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26/05/2002
-
03h18
da Folha de S. Paulo, na Colômbia
A agudização do conflito colombiano, após o rompimento do processo de paz com as Farc, está aprofundando a já grave crise econômica por que passa o país, esgotado por quatro décadas de guerra civil.
O país enfrenta sua pior crise econômica desde a década de 30. O PIB (Produto Interno Bruto) tem crescimento reduzido ou negativo desde 1996, a taxa de desemprego saltou de 10% para 20% nos últimos dez anos e a dívida externa total dobrou -de US$ 17 bilhões para US$ 34 bilhões- no mesmo período. A taxa de pobreza, que havia baixado mais de 20 pontos percentuais entre 1978 e 1995, voltou a subir com intensidade -64% dos 43 milhões de colombianos vivem abaixo da linha de pobreza e 23% estão em situação de indigência.
Segundo estudo do Banco Mundial, a economia colombiana teria de crescer ao menos 4% ao ano nos próximos dez anos para que o país voltasse aos níveis de 1995, antes do início da recessão.
Ataques
A situação se agravou a partir de fevereiro, quando o governo rompeu o processo de paz, e as Farc iniciaram uma forte ofensiva contra a infra-estrutura do país, causando perdas milionárias.
Segundo a Invías, órgão responsável pela manutenção das estradas do país, pelo menos 45 pontes em toda a Colômbia foram dinamitadas nos primeiros cinco meses do ano. Também foram derrubadas dezenas de torres de energia elétrica e de telefone, e reservatórios de água foram danificados por explosões.
O governo também estuda um possível aumento dos gastos militares. Atualmente, o orçamento da Defesa é de 3,5% do PIB, menor, por exemplo, do que o do Chile, que não enfrenta ameaças a seu território ou a ação de grupos guerrilheiros organizados.
Analistas de mercado vêem também com apreensão a proposta de Uribe de incrementar o efetivo do Exército e da Polícia Nacional em 300 mil homens (um aumento de mais de 100%).
A recuperação econômica será um dos principais desafios do próximo presidente. As propostas do direitista Alvaro Uribe, que pode vencer a eleição já no primeiro turno, hoje, segundo as pesquisas, estão baseadas principalmente no princípio da redução do Estado e da contenção dos gastos públicos.
O liberal Horacio Serpa, que aparece em segundo nas pesquisas, com 26%, promete criar 2,4 milhões de empregos e manter as taxas de juros em níveis baixos para promover o crescimento.
Ele propõe ainda a redução pela metade das importações de produtos agrícolas e uma reforma agrária.
Leia mais no especial Colômbia
Crise econômica colombiana é a pior desde os anos 30
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A agudização do conflito colombiano, após o rompimento do processo de paz com as Farc, está aprofundando a já grave crise econômica por que passa o país, esgotado por quatro décadas de guerra civil.
O país enfrenta sua pior crise econômica desde a década de 30. O PIB (Produto Interno Bruto) tem crescimento reduzido ou negativo desde 1996, a taxa de desemprego saltou de 10% para 20% nos últimos dez anos e a dívida externa total dobrou -de US$ 17 bilhões para US$ 34 bilhões- no mesmo período. A taxa de pobreza, que havia baixado mais de 20 pontos percentuais entre 1978 e 1995, voltou a subir com intensidade -64% dos 43 milhões de colombianos vivem abaixo da linha de pobreza e 23% estão em situação de indigência.
Segundo estudo do Banco Mundial, a economia colombiana teria de crescer ao menos 4% ao ano nos próximos dez anos para que o país voltasse aos níveis de 1995, antes do início da recessão.
Ataques
A situação se agravou a partir de fevereiro, quando o governo rompeu o processo de paz, e as Farc iniciaram uma forte ofensiva contra a infra-estrutura do país, causando perdas milionárias.
Segundo a Invías, órgão responsável pela manutenção das estradas do país, pelo menos 45 pontes em toda a Colômbia foram dinamitadas nos primeiros cinco meses do ano. Também foram derrubadas dezenas de torres de energia elétrica e de telefone, e reservatórios de água foram danificados por explosões.
O governo também estuda um possível aumento dos gastos militares. Atualmente, o orçamento da Defesa é de 3,5% do PIB, menor, por exemplo, do que o do Chile, que não enfrenta ameaças a seu território ou a ação de grupos guerrilheiros organizados.
Analistas de mercado vêem também com apreensão a proposta de Uribe de incrementar o efetivo do Exército e da Polícia Nacional em 300 mil homens (um aumento de mais de 100%).
A recuperação econômica será um dos principais desafios do próximo presidente. As propostas do direitista Alvaro Uribe, que pode vencer a eleição já no primeiro turno, hoje, segundo as pesquisas, estão baseadas principalmente no princípio da redução do Estado e da contenção dos gastos públicos.
O liberal Horacio Serpa, que aparece em segundo nas pesquisas, com 26%, promete criar 2,4 milhões de empregos e manter as taxas de juros em níveis baixos para promover o crescimento.
Ele propõe ainda a redução pela metade das importações de produtos agrícolas e uma reforma agrária.
Leia mais no especial Colômbia
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