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10/07/2002 - 03h11

Morales prega reestatização de empresas de gás

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da Folha de S.Paulo

Reestatização das empresas de exploração do gás natural e nacionalização das reservas. A proposta de Evo Morales em relação ao principal produto da pauta de exportações da Bolívia hoje é essa.

Reuters
O candidato à Presidência da Bolívia, Evo Morales
Ele sempre foi na direção contrária dos outros candidatos a presidente, que vêem o aumento das exportações de gás como a tábua de salvação do país.

As reservas de gás do país estão calculadas em pouco mais de 1,5 trilhão de metros cúbicos - as maiores da América do Sul.

O líder cocaleiro quer distribuir o gás para todas as casas bolivianas e exportar o excedente. Com que capital ele construiria essa rede de distribuição não está claro.

A surpresa de sua passagem para o segundo turno foi tamanha que as respostas quanto a dúvidas sobre seus projetos estão sendo adiadas com o bordão: "Do protesto aos projetos".

A brasileira Petrobras é hoje a maior empresa da Bolívia e tem a concessão de cerca de um terço de todas as suas reservas de gás, ou seja, controla quase 600 milhões de metros cúbicos.

Segundo estimativas da companhia, os bolivianos receberão cerca de US$ 300 milhões em divisas vindas do Brasil, sendo US$ 160 milhões advindos apenas do gás.

Economistas bolivianos crêem que o setor terá um incremento de 18,5% em suas atividades nos próximos anos, trazendo investimentos de US$ 1 bilhão.

Segundo estimativas oficiais, cerca de US$ 2,5 bilhões em investimentos estrangeiros no setor entraram na Bolívia desde 1997.

A abertura do mercado de gás natural da Califórnia (Costa Oeste dos EUA) está também povoando os sonhos dos políticos.

Músico
Nascido num lugar pobre do sul da Bolívia há 42 anos, Evo Morales teve de se mudar para a região central do país em 1982 por causa de uma seca. Descendente tanto de quêchuas quanto de aymarás - as duas etnias compõem mais de metade da população boliviana -, foi aí, em Chapare, que ele passou a se envolver com os movimentos pelos direitos indígenas e a lutar contra a erradicação das tradicionais plantações de coca.

Para sobreviver, tocava flauta num conjunto de música folclórica, que lhe garantia comida.

O líder cocaleiro não completou o ensino médio. Sua formação marxista se deu dentro da militância no movimento indígena.

Ele foi eleito deputado em 1997, recebendo 70% dos votos no Chapare, região de plantio de coca.

Naquele mesmo ano, o MAS (Movimento ao Socialismo) venceu as eleições em 7 dos 9 municípios do Chapare. Dois anos depois de assumir sua cadeira, Morales foi cassado por quebra de decoro parlamentar. A acusação foi que teria incentivado a violência em conflitos de camponeses com a polícia. Três soldados acabaram mortos nos choques.
 

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