Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
21/06/2002 - 07h48

Chávez diz que "milhões" o defenderão

Publicidade

da Folha de S.Paulo

Centenas de militares reformados marcharam ontem pelo centro de Caracas pedindo a renúncia do presidente da Venezuela, Hugo Chávez. Em resposta, o líder venezuelano disse que "milhões" de pessoas defenderão a sua "revolução", que, ao seu ver, pode ser alvo a qualquer momento de um novo golpe.

Em abril, um movimento que reuniu empresários, políticos de oposição e setores das Forças Armadas conseguiu afastar Chávez do poder por 48 horas. Ele acabou sendo reconduzido ao cargo por militares leais, mas o país segue vivendo instabilidade política.

Reuters - 14.abr.2002
Hugo Chávez, presidente da Venezuela
Acompanhados de milhares de antichavistas, os oficiais se dirigiram ao palácio de Miraflores. Vestiam trajes civis, embora alguns estivessem de boina ou carregassem uniformes nas mãos.

Eles haviam prometido caminhar de uniforme, mas desistiram após discutir a questão com grupos civis de oposição.

"Vamos ver se conseguimos sair desse pesadelo que é Hugo Chávez", disse o coronel reformado Hidalgo Valero, um dos organizadores do protesto.

Numa aparição pública inesperada, a oeste da capital, Chávez declarou: "Não percam de vista a situação nacional, porque a qualquer momento podem nos golpear como em 11 de abril".

E acrescentou: "Chamo o povo para que não caia na armadilha dos rumores e que estejamos prontos para defender com nossa vida o futuro da Venezuela: a revolução bolivariana".

Esse é o termo cunhado por Chávez para descrever seu projeto de reforma social do país -a pobreza afeta 70% dos 23 milhões de habitantes. A oposição critica, entre outros pontos, a sua política econômica e métodos autoritários -ex-militar, o presidente foi eleito pelo voto direto.

Pressão antiga
Nove semanas após o golpe de abril, a Venezuela está dividida sobre as causas que levaram ao afastamento do presidente. As circunstâncias que provocaram a morte de 17 pessoas em marcha contra Chávez também são motivo de controvérsias.

Mesmo antes do episódio, o presidente já sofria críticas de setores do Exército. Diversos oficiais saíram a público no início do ano para acusar Chávez de populismo e atacar a sua "revolução".

Embora já tenha exonerado parte dos militares que não se provaram leais ao governo no golpe de abril, ainda há sinais de descontentamento nas Forças Armadas.

A oposição tenta tirar proveito disso. Detentora de quase todos os meios de comunicação, faz circular rumores de golpe, críticas e ameaças, quase sempre anônimas, de oficiais a Chávez. Segundo o presidente, a oposição alimenta a instabilidade política, à espera de que uma rebelião o derrube.

Chávez afirmou ontem que todas as Forças Armadas estão dispostas a defender a institucionalidade.

"Todos eles estão dispostos a dar tudo pelo povo venezuelano", declarou. E aproveitou para ameaçar quem trama contra o governo. "Aqueles que continuam pensando que os militares vão se prestar a derrubar Chávez devem prestar atenção ao que aconteceu àqueles que traíram o povo em abril", disse o presidente.

Com agências internacionais

Leia mais no especial Venezuela
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade