capital em pé de guerra ontem, cancelando todas as folgas de funcionários públicos e convocando voluntários para cursos de primeiros-socorros e combate a incêndios.
Para fortalecer ainda mais a vigilância na fronteira, mais de 4.000 soldados paquistaneses das tropas de paz da ONU em Serra Leoa (África) foram chamados de volta, e o governo não descarta abandonar a ajuda militar aos Estados Unidos na caça a militantes dos grupos Taleban e Al Qaeda.
A Índia controla 40% da Caxemira; o Paquistão um terço, e a China o resto. Os muçulmanos são maioria na região, e há 12 anos eles começaram a lutar pelo separatismo, num conflito que já matou mais de 33 mil pessoas. O Paquistão propõe um plebiscito para definir o futuro da área. A Índia prefere a mediação internacional.
Com agências internacionais
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Leia mais no especial Conflito Índia-Paquistão
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