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01/09/2002 - 22h37

Chega a 13 o número de palestinos mortos no fim de semana

da Folha de S.Paulo

Tropas israelenses mataram 13 palestinos neste fim de semana, entre eles duas crianças, que morreram em um ataque de helicóptero. A violência parece encerrar as perspectivas de negociações imediatas de paz entre israelenses e palestinos, depois de quase dois anos de confrontos sangrentos (a Intifada, o levante palestino contra a ocupação israelense, começou em setembro de 2000).

Neste domingo, soldados israelenses mataram quatro palestinos na cidade de Hebron (Cisjordânia), numa operação que os palestinos qualificaram de "morte de trabalhadores inocentes".

Um porta-voz do Exército israelense declarou que os soldados abriram fogo contra homens próximos a um assentamento judaico, em atitude suspeita.

Em outra região da Cisjordânia, soldados israelenses invadiram o campo de refugiados de Jenin e mataram Abde Karim Sadi, 16, com um tiro pelas costas, segundo o grupo extremista Jihad Islâmico.

No sábado, na cidade de Tubas (Cisjordânia), helicópteros israelenses dispararam mísseis contra o carro de um membro do grupo armado Brigadas dos Mártires de Al Aqsa. No ataque morreram Rafat Daraghmeh, dois adolescentes que estavam no carro e duas crianças que estavam nas proximidades. Outras sete pessoas ficaram feridas.

O presidente da Autoridade Nacional Palestina, Iasser Arafat, criticou Israel pelas recentes mortes e acusou o governo de inviabilizar deliberadamente as frágeis tentativas de um cessar-fogo.

Arafat disse que "o que ocorreu não foi um massacre, mas vários massacres, motivados pelas autoridades políticas e militares de Israel que querem encerrar o processo de paz".

O presidente de Israel, Moshe Katzav, antigo membro do partido de direita Likud (do primeiro-ministro Ariel Sharon) que agora ocupa um cargo cerimonial, disse durante uma visita a uma escola israelense que o Exército deve rever suas táticas.

"É preciso averiguar se houve precipitação. Se o Exército chegar à conclusão de que houve, decidiremos o que fazer _mas seria precipitado tirar conclusões neste momento", disse ele.

Sharon deixou claro que a sua prioridade máxima é evitar possíveis ataques palestinos.

"Estamos empenhados na paz. Mas é necessário entender uma coisa: para ter paz você precisa saber como defender a paz, conservar a paz, evitar ataques", declarou o premiê.

Hizbollah
Um soldado israelense morreu ontem em consequência dos ferimentos de um ataque feito pela guerrilha libanesa Hizbollah contra posições militares de Shebaa, região reivindicada pelo Líbano.

Um porta-voz do Exército israelense disse que Ofir Meshal, 20, proveniente do assentamento de Maaleh Adumim, morreu em um hospital de Israel depois de ter sido gravemente ferido.

Palestinos criticam EUA
Vários dirigentes palestinos criticaram ontem o que vêem como o silêncio da comunidade internacional, sobretudo dos EUA, a respeito dos ataques de Israel na Cisjordânia, classificando-os de "terrorismo de Estado".

"Pedimos que a comunidade internacional faça frente a este derramamento de sangue, ao terrorismo de Estado. Nem o governo norte-americano nem qualquer outro Estado denunciou a morte de crianças palestinas", disse o negociador palestino Saeb Erakat.

Nabil Abu Rudeina, conselheiro de Iasser Arafat, disse que os dirigentes palestinos pretendem pedir uma reunião de urgência do Conselho de Segurança da ONU.

"Esta escalada tem o objetivo de aterrorizar o povo palestino e forçá-lo a uma rendição. É terrorismo de Estado", acusou Erakat. "O presidente dos EUA disse que lutaria contra o terrorismo, mas Washington deve saber que está dando o seu aval ao pior ato de terrorismo no mundo."

Ao menos 1.530 palestinos e 589 israelenses já morreram na Intifada (levante palestino contra a ocupação israelense), iniciada em setembro de 2000.

Com agências internacionais

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