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13/06/2002 - 07h28

Vítimas de pedofilia e sacerdotes católicos se encontram nos EUA

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da France Presse, em Dallas

Vítimas de sacerdotes pedófilos e uma parte da hierarquia católica americana realizaram na noite de ontem dois encontros carregados de fortes emoções em Dallas, Texas, à véspera da abertura da Conferência Episcopal.

"Houve muita dor e muita lágrima por parte das vítimas, sem dúvida mais dor do que eles haviam sentido até agora", disse David Clohessy, presidente da Rede de Sobreviventes das Vítimas de Sacerdotes (SNAP), em entrevista coletiva realizada ao final de uma das reuniões.

Esses encontros, um com os bispos da comissão encarregada do projeto de uma carta de conduta para os sacerdotes, e outra com quatro cardeais americanos, foram realizados a pedido dos bispos, mas com a condição de que fosse realizada a portas fechadas.

No entanto, as vítimas disseram que o encontro foi uma fase importante dentro deste escândalo que sacudiu a Igreja Católica nos Estados Unidos.

"Queremos agradecer aos bispos pela mente aberta e pela vontade de ouvir a dor e o sofrimento que temos", declarou uma das vítimas, Barbara Blaine.

Essa advogada de San Francisco, abusada sexualmente entre os 12 e 16 anos, é uma das fundadoras da SNAP em 1991, organização de ajuda às vítimas de abusos sexuais cometidos por membros da Igreja Católica, e que representa 4 mil vítimas e familiares.

"Os bispos e cardeais nos ouviram com muita atenção, e pudemos perceber que alguns chegaram a se comover com os testemunhos. Nos ofereceram suas desculpas sinceras", disse o padre Gary Hayes, diretor da associação Linkup, que reúne 3.000 vítimas, e que também sofreu abuso sexual aos 12 anos.

Não se espera nada de concreto num prazo imediato desses encontros, cujo objetivo é sobretudo tentar uma "reconciliação", segundo o bispo Wilton Gregory.

"Ainda é muito cedo para dizer se nossos esforços terão resultados concretos (...) esperamos que o trauma e o sofrimento que os bispos tiveram a oportunidade de ouvir hoje tenha um impacto sobre suas atitudes, e que isso ajude a salvar uma criança no futuro".

Leia mais no especial João Paulo 2º
 

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