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27/07/2002
-
04h22
ROGERIO WASSERMANN
da Folha de S.Paulo
As declarações da embaixadora norte-americana em Bogotá, sugerindo que a Colômbia aumente o efetivo de suas Forças Armadas, indica uma maior influência dos EUA nos problemas militares internos do país, na avaliação do general da reserva Alvaro Valencia Tovar, ex-comandante-geral das Forças Armadas colombianas.
Segundo ele, o governo colombiano já afirmou, e os EUA têm consciência, de que é impossível aumentar o efetivo das Forças Armadas com o atual Orçamento que o país dispõe. "Não adianta ter novos soldados, se eles [os EUA] não aumentarem sua ajuda, com novos equipamentos", diz.
Para o general, um provável aumento da ajuda dos EUA à Colômbia também foi indicado pela aprovação, nesta semana, de uma autorização pelo Congresso americano para que a ajuda dada ao Plano Colômbia de combate ao narcotráfico possa ser usada também para o combate aos grupos armados ilegais. Leia a seguir trechos da entrevista que o general concedeu ontem à Folha, por telefone, de Bogotá:
Folha - As declarações da embaixadora Anne Patterson pedindo o aumento das Forças Armadas indicam uma participação maior dos EUA nos problemas internos do país ou é apenas pressão?
Alvaro Valencia Tovar - É a combinação das duas coisas. Os EUA pressionam a Colômbia a combater o narcotráfico e a guerrilha porque já se convenceram que os dois são a mesma coisa e que ambos usam o terrorismo como meio, tanto que o Congresso autorizou, nesta semana, o uso dos recursos do Plano Colômbia para combater também a guerrilha.
Mas os EUA sabem também que os recursos são limitados. Não adianta ter novos soldados, se eles [os EUA] não aumentarem sua ajuda, com novos equipamentos. Não adianta um efetivo maior sem os meios necessários para lutar. A conformação atual das Forças Armadas é o máximo permitido pelas possibilidades atuais de Orçamento.
Folha - O presidente eleito, Alvaro Uribe, propôs a criação de um novo imposto e a emissão de bônus para financiar os gastos militares. Isso não seria suficiente para permitir o aumento do efetivo militar?
Valencia - Novos impostos não são suficientes. Com a atual situação de crise econômica enfrentada pela Colômbia, com um alto déficit fiscal e desemprego crescente, não se pode empregar mais recursos com gastos militares, porque isso só aumentaria a recessão. É preciso uma ajuda externa também. Senão, chegaríamos a um ponto em que todo o Orçamento estaria comprometido com gastos militares.
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EUA pedem efetivo militar maior à Colômbia
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da Folha de S.Paulo
As declarações da embaixadora norte-americana em Bogotá, sugerindo que a Colômbia aumente o efetivo de suas Forças Armadas, indica uma maior influência dos EUA nos problemas militares internos do país, na avaliação do general da reserva Alvaro Valencia Tovar, ex-comandante-geral das Forças Armadas colombianas.
Segundo ele, o governo colombiano já afirmou, e os EUA têm consciência, de que é impossível aumentar o efetivo das Forças Armadas com o atual Orçamento que o país dispõe. "Não adianta ter novos soldados, se eles [os EUA] não aumentarem sua ajuda, com novos equipamentos", diz.
Para o general, um provável aumento da ajuda dos EUA à Colômbia também foi indicado pela aprovação, nesta semana, de uma autorização pelo Congresso americano para que a ajuda dada ao Plano Colômbia de combate ao narcotráfico possa ser usada também para o combate aos grupos armados ilegais. Leia a seguir trechos da entrevista que o general concedeu ontem à Folha, por telefone, de Bogotá:
Folha - As declarações da embaixadora Anne Patterson pedindo o aumento das Forças Armadas indicam uma participação maior dos EUA nos problemas internos do país ou é apenas pressão?
Alvaro Valencia Tovar - É a combinação das duas coisas. Os EUA pressionam a Colômbia a combater o narcotráfico e a guerrilha porque já se convenceram que os dois são a mesma coisa e que ambos usam o terrorismo como meio, tanto que o Congresso autorizou, nesta semana, o uso dos recursos do Plano Colômbia para combater também a guerrilha.
Mas os EUA sabem também que os recursos são limitados. Não adianta ter novos soldados, se eles [os EUA] não aumentarem sua ajuda, com novos equipamentos. Não adianta um efetivo maior sem os meios necessários para lutar. A conformação atual das Forças Armadas é o máximo permitido pelas possibilidades atuais de Orçamento.
Folha - O presidente eleito, Alvaro Uribe, propôs a criação de um novo imposto e a emissão de bônus para financiar os gastos militares. Isso não seria suficiente para permitir o aumento do efetivo militar?
Valencia - Novos impostos não são suficientes. Com a atual situação de crise econômica enfrentada pela Colômbia, com um alto déficit fiscal e desemprego crescente, não se pode empregar mais recursos com gastos militares, porque isso só aumentaria a recessão. É preciso uma ajuda externa também. Senão, chegaríamos a um ponto em que todo o Orçamento estaria comprometido com gastos militares.
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