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04/06/2002 - 10h09

Judeus convocam protesto contra liberais

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da Deutsche Welle, em Berlim

Com o apoio de numerosas organizações e personalidades judaicas, a Comunidade dos Judeus de Berlim convocou para amanhã um protesto contra o uso de lemas anti-semitas pelo Partido Liberal como propaganda eleitoral.

Parece não ter mais fim a contenda entre o Conselho Central dos Judeus e o Partido Liberal (FDP) da Alemanha, que trocam acusações recíprocas de estimular o anti-semitismo com suas declarações e um lado exigindo um pedido de desculpa do outro.

Enquanto a comunidade judaica berlinense convocava o protesto para se realizar na frente da central do FDP na capital alemã, o ministro das Relações Exteriores, Joschka Fischer, manifestou preocupação com o debate sobre o anti-semitismo na Alemanha. Ele disse que se o vice-presidente do FDP, Jürgen Möllemann, conseguir impor-se, a Alemanha terá de fato sua imagem distorcida no exterior.

Foi Möllemann que desencadeou a contenda, acusando o vice-presidente do Conselho Central dos Judeus, Michel Friedman, de ser co-responsável pelo aumento do ressentimento anti-semita na Alemanha por causa de suas declarações em defesa da política militar de Israel no conflito com os palestinos. O Partido Liberal é, por sua vez, acusado de estimular o anti-semitismo com suas críticas ao governo do premiê israelense Ariel Sharon.

Incapacitados para o poder -o ministro Fischer, do Partido Verde, mostrou-se confiante, por outro lado, de que a discussão não botará a reputação da Alemanha a perder. "O governo alemão tem uma reputação excelente em Israel e junto às organizações judaicas no mundo", disse ele acrescentando que, além disso, "a maioria dos alemães não é anti-semita". Por causa da contenda, o chanceler federal, Gerhard Schröder, rejeitou uma coalizão do Partido Social Democrático (SPD), do qual é presidente, com o Partido Liberal após a eleição do novo Parlamento em 22 de setembro.

A contenda com os judeus mostra que os liberais não estão capacitados para o poder, disse o chefe de governo, na convenção nacional do SPD no domingo. O FDP foi membro da coalizão de governo anterior, de Helmut Kohl, juntamente com a União Democrata-Cristã (CDU) e a União Social-Cristã (CSU).

Eleitores muçulmanos
Os liberais são acusados de querer, a qualquer custo, atingir a sua meta de obter 18% dos votos. E para isso estariam querendo atrair os 800 mil eleitores muçulmanos que existem no país.

O presidente do partido, Guido Westerwelle, disse ontem que se fosse o seu vice pediria desculpa ao vice-presidente do Conselho Central dos Judeus, Friedman, e que não entende por que Möllemann não faz isso. Westerwelle foi o autor de uma declaração, aprovada semana passada pelo diretório nacional, com a qual o Partido Liberal lamentou e desaprovou a contenda, mas recusou-se a pedir desculpa aos judeus.

Friedman insiste num pedido de desculpa do FDP e exigiu até que o presidente da Alemanha, Johannes Rau, tomasse uma decisão autoritária para acabar com a celeuma de uma vez por todas. Ele continua exigindo também um afastamento do deputado Jamal Karsli do FDP. Karsli, de origem síria, foi o primeiro a criticar Israel, dizendo que o Exército israelense usa métodos nazistas.

Por causa das fortes reações, o político recém-desligado do Partido Verde retirou o seu pedido de filiação ao FDP.



 

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