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26/08/2002 - 08h37

Investigação conclui que helicóptero russo foi derrubado por míssil

da France Presse, em Moscou

O helicóptero russo MI-26 que caiu na Tchetchênia na segunda-feira passada (19), causando a morte de 117 pessoas, foi abatido por um míssil, concluiu a comissão de investigação oficial russa, segundo uma fonte militar citada hoje pela agência de notícias "Itar-Tass".

Os investigadores encontraram um lança-mísseis Strela, utilizado pelos rebeldes tchetchenos para derrubar o helicóptero MI-26, no segundo piso de um prédio de cinco andares em ruínas, próximo do local onde o helicóptero caiu, disse a agência de notícias "Interfax", citando uma fonte militar. Também foram encontradas testemunhas oculares do disparo, segundo a fonte.

As testemunhas também declararam ter visto uma coluna de fumaça, característica do míssil Strela. Essas informações foram apresentadas na terça-feira passada pelo procurador-geral Vladimir Ustinov e outros membros da comissão de investigação.

O MI-26 estava transportando tropas de Mozdok, na república russa de Osetia do Norte até Jankala, quando foi alcançado por um míssil dos rebeldes tchetchenos.

Um soldado russo ferido na queda do helicóptero também morreu, subindo para 117 o número de mortos no ataque, disse hoje uma fonte russa citada pela agência de notícias "Interfax".

O soldado morreu no hospital de Rostov, para onde foram levados os sobreviventes do helicóptero MI-26.

Considerado um dos maiores e mais poderosos helicópteros do mundo, o MI-26 voou pela primeira vez em 1977 e atua nas áreas militar e comercial. A aeronave tem 33,7 metros de comprimento e capacidade para 70 passageiros além da carga. O peso máximo para decolagem é de 56 mil quilos.

O Exército russo entrou na Tchetchênia no final de setembro de 1999, alegando combater grupos terroristas islâmicos. Após quase dois anos de combates, Moscou domina a maior parte da região, incluindo a capital, Grosni, e as principais cidades.

A Tchetchênia, de maioria muçulmana, é formalmente uma república russa, mas havia conquistado autonomia após o conflito travado com Moscou entre 1994 e 1996. A região foi anexada pela Rússia no século 18, ainda na época dos czares.

Organizações internacionais criticam, desde o início da ofensiva russa, o desrespeito aos direitos humanos. Civis e rebeldes tchetchenos teriam sido barbaramente torturados e mortos por soldados russos.

O presidente russo, Vladimir Putin, se tornou a figura mais popular na política do país graças à sua ação na ofensiva na Tchetchênia e ganhou a eleição presidencial ocorrida em março de 2000.

Conflito
Em dezembro de 1994 a Rússia desencadeou a guerra contra a República independentista da Tchechênia. O conflito durou 21 meses, deixou milhares de mortos e terminou com a retirada dos russos. A Tchetchênia, que faz parte do território russo, passou a gozar de ampla autonomia.

Em setembro de 1999, Putin ordenou nova ofensiva militar contra a Tchechênia, considerada uma república rebelde, alegando que a Província abrigaria rebeldes islâmicos que pretendiam estabelecer uma República fundamentalista no Daguestão, região vizinha à Tchechênia. Segundo o governo da Rússia, os rebeldes seriam os responsáveis pelos atentados terroristas que deixaram quase 300 mortos em 1999.

No mês passado, cerca de 14 rebeldes tchetchenos e dois soldados russos morreram em dois dias de confrontos. Dez rebeldes foram mortos durante tiroteios com o Exército russo, e dois soldados russos morreram na explosão de uma mina na região de Chali (sudeste).

O último balanço oficial russo é de 4.249 mortos desde julho de 1999, data em que começou a intervenção das forças federais no Cáucaso do Norte.

Com agências internacionais

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