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27/05/2002 - 11h52

Presidente do Paquistão promete eleições para outubro

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da Folha Online

O presidente paquistanês, general Pervez Musharraf, prometeu hoje a realização de eleições parlamentares entre 7 e 11 de outubro e pediu a "unidade nacional" porque o país se acha em um "momento crucial da história" devido à crescente tensão com a Índia, em um discurso dirigido à nação.

Musharraf, que chegou ao poder por meio de um golpe militar em 1999, ganhou no mês passado, durante um controverso referendo, o direito de ficar mais cinco anos na Presidência do Paquistão.

Reuters - 12.ago.2001
Pervez Musharraf, presidente do Paquistão
O presidente paquistanês tem prometido respeitar as ordens da Suprema Corte, que prevêem a realização de eleições e a chegada de um governo civil ao poder até outubro de 2002.

"Serão realizadas eleições entre 7 e 11 de outubro de 2002", disse Musharraf, durante discurso transmitido pela rede de TV. "Essa é a minha promessa à nação de que essas eleições serão justas e transparentes e devemos convidar todos os estrangeiros que queiram acompanhar as eleições."

"O Paquistão atravessa um período crítico. Enfrentamos uma grave situação e estamos em um momento crucial da história", declarou o general.

"Creio que nessas graves circunstâncias, a unidade nacional é uma necessidade imediata. Todos temos que pensar em termos de unidade nacional e elevando-nos acima de nossos interesses pessoais", disse.

Diante da escalada das tensões na região, o discurso de Musharraf deve ser decisivo no curso do conflito que pode se transformar na quarta guerra entre os países vizinhos.

O presidente paquistanês vem sendo pressionado pela Índia e pelos Estados Unidos para se empenhar mais no combate a grupos que promovem atentados terroristas em nome da causa da Caxemira.

Ontem, o secretário de Estado americano, Colin Powell, criticou o governo de Islamabad pela realização de dois testes nucleares durante o fim de semana.

O Paquistão realizou ontem seu segundo teste com mísseis, ignorando pedidos para abandonar a série de lançamentos que fez aumentar a tensão com a Índia e levantou temores de uma guerra entre os rivais nucleares.

A Índia minimizou os testes, qualificando-os de rotineiros, mas aumentou a segurança para proteger instalações vitais de petróleo e gás.

Em um discurso transmitido pela televisão em cadeia nacional, o primeiro-ministro indiano, Atal Behari Vajpayee, disse ontem que o mundo tinha de se dar conta de que a paciência da Índia tem limite quando se trata dos ataques feitos por militantes, os quais, segundo Nova Déli, teriam apoio do Paquistão.

Vajpayee disse também que a Índia deveria ter respondido imediatamente ao ataque de dezembro contra seu Parlamento. "No dia em que o ataque contra o Parlamento ocorreu, eles deveriam ter recebido uma resposta da Índia", afirmou, sem fornecer mais detalhes.

A tensão aumentou depois do sangrento ataque de 14 de maio contra um campo do Exército na Caxemira. Os vizinhos têm trocado disparos com artilharia pesada na fronteira há mais de uma semana e 16 civis em ambos os lados foram mortos nos confrontos do final de semana, disseram oficiais.

Os Estados Unidos e a Rússia pediram que o Paquistão interrompesse os testes que começaram no sábado (25) com o lançamento de um míssil de médio alcance Ghauri, capaz de atingir as principais cidades indianas, incluindo Nova Déli e Bombaim.

O Paquistão informou que os testes de "rotina" continuariam na terça-feira (28).

Segundo o comunicado do Exército paquistanês, o presidente Pervez Musharraf mandou seus cumprimentos depois dos testes de ontem.

"Este foi o primeiro teste com o míssil Ghaznavi, que é capaz de levar ogivas com precisão a até 290 quilômetros. As informações do teste coletadas indicam que todos os parâmetros planejados foram alcançados com sucesso", afirma o comunicado.

Índia e Paquistão mantêm cerca de 1 milhão de soldados na fronteira desde dezembro, quando um esquadrão de supostos separatistas invadiu o Parlamento indiano e provocou um massacre. Nova Déli acusa os vizinhos de incentivarem essas ações, mas o governo de Islamabad admite apenas apoio diplomático à causa separatista.

A Índia controla 40% da Caxemira; o Paquistão um terço, e a China o resto. Os muçulmanos são maioria na região, e há 12 anos eles começaram a lutar pelo separatismo, num conflito que já matou mais de 33 mil pessoas. O Paquistão propõe um plebiscito para definir o futuro da área. A Índia prefere a mediação internacional.

Leia mais no especial Conflito Índia-Paquistão


 

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