Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
02/08/2002 - 13h37

Em plena crise financeira, Bush decide sair de férias por um mês

Publicidade

da France Presse, em Washington

O presidente norte-americano, George W. Bush, já fez as malas e vai sair de férias por um mês, ignorando as críticas da oposição democrata por deixar a Casa Branca em plena crise financeira e internacional. A ausência prolongada de Washington também tem sido tema de piadas nos programas de humor da televisão dos EUA.

Bush inicia hoje suas férias com um longo final de semana jogando golfe e pescando às margens do Atlântico, na propriedade de seus pais em Kennebunkport (Maine, nordeste).

Depois de um breve retorno a Washington para um exame médico, na terça-feira (6) Bush trocará a intensa umidade da capital federal pelo sol quente de sua fazenda de Crawford, no Texas (oeste dos EUA).

Preocupado com essa possível imagem de um presidente em tempo parcial, quando a guerra contra o terrorismo continua e a bolsa americana tem dificuldades para sair da crise, seus conselheiros destacam que Bush levará muitos deveres de casa para fazer nas férias em seu rancho e que realizará freqüentes viagens oficiais antes de regressar a Washington, no início de setembro.

"Queria que fosse verdadeiramente um mês de férias, já que trabalho para ele", afirmou seu porta-voz, Ari Fleischer, que assegurou que Bush realizará um "enorme trabalho" durante sua estada em seu rancho de 650 hectares, que começou a ser chamado de "Casa Branca do oeste".

"Bush irá a várias cidades, ao foro econômico que presidirá e, se forem levadas em conta as visitas de dirigentes estrangeiros (receberá o presidente mexicano, Vicente Fox, no final de agosto, em seu rancho), provavelmente só terá duas semanas de férias, como quase todo mundo", acrescentou Fleischer. Ele se refere ao fato de muitas empresas norte-americanas só darem duas semanas por ano de férias a seus funcionários.

"Mau sinal"
O presidente da Associação Nacional de Governadores Democratas, Parris Glendening (Maryland), ironizou a duração das férias de Bush, afirmando que era "claramente um mau sinal para os norte-americanos".

"Em tempos de crise financeira e internacional, o país tem a necessidade de um presidente que se ponha no comando e que inspire confiança", afirmou.

Fleischer rejeitou estas críticas e disse que revelavam as "esteiras (habituais) de Washington"

Mas isso não bastou para calar os humoristas da televisão, como o apresentador David Letterman, que citou dez boas razões para o presidente tirar férias, entre elas o fato de "não ter podido pescar há quinze dias"

Mesmo que desfrutando da natureza em seu rancho, dos esportes e estar sempre disposto a receber os amigos, para Bush não faltaram este ano, no entanto, as preocupações políticas.

A recuperação econômica continua sendo frágil e o afundamento da bolsa depois dos recentes escândalos financeiros em várias empresas fez ruir os planos de poupança e aposentadoria de milhões de americanos. O impressionante grau de confiança de que gozava o presidente depois dos atentados de 11 de setembro também começou a ruir.

Segundo uma pesquisa Gallup/"USA Today" publicado esta semana, 66% das pessoas entrevistadas continuavam aprovando a gestão Bush, quando, no início de maio, representavam 75%.

A apenas cinco meses das próximas eleições legislativas, cujos resultados serão decisivos para as possibilidades de reeleição de Bush, essa queda de popularidade convenceu o presidente a salpicar suas férias com compromissos de campanha.

Leia mais

  • Em plena crise financeira, Bush decide sair de férias por um mês

  • Senado dos EUA dá US$ 355 bilhões ao Pentágono

  • Congresso dos EUA concede a Bush o "fast track"


  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página