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24/07/2002 - 10h58

Após críticas internacionais, premiê israelense tenta justificar ataque

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da France Presse, em Jerusalém

O primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, tentou se justificar hoje frente à onda de críticas e protestos internacionais gerada pelo ataque israelense contra Gaza na segunda-feira (22).

O bombardeio israelense deixou um saldo de 15 pessoas mortas, entre elas nove crianças e o chefe do braço armado da organização extremista islâmica Hamas, Salah Shehada, que era o alvo do míssil lançado pelo caça F-16.

Reuters - 7.mai.2002
Ariel Sharon, primeiro-ministro de Israel
Sharon, citado pela rádio pública local, disse que se o Exército israelense soubesse que havia civis com Shehada, teria encontrado outro modo de matá-lo.

Segundo o primeiro-ministro de Israel, as informações transmitidas pelo serviço de segurança israelense indicavam que não havia civis com o chefe militar do Hamas.

A TV pública israelense mencionou um avião F-16 israelense que, no último dia 20, decolou para atacar o prédio em Gaza onde estava o chefe militar do Hamas e voltou para a base quando soube da presença de parentes dele no local.

"É inconcebível que o primeiro-ministro, o ministro da Defesa e o chefe do Estado-Maior tenham aprovado a operação sabendo que civis inocentes seriam atingidos", declarou à rádio militar o ministro israelense das Finanças, Silvan Shalom.

O presidente de Israel, Moshe Katzav, reconheceu na rádio militar que houve uma falha durante o ataque: "Os responsáveis políticos devem assumir a responsabilidade por esta falha".

A imprensa israelense acompanhou hoje a polêmica envolvendo o ataque. Responsáveis militares, serviços de inteligência e ministros transferem uns para os outros a responsabilidade pela operação. Os militares afirmam ter obtido autorização das autoridades para liquidar Shehada, enquanto os ministros dizem que não foram advertidos sobre os riscos que a população civil corria.

De acordo com a rádio militar, uma bomba de 1 tonelada lançada por um avião de combate F-16 demoliu na noite de segunda-feira cinco casas em um bairro poupular de Gaza onde viviam dezenas de famílias. A bomba matou Shehada, sua mulher, sua filha de dez anos e outras oito crianças, além de ferir mais de 150 pessoas.

O ataque foi condenado em todo o mundo, em particular pelos Estados Unidos, principal aliado de Israel. O presidente norte-americano, George W. Bush, acusou indiretamente o primeiro-ministro israelense de criar obstáculos aos seus esforços para reativar a paz no Oriente Médio. Foi a primeira vez em meses que Bush interveio publicamente para criticar severamente uma operação militar israelense.

O porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Richard Boucher, negou-se a dizer se o ataque, realizado por um caça-bombardeiro F-16 israelense de fabricação norte-americana, violava as restrições impostas por Washington sobre utilização de material de defesa de origem norte-americana.

Diversas personalidades palestinas que assinaram recentemente um chamado para pôr fim aos atentados suicidas contra civis israelenses pediram aos "partidários da paz em Israel" que condenem as operações israelenses.

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