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07/08/2002 - 05h14

NY define cerimônia de 11 de setembro e revela golpe de US$ 15 mi

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SÉRGIO DÁVILA
da Folha de S.Paulo, em Nova York

Serão 102 minutos, o mesmo tempo que levou para que as duas torres desabassem. A Prefeitura de Nova York divulgou ontem a programação oficial da manhã do dia 11 de setembro, quando se completa um ano do ataque que derrubou o World Trade Center.

O tempo será gasto numa cerimônia no local onde ficavam as Torres Gêmeas. Mais tarde, uma chama será acesa no sul de Manhattan e vigílias noturnas à luz de vela dominarão as cinco regiões administrativas que formam a cidade. "Serão eventos simples, mas marcantes", disse o prefeito Michael Bloomberg.

O dia começará com uma procissão de tocadores de gaita de foles de todas as forças uniformizadas da cidade, que sairão dos cinco grandes bairros e se encontrarão no local do ataque, o chamado ponto zero. Ali, junto de familiares das vítimas e autoridades, será feito um minuto de silêncio às 8h36 (9h36 em Brasília), momento em que o primeiro avião atingiu a primeira torre.

Depois, o governador de Nova York, George Pataki, lerá o Discurso de Gettysburg (pronunciado em 1863 por Abraham Lincoln no local onde essa batalha havia sido travada, durante a Guerra Civil) e o governador de Nova Jersey, James McGreevey, declamará a Declaração da Independência.

No meio das duas leituras, o ex-prefeito Rudolph Giuliani e parentes das vítimas recitarão o nome de todos os 2.823 mortos naquele dia em Nova York. Juntos, descerão uma rampa que levará ao fundo do ponto zero, hoje um buraco gigantesco seis andares abaixo do nível do solo.

"Será muito importante para os familiares descerem ao fundo do lugar e poderem tocar e sentir aquela área, para muitos uma mistura de cemitério com solo sagrado", disse Christine Ferer, assessora da prefeitura responsável pela comunicação com os parentes das vítimas.

A cerimônia matinal terminará às 10h29, quando todos os sinos das igrejas da cidade serão soados ao mesmo tempo, conforme pediu Bloomberg. No pôr-do-sol, o presidente George W. Bush acenderá uma chama eterna em homenagem às vítimas no Battery Park. À noite, vigílias de 90 minutos à luz de vela, programadas para acontecer em parques e espaços públicos, antecederão diversos shows de música e leituras de peça. Estão previstas também cerimônias organizadas por empresas privadas atingidas, como a corretora Cantor Fitzgerald.

A prefeitura optou por não decretar feriado municipal. "Vamos continuar cumprindo nossas obrigações com nossas famílias e a cidade", disse Bloomberg. "Mas não será um dia normal para Nova York." O custo dos eventos oficiais será de US$ 9 milhões, que virão de doações.

Golpe
Ontem ainda a Promotoria Pública de Nova York divulgou a descoberta do que é o maior golpe relacionado ao ataque até agora. Segundo as autoridades, cerca de 4.000 pessoas usaram caixas eletrônicos para desviar US$ 15 milhões de um fundo de crédito municipal cujo sistema de segurança do computador ficou danificado após 11 de setembro.

De acordo com o procurador Robert Morgenthau, 66 pessoas foram presas, outras 35 estão sendo procuradas e milhares passam por investigação. Os suspeitos teriam encontrado uma maneira de retirar repetidamente US$ 500 por dia dos caixas, mesmo que suas contas da cooperativa não tivessem mais crédito.

Ontem também o presidente do Sindicato dos Bombeiros de Nova York declarou que pelo menos cem soldados poderiam ter sido salvos da morte, se a prefeitura tivesse usado rádios mais modernos. "Os mesmos rádios falharam no atentando de 1993", disse Stephen Cassidy. "Oito anos depois, custaram a vida de uma centena de pessoas."

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