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23/08/2002 - 03h10

Enchentes reaproximam Leste e Oeste na Alemanha

PHILIPPE RICARD
do "Le Monde", em Dresden

Podem as inundações mudar a cara da unidade alemã? Para Lübbo Roewer, representante da Cruz Vermelha em Berlim, sim: "Essa catástrofe natural vai, sem dúvida, contribuir para a reaproximação entre o Leste e o Oeste".

Os novos "Länder", ou Estados, que faziam parte da ex-Alemanha Oriental e frequentemente se sentem os primos pobres da nova Alemanha, são objeto de uma mobilização sem precedentes.

"O fosso psicológico entre as duas partes da Alemanha ainda é muito grande, 12 após a unificação", diz Matthias Schüth, da organização de caridade Caritas. "Mas é precisamente esse tipo de emoção comum que pode facilitar uma melhor compreensão, amplificar o desejo de viver juntos. Não esqueça de que as enchentes começaram na Baviera, prolongaram-se para o Leste e podem voltar a ser um problema no Oeste. É a primeira verdadeira catástrofe da Alemanha unificada."

As regiões do Leste receberam muito rapidamente apoio técnico de toda a Alemanha. A polícia de Hamburgo desceu a Dresden com embarcações de resgate. Bombeiros das regiões ocidentais vieram em massa para dar uma mão a seus colegas do Leste. Milhares de pessoas foram mobilizadas para carregar sacos de areia ou limpar as ruas depois de águas baixarem.

"Nossa presença é normal, dada a dimensão dos sinistros: centenas de milhares de famílias foram atingidas", disse um bombeiro voluntário de Munique em Dresden. Detalhe revelador: os 8.000 voluntários enviados aos novos "Länder" pela Cruz Vermelha vêm quase todos das regiões ocidentais. "Muitos nunca tinham estado do outro lado da antiga Cortina de Ferro", diz Roewer.

Essa presença certamente não passa despercebida. "As populações são muito sensíveis a essas demonstrações de solidariedade", afirma um membro do governo da Saxônia. "A mobilização demonstrou que a sociedade civil reage de forma muito presente, em particular no Oeste, e isso é muito encorajador."
 

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