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26/05/2002
-
18h11
da Folha Online
As eleições presidenciais da Colômbia foram realizadas hoje em meio a uma relativa tranquilidade, segundo autoridades locais, apesar de o governo ter afirmado que em cinco cidades não houve votação, por causa de guerrilheiros das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), que teriam queimado o material eleitoral.
A votação que vai definir o sucessor do presidente conservador Andrés Pastrana começou hoje às 8h (10h em Brasília), com cerca de 24 milhões de habitantes habilitados a votar, e terminou às 16h (18h em Brasília).
Os colombianos foram às urnas para escolher um novo presidente por um mandato de quatro anos em um momento em que a guerra civil, iniciada nos anos 60, vive sua fase mais sangrenta, após a ruptura do processo de paz com as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), em fevereiro.
O cansaço causado pela guerra interminável é o maior responsável pelo fenômeno expresso pelas últimas pesquisas de intenção de voto: a liderança absoluta do direitista Álvaro Uribe Vélez, 49, defensor de uma atitude mais dura contra os grupos armados ilegais.
Segundo pesquisa divulgada ontem pela empresa Napoleón Franco, Uribe, dissidente do Partido Liberal, teria 48% dos votos. Na quinta-feira, pesquisa do instituto Gallup dava 51% dos votos ao candidato, que pode vencer hoje a disputa, dispensando o segundo turno (16 de junho).
O principal concorrente de Uribe é Horacio Serpa, 59, candidato do Partido Liberal (social-democrata). Serpa, que nas últimas eleições, em 1998, foi derrotado no segundo turno pelo atual presidente, Andrés Pastrana, tem 27% das intenções de voto, segundo a pesquisa de ontem, e 26%, segundo os números do Gallup.
Outros nove candidatos disputam os votos dos eleitores, entre eles a ex-senadora Ingrid Betancourt, 40, do Partido Oxigênio Verde, sequestrada há três meses pelas Farc com sua chefe de campanha, Clara Rojas, inscrita como candidata a vice em sua chapa.
Crise
Cerca de 212 mil membros do Exército e da polícia trabalharam para garantir a segurança da jornada eleitoral, depois de uma semana de ameaças na qual o governo advertiu sobre a possibilidade de uma escalada de violência contra as eleições.
Os problemas de ordem pública ocorreram em pequenos municípios dos Estados de Arauca (leste, fronteiriço com a Venezuela), Casanare (leste) e Guaviare (sudeste), áreas de influência das Farc.
O narcotráfico, que, nos anos 80, desestruturou as instituições do país e trouxe uma onda de violência sem precedentes, acabou incorporado à guerra, como meio de financiamento dos grupos rebeldes e paramilitares. Alimentou ainda mais o conflito.
O resultado disso é a mais grave crise econômica desde os anos 30, o título de 'país campeão de sequestros', com mais de 3.000 crimes desse tipo ao ano, uma multidão de 3 milhões de refugiados internos pelo conflito (quase 7% da população) e um fluxo cada vez mais intenso de pessoas e empresas rumo ao exterior -só no primeiro trimestre deste ano 54 mil colombianos já deixaram o país.
Leia mais no especial Colômbia
Eleição presidencial é encerrada na Colômbia
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As eleições presidenciais da Colômbia foram realizadas hoje em meio a uma relativa tranquilidade, segundo autoridades locais, apesar de o governo ter afirmado que em cinco cidades não houve votação, por causa de guerrilheiros das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), que teriam queimado o material eleitoral.
A votação que vai definir o sucessor do presidente conservador Andrés Pastrana começou hoje às 8h (10h em Brasília), com cerca de 24 milhões de habitantes habilitados a votar, e terminou às 16h (18h em Brasília).
Os colombianos foram às urnas para escolher um novo presidente por um mandato de quatro anos em um momento em que a guerra civil, iniciada nos anos 60, vive sua fase mais sangrenta, após a ruptura do processo de paz com as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), em fevereiro.
O cansaço causado pela guerra interminável é o maior responsável pelo fenômeno expresso pelas últimas pesquisas de intenção de voto: a liderança absoluta do direitista Álvaro Uribe Vélez, 49, defensor de uma atitude mais dura contra os grupos armados ilegais.
Segundo pesquisa divulgada ontem pela empresa Napoleón Franco, Uribe, dissidente do Partido Liberal, teria 48% dos votos. Na quinta-feira, pesquisa do instituto Gallup dava 51% dos votos ao candidato, que pode vencer hoje a disputa, dispensando o segundo turno (16 de junho).
O principal concorrente de Uribe é Horacio Serpa, 59, candidato do Partido Liberal (social-democrata). Serpa, que nas últimas eleições, em 1998, foi derrotado no segundo turno pelo atual presidente, Andrés Pastrana, tem 27% das intenções de voto, segundo a pesquisa de ontem, e 26%, segundo os números do Gallup.
Outros nove candidatos disputam os votos dos eleitores, entre eles a ex-senadora Ingrid Betancourt, 40, do Partido Oxigênio Verde, sequestrada há três meses pelas Farc com sua chefe de campanha, Clara Rojas, inscrita como candidata a vice em sua chapa.
Crise
Cerca de 212 mil membros do Exército e da polícia trabalharam para garantir a segurança da jornada eleitoral, depois de uma semana de ameaças na qual o governo advertiu sobre a possibilidade de uma escalada de violência contra as eleições.
Os problemas de ordem pública ocorreram em pequenos municípios dos Estados de Arauca (leste, fronteiriço com a Venezuela), Casanare (leste) e Guaviare (sudeste), áreas de influência das Farc.
O narcotráfico, que, nos anos 80, desestruturou as instituições do país e trouxe uma onda de violência sem precedentes, acabou incorporado à guerra, como meio de financiamento dos grupos rebeldes e paramilitares. Alimentou ainda mais o conflito.
O resultado disso é a mais grave crise econômica desde os anos 30, o título de 'país campeão de sequestros', com mais de 3.000 crimes desse tipo ao ano, uma multidão de 3 milhões de refugiados internos pelo conflito (quase 7% da população) e um fluxo cada vez mais intenso de pessoas e empresas rumo ao exterior -só no primeiro trimestre deste ano 54 mil colombianos já deixaram o país.
Leia mais no especial Colômbia
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