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Colômbia quer ir ao Afeganistão para garantir respaldo da Otan, diz analista
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MARIANA CAMPOS
da Folha Online
O presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, estuda enviar uma delegação ao Afeganistão para buscar respaldo da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) na contenção de eventuais "apetites expansionistas" por parte do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, e de seus seguidores na América Latina.
A opinião foi dada pelo analista político Vicente Torrijos, professor titular de Ciência Política e Relações Internacionais da Universidade de Rosário (Bogotá), à Folha Online, em entrevista por e-mail.
Torrijos diz que a medida também pretende "aumentar a influência da Colômbia" no âmbito global e "perseguir o terrorismo além de suas fronteiras".
Na semana passada, o Ministério da Defesa colombiano confirmou o envio de uma delegação de oficiais ao Afeganistão para avaliar as possibilidades de cooperação no país.
Segundo um comunicado divulgado no site do ministério, a delegação colombiana analisará, "de acordo com a experiência colombiana, a melhor maneira de colaborar no Afeganistão e as áreas nas quais a Colômbia poderia oferecer seu conhecimento, em atividades relacionadas a engenharia militar, trabalhos humanitários de retirada de minas explosivas, operações especiais e luta contra o narcotráfico."
Arte Folha Online |
De acordo com o texto, a Colômbia está em contato com a Otan e com os governos da Espanha, Estados Unidos e Reino Unido para realizar o trabalho de maneira coordenada. O texto ressaltava ainda que "a decisão de participar no Afeganistão ainda não foi tomada pelo governo colombiano", já que a proposta se encontra apenas em fase de análise.
De acordo com o jornal espanhol "El País", a participação do contingente colombiano na Isaf (Força Internacional de Assistência e Segurança) poderia acontecer já em 2009, como um reforço do contingente espanhol mobilizado em Qala-i-Naw, localidade da Província relativamente calma de Badghis (noroeste).
Se a ajuda se concretizar, a Colômbia se tornaria o primeiro país latino-americano a integrar a Isaf, que conta atualmente com cerca de 800 militares espanhóis. No último mês de junho, a força internacional contava com um total de 52,7 mil membros. Ela luta junto ao Exército dos EUA contra as milícias talebans, que não abandonaram as armas após serem expulsas do poder, em 2001.
Leia a entrevista concedida por Torrijos à Folha Online:
Folha Online - O que significa a possibilidade de envio de apoio colombiano ao Afeganistão?
Vicente Torrijos - Significa que, apesar do grave conflito do qual padece, a Colômbia dá um salto para fora para contribuir na luta global contra o terrorismo. Lá, no Afeganistão, a Colômbia fará uma contribuição à Otan com a idéia estratégica de ser aceita como sócia da organização e assim conter qualquer aventura intervencionista que pensem em realizar os presidentes [da Venezuela, Hugo] Chávez, [do Equador, Rafael] Correa ou [da Nicarágua, Daniel] Ortega.
Folha Online - O senhor acredita que os colombianos apoiariam a decisão do governo?
Torrijos - Há 30 anos que não se toma uma decisão semelhante na Colômbia, sendo assim algo surpreendente. Mas, em geral, os colombianos apoiam com entusiasmo as iniciativas do presidente Uribe em matéria de segurança e de defesa.
Folha Online - Para o presidente Álvaro Uribe, o que significa a decisão?
Torrijos - Significa três coisas: aumentar a influência da Colômbia no panorama estratégico internacional; garantir o respaldo da Otan para conter, se necessário, os apetites expansionistas de Hugo Chávez e seus seguidores; e por último, perseguir o terrorismo fora das fronteiras, porque não podemos esquecer que as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) trabalham em redes globais e a Colômbia estava até agora encerrada em seu conflito desconhecendo as dimensões internacionais que ele tem.
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