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Leite adulterado mata duas crianças e deixa 1.200 doentes na China
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da Folha Online
da Reuters
Duas crianças morreram e outras 1.200 estão doentes devido ao consumo de leite em pó adulterado na China. O governo afirmou nesta terça-feira que 20% das empresas testadas após o início do escândalo produziram leite com melamina em sua fórmula.
A substância é um composto cristalino utilizado na fabricação de resinas sintéticas. No caso, a melamina é usada para disfarçar leite diluído.
arte/arte |
Autoridades ordenaram na semana passada uma investigação de todos os leites em pó do país após ser constatado que dezenas de crianças haviam desenvolvido pedras nos rins depois de tomar uma fórmula contaminada produzida pelo grupo Sanlu.
Duas crianças morreram desde então e mais de 1.200 foram diagnosticadas com doenças nos rins, em um escândalo crescente que deve aumentar, segundo autoridades.
A chefe da companhia, estatal, foi removida.
Os resultados da investigação realizada pelo governo anunciados nesta terça mostram que o grupo Sanlu, que tem sido o foco da ira pública no escândalo, é apenas uma em meio a várias outras companhias que apresentam leite em pó adulterado.
Olimpíada
De 109 laticínios testados, 22 produzem leite com melamina, incluindo o patrocinador da Olimpíada de Pequim, Yili, e outras marcas grandes.
A estatal Sanlu --da qual 43% é de propriedade da Fonterra, neozelandesa gigante do laticínio-- lidera a lista. Todos os centros verificados apresentaram leite adulterado, com o mais alto nível de concentração de melamina entre as mostras analisadas, segundo o governo chinês.
O documento com os resultados da investigação diz ainda que o leite fornecido durante a Olimpíada e a Paraolimpíada de Pequim não era adulterado, assim como o exportado.
A melamina é rica em nitrogênio e pode ser usada para disfarçar leite diluído. É o mesmo aditivo que causou mortes de animais de estimação nos EUA no ano passado em razão de rações contaminadas.
O Comitê Municipal do Partido Comunista em Shijiazhuang, capital da Província de Hebei e sede da Sanlu, removeu a presidente da companhia, Tian Wenhua, enquanto centenas de parentes faziam fila do lado de fora dos escritórios da empresa nesta terça.
Na semana passada, a Sanlu interrompeu a produção após investigadores anunciarem terem encontrado o problema, mas a companhia tem recebido reclamações desde março.
Prisões
As autoridade chinesas agiram na semana passada apenas após o governo da Nova Zelândia entrar em contato com Pequim, afirmou a premiê neozelandesa, Helen Clark, na segunda.
O Ministério da Saúde da China pediu pelo tratamento gratuito dos bebês doentes em razão do leite em pó contaminado e alertou que o número de afetados pode aumentar muito, segundo a agência estatal Xinhua.
A polícia de Hebei prendeu dois homens nesta terça, por venderem leite adulterado à Sanlu, elevando para quatro o número de presos no caso. Um dos detidos comandava uma fazenda que produzia três toneladas de leite por dia.
Analistas da indústria de laticínios afirmam que essa atividade cresceu muito rápido no país, em velocidade maior do que a administração de qualidade do país podia acompanhar.
A China tem sido alvo de escândalos sobre produtos tóxicos e inseguros nos últimos anos. Em 2004, ao menos 13 bebês morreram após tomar leite em pó falso sem propriedades nutricionais.
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