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24/07/2002 - 01h49

Cocaleiro promete parar a Bolívia

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RODRIGO UCHÔA
da Folha de S.Paulo

O líder indígena Evo Morales prometeu bloquear todas as estradas da Bolívia caso não seja eleito no segundo turno da eleição presidencial. No dia 4 de agosto, o Congresso boliviano deve escolher entre Morales, de tendência marxista, e o ex-presidente liberal Gonzalo Sánchez de Lozada.

"Quêchuas, aymarás, tupis, guaranis, marginalizados e esquecidos. Todos exigimos uma oportunidade de dirigir o Estado e de estabelecer medidas econômicas e políticas para melhorar as condições de vida da maioria", disse o líder dos plantadores de coca, que surpreendeu no dia 30 de junho e ficou em segundo lugar no primeiro turno presidencial.

Os líderes empresariais rechaçaram as ameaças de bloqueio e disseram à Folha que o discurso radical do cocaleiro traz intranquilidade ao país. "As atitudes sectárias ameaçam o país", afirmou Oswaldo Barriga, presidente da Câmara dos Exportadores. "Precisamos de tranquilidade", disse Roberto Mustafá, presidente da Câmara das Indústrias.

Morales afirma que mobilizará os sindicatos de camponeses e as entidades indígenas para o bloqueio das estradas e a virtual paralisação do país. "Enfrentaremos as multinacionais, a pobreza e a corrupção", disse o cocaleiro.

Carlos Calvo, presidente da Confederação dos Empresários Privados, disse que é necessário um acordo que salve a Bolívia da radicalização que a ameaça.

Zvonko Matkovic, presidente da Câmara de Indústria e Comércio de Santa Cruz, defende que Sánchez de Lozada "forme logo um novo governo e inicie o processo de transição" como única forma de amainar os ânimos.

Como nenhum candidato alcançou mais de 50% dos votos válidos, o Congresso escolhe o presidente entre os dois mais votados.

Sánchez de Lozada não conseguiu ainda compor uma aliança com o terceiro colocado, Manfred Reyes Villa. O quarto colocado, Jaime Paz Zamora, já disse que anulará seus votos. Num terceiro escrutínio indireto, a maioria simples elegeria o presidente, o que torna Lozada favorito, por controlar a maior bancada.

Analistas dizem, porém, que, mesmo que Sánchez de Lozada seja eleito com facilidade, a oposição parlamentar praticamente inviabilizaria seu governo, o que agravaria ainda mais a grave crise econômica por que passa o país.

Com agências internacionais
 

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