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01/06/2002 - 10h22

Dois morrem e 37 ficam feridos após três atentados na Caxemira

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da Folha Online

Mais um atentado na Caxemira agrava a tensão entre Índia e Paquistão, potências nucleares rivais que estão à beira de uma guerra. Em três atentados hoje pelo menos duas pessoas morreram e 37 ficaram feridas.

Um civil morreu e outras sete pessoas ficaram feridas no terceiro atentado com granada ocorrido hoje na parte indiana da Caxemira. O atentado aconteceu em Kulgam, 70 km ao sul de Srinagar, capital de verão do Estado.

Horas antes, dois outros atentados com granadas deixaram pelo menos um morto e 30 feridos. O primeiro ataque também ocorreu em Srinagar, matando uma pessoa e ferindo 13.

A segunda granada explodiu em uma via pública na cidade de Anantnag (50 km ao sul de Srinagar), ferindo 16 civis e um policial.

Os autores do atentado tinham aparentemente por objetivo os policiais que estavam em frente ao prédio administrativo da cidade de Anantnag.

Estes ataques não foram reivindicados por nenhum grupo, mas aumenta a tensão entre Índia e Paquistão, que há 15 dias trocam ameaças que podem desencadear uma nova guerra aberta entre Nova Déli e Islamabad. Cerca de um milhão de soldados já foram enviados para a região fronteiriça entre os dois países, provocando preocupações sobre o risco de uma guerra nuclear na região.

Confrontos de baixa intensidade entre soldados indianos e paquistaneses foram registrados na sexta-feira à noite na linha de controle que divide a Caxemira, região de maioria muçulmana reivindicada pela Índia e pelo Paquistão.

Precauções
A ONU (Organização das Nações Unidas) decidiu hoje retirar os familiares de seus funcionários na Índia e no Paquistão. O pessoal do organismo, no entanto, continuarão em seus postos.

Ontem, Estados Unidos e Reino Unido aconselharam seus diplomatas que não exercem funções essenciais e seus familiares a abandonar a Índia. A mesma advertência já havia sido dada para os funcionários que estão no Paquistão.

O Canadá tomou a mesma medida, enquanto Dinamarca e França pediram a seus cidadãos evitarem viajar para a região.

Mediação internacional
O secretário de Defesa dos EUA, Donald Rumsfeld, e o secretário-adjunto de Estado, Richard Armitage, viajarão na próxima semana para a região. A viagem faz parte dos esforços norte-americanos para resolver o impasse sobre a Caxemira.

O presidente norte-americano, George W. Bush, chegou a dizer na quinta-feira passada (30) que o governo estuda meios de "proteger vidas americanas" na região se necessário.

Antes da visita, o primeiro-ministro da Índia, Atal Behari Vajpayee, e o presidente paquistanês, o general Pervez Musharraf, participarão de uma reunião regional, na segunda e terça-feira, sobre a segurança no Cazaquistão.

Não está agendada durante o encontro uma cúpula entre os dois governantes, mas Vajpayee poderá estender sua estadia em Almaty, ex-capital do Cazaquistão, para se reunir com os presidentes da Rússia e China, Vladimir Putin e Jiang Zemin, respectivamente.

Na semana passada, Putin propôs a mediação russa na crise em torno da Caxemira. Moscou é aliado tradicional da Índia, enquanto a China apóia o Paquistão.

Disputa
Os dois vizinhos detentores de armas nucleares estão em confronto desde o ataque ao Parlamento indiano em dezembro do ano passado. A Índia responsabiliza pelo atentado militantes islâmicos da Caxemira sediados no Paquistão.

A tensão piorou em 14 de maio quando 30 pessoas foram mortas durante um ataque à região indiana da Caxemira. Nova Déli acusou novamente os militantes muçulmanos que lutam contra seu controle sobre a Caxemira.

Os dois países travaram três guerras desde a independência da Inglaterra em 1947. Duas delas foram por disputas da Caxemira.

A Índia controla 40% da Caxemira; o Paquistão um terço, e a China o resto. Os muçulmanos são maioria na região, e há 12 anos eles começaram a lutar pelo separatismo, num conflito que já matou mais de 33 mil pessoas. O Paquistão propõe um plebiscito para definir o futuro da área. A Índia prefere a mediação internacional.

Leia mais:
  • Diplomata indiano é sequestrado no Paquistão


  • Leia mais no especial Conflito Índia-Paquistão
     

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