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06/06/2002
-
11h37
da France Presse, em Islamabad (Paquistão)
O Paquistão, cuja preocupação em ser bem visto pelos ocidentais tornou-se clara com sua adesão à coligação antiterrorista, tenta agora internacionalizar o caso da Caxemira, único meio segundo Islamabad de provar sua boa fé e sobretudo ganhar terreno sobre sua velha inimiga Índia.
Uma hábil política de comunicação do presidente, Pervez Musharraf, que não pára de alegar sua vontade de diálogo "sem condições prévias" e multiplica os gestos espetaculares, como a mão estendida ao primeiro-ministro, Atam Vehari Valpayee, em Katmandu, em pleno conflito entre os dois países, começa a dar resultados, esperam os diplomatas em Islamabad.
O Paquistão, que quer ser visto com um "país modelo" frente à "intransigência indiana", pensa que já ganhou alguns pontos discretos reiterando sua "declarações de boas intenções", sempre de acordo com fontes diplomáticas.
O problema agora é eliminar as condições impostas por Nova Déli de que a questão da Caxemira só pode ser abordada de forma bilateral. Ainda segundo a Índia, as conversas não podem começar até que o Paquistão acabe com as invasões na fronteiras da Caxemira.
Em uma entrevista ao canal de televisão CNN no começo na semana, Musharraf declarou que "em mais de trinta anos a bilateralidade entre Índia e Paquistão não resultou em nada".
Essa também é a razão pela qual o Paquistão não acredita nas "patrulhas conjuntas" propostas por Nova Déli e convoca a comunidade internacional a promover uma "mediação", opção rejeitada por Nova Déli.
Islamabad propõe também a possibilidade de enviar observadores internacionais à linha de controle e aconselha o envolvimento da ONU (Organização das Nações Unidas), mas Nova Déli não pode aceitar em nome de sua soberania sobre a província himalaia.
O Paquistão afirma que a Índia não deve ser o único a apresentar seus argumentos, uma idéia que ganha terreno com a possibilidade citada na imprensa britânica do envio de ocidentais para verificar a situação.
Outra vitória paquistanesa é o número de países que tem oferecido sua intervenção, oficial ou discretamente, no conflito: Rússia, Turquia, Irã, secretariado da organização da conferência islâmica, Estados Unidos, Reino Unido e Japão, entre outros.
O Paquistão, que foi o primeiro afetado há algumas semanas pela retirada das famílias e "funcionários não essenciais" das empresas estrangeiras e representações ocidentais, mal percebe as medidas similares adotadas pela Índia.
Islamabad sabe que a Índia tem grandes interesses turísticos e que um equilíbrio das medidas de retirada dos ocidentais custa muito mais ao tesouro indiano. Para o Paquistão, esta situação é apenas uma questão de justiça e mostra que não é o único a sofrer pressão. Segundo Islamabad, há condições para que a questão da Caxemira seja resolvida agora sem tabu.
Leia mais no especial Conflito Índia-Paquistão
Paquistão quer internacionalizar conflito da Caxemira
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O Paquistão, cuja preocupação em ser bem visto pelos ocidentais tornou-se clara com sua adesão à coligação antiterrorista, tenta agora internacionalizar o caso da Caxemira, único meio segundo Islamabad de provar sua boa fé e sobretudo ganhar terreno sobre sua velha inimiga Índia.
Uma hábil política de comunicação do presidente, Pervez Musharraf, que não pára de alegar sua vontade de diálogo "sem condições prévias" e multiplica os gestos espetaculares, como a mão estendida ao primeiro-ministro, Atam Vehari Valpayee, em Katmandu, em pleno conflito entre os dois países, começa a dar resultados, esperam os diplomatas em Islamabad.
O Paquistão, que quer ser visto com um "país modelo" frente à "intransigência indiana", pensa que já ganhou alguns pontos discretos reiterando sua "declarações de boas intenções", sempre de acordo com fontes diplomáticas.
O problema agora é eliminar as condições impostas por Nova Déli de que a questão da Caxemira só pode ser abordada de forma bilateral. Ainda segundo a Índia, as conversas não podem começar até que o Paquistão acabe com as invasões na fronteiras da Caxemira.
Em uma entrevista ao canal de televisão CNN no começo na semana, Musharraf declarou que "em mais de trinta anos a bilateralidade entre Índia e Paquistão não resultou em nada".
Essa também é a razão pela qual o Paquistão não acredita nas "patrulhas conjuntas" propostas por Nova Déli e convoca a comunidade internacional a promover uma "mediação", opção rejeitada por Nova Déli.
Islamabad propõe também a possibilidade de enviar observadores internacionais à linha de controle e aconselha o envolvimento da ONU (Organização das Nações Unidas), mas Nova Déli não pode aceitar em nome de sua soberania sobre a província himalaia.
O Paquistão afirma que a Índia não deve ser o único a apresentar seus argumentos, uma idéia que ganha terreno com a possibilidade citada na imprensa britânica do envio de ocidentais para verificar a situação.
Outra vitória paquistanesa é o número de países que tem oferecido sua intervenção, oficial ou discretamente, no conflito: Rússia, Turquia, Irã, secretariado da organização da conferência islâmica, Estados Unidos, Reino Unido e Japão, entre outros.
O Paquistão, que foi o primeiro afetado há algumas semanas pela retirada das famílias e "funcionários não essenciais" das empresas estrangeiras e representações ocidentais, mal percebe as medidas similares adotadas pela Índia.
Islamabad sabe que a Índia tem grandes interesses turísticos e que um equilíbrio das medidas de retirada dos ocidentais custa muito mais ao tesouro indiano. Para o Paquistão, esta situação é apenas uma questão de justiça e mostra que não é o único a sofrer pressão. Segundo Islamabad, há condições para que a questão da Caxemira seja resolvida agora sem tabu.
Leia mais no especial Conflito Índia-Paquistão
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