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06/09/2002
-
14h00
Os programas de TV, livros, revistas e jornais não falam em outra coisa: o primeiro aniversário dos atentados de 11 de setembro vai ser lembrado nos próximos dias, mas alguns norte-americanos já não suportam mais a intensa cobertura da mídia.
Em uma recente pesquisa do jornal "USA Today", 50% das 350 pessoas entrevistadas expressaram seu cansaço em relação ao tema, e quase todas desejaram que as cadeias de televisão acabem com o bombardeio de imagens do dia 11 de setembro.
"Nesse dia, vi as imagens dos aviões se chocando contra as Torres (do World Trade Center de Nova York) dezenas de vezes. Não preciso voltar a vê-las', explica Janet Braunstein, 42, jornalista de Detroit (Michigan, norte dos EUA).
As grandes cadeias de televisão prevêem, no entanto, uma importante cobertura sobre 11 de setembro: 14 horas de programas na NBC, 15 horas na ABC e 13 na CBS.
"Não quero parecer insensível, mas acho que isso diz respeito, antes de tudo, a Nova York e Washington", explica Donna Walters, guia turística de Chicago, Illinois (Norte).
"Isso não me afetou pessoalmente. Não conhecia ninguém entre as vítimas e, francamente, estou mais preocupada com a economia do que com o 11 de setembro e acho que muita gente pensa como eu", acrescenta.
Respostas claras
Sarah Tyler, uma norte-americana que vive na Alemanha, estará de férias na Flórida (sudeste) por ocasião do aniversário dos atentados, mas tenta evitar o "dilúvio" de informações sobre o tema.
"A cobertura da imprensa simplesmente me satura", admite. "As pessoas precisam pensar em outra coisa".
Maurice Regan, 37, trabalhador da construção, manifesta um interesse relativo nos programas sobre a data, apesar de, como nova-iorquino, ter conhecido algumas das vítimas.
"(O ataque) aconteceu perto de minha casa, mas acho que isso diz respeito principalmente às famílias das vítimas", afirma.
Um ano depois dos atentados, muitos norte-americanos queriam que este aniversário fosse mais uma ocasião para refletir do que apenas lembrar.
Sarah Tyler expressa assim sua preocupação quanto à guerra contra o terrorismo lançada pelo presidente norte-americano, George W. Bush, e a crescente brecha que se desenha entre a administração e seus aliados europeus sobre o tema.
"A política que os EUA adotaram no Afeganistão, Paquistão e Arábia Saudita me faz sentir mal, tenho vergonha ao constar que, em reiteradas oportunidades, os direitos humanos foram ignorados ou manifestamente violados", confessou.
"Com que objetivo combatem os Estados Unidos? É hora, neste aniversário, de ter respostas claras", concluiu.
Excesso de imagens sobre 11/9 satura os americanos, diz pesquisa
da France Presse, em Chicago (EUA)Os programas de TV, livros, revistas e jornais não falam em outra coisa: o primeiro aniversário dos atentados de 11 de setembro vai ser lembrado nos próximos dias, mas alguns norte-americanos já não suportam mais a intensa cobertura da mídia.
Em uma recente pesquisa do jornal "USA Today", 50% das 350 pessoas entrevistadas expressaram seu cansaço em relação ao tema, e quase todas desejaram que as cadeias de televisão acabem com o bombardeio de imagens do dia 11 de setembro.
"Nesse dia, vi as imagens dos aviões se chocando contra as Torres (do World Trade Center de Nova York) dezenas de vezes. Não preciso voltar a vê-las', explica Janet Braunstein, 42, jornalista de Detroit (Michigan, norte dos EUA).
As grandes cadeias de televisão prevêem, no entanto, uma importante cobertura sobre 11 de setembro: 14 horas de programas na NBC, 15 horas na ABC e 13 na CBS.
"Não quero parecer insensível, mas acho que isso diz respeito, antes de tudo, a Nova York e Washington", explica Donna Walters, guia turística de Chicago, Illinois (Norte).
"Isso não me afetou pessoalmente. Não conhecia ninguém entre as vítimas e, francamente, estou mais preocupada com a economia do que com o 11 de setembro e acho que muita gente pensa como eu", acrescenta.
Respostas claras
Sarah Tyler, uma norte-americana que vive na Alemanha, estará de férias na Flórida (sudeste) por ocasião do aniversário dos atentados, mas tenta evitar o "dilúvio" de informações sobre o tema.
"A cobertura da imprensa simplesmente me satura", admite. "As pessoas precisam pensar em outra coisa".
Maurice Regan, 37, trabalhador da construção, manifesta um interesse relativo nos programas sobre a data, apesar de, como nova-iorquino, ter conhecido algumas das vítimas.
"(O ataque) aconteceu perto de minha casa, mas acho que isso diz respeito principalmente às famílias das vítimas", afirma.
Um ano depois dos atentados, muitos norte-americanos queriam que este aniversário fosse mais uma ocasião para refletir do que apenas lembrar.
Sarah Tyler expressa assim sua preocupação quanto à guerra contra o terrorismo lançada pelo presidente norte-americano, George W. Bush, e a crescente brecha que se desenha entre a administração e seus aliados europeus sobre o tema.
"A política que os EUA adotaram no Afeganistão, Paquistão e Arábia Saudita me faz sentir mal, tenho vergonha ao constar que, em reiteradas oportunidades, os direitos humanos foram ignorados ou manifestamente violados", confessou.
"Com que objetivo combatem os Estados Unidos? É hora, neste aniversário, de ter respostas claras", concluiu.
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