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08/09/2002 - 11h40

Paramilitares colombianos se reunificam sob comando de Carlos Castaño

da France Presse, em Bogotá

Os paramilitares de ultradireita decidiram reunificar-se nas Autodefesas Unidas da Colômbia (AUC), sob o comando de Carlos Castaño, após uma crise interna que, há dois meses, dissolveu esta organização nacional, informa uma carta aberta divulgada este domingo.

O documento foi assinado por 18 comandantes paramilitares e enviada ao secretário-geral da ONU e à embaixadora dos Estados Unidos em Bogotá, Anne Patterson. Na carta, dirigida ainda ao comissário de paz do governo de Alvaro Uribe, Luis Carlos Restrepo, e ao cardeal Pedro Rubiano, os paramilitares manifestam disposição de participar de uma negociação de paz e assinalam sua determinação de "abolir as práticas de narcotráfico que serviam de fonte de renda" para sua organização. O documento, de 13 pontos e datado de 4 de setembro, foi divulgado hoje na página da organização na internet.

A reunificação das AUC foi acertada em uma reunião de cúpula que, durante cinco dias, reuniu os comandantes nas montanhas de Urabá (Noroeste), e que foi convocada pelo máximo chefe militar, Salvatore Mancuso, depois que vários deles pediram o reagrupamento dos 10 mil paramilitares nas AUC, sob o comando de Castaño.

Carlos Castaño renunciou no último dia 12 de julho ao comando político das AUC, alegando um rechaço à penetração do narcotráfico na organização e ao seqüestro do empresário venezuelano Richard Boulton, libertado no dia 15 do mesmo mês, após dois anos em poder de um grupo paramilitar que não consultou os comandos. À demissão seguiu um anúncio das AUC de dissolução do grupo em nível nacional.

De acordo com a carta, as AUC reúnem agora todas as facções paramilitares que atuam no país, à exceção do chamado Bloco Central Bolívar e de um grupo que opera em Puerto López e Puerto Gaitán (no departamento central de Meta), que realizou o seqüestro de Boulton.

"As AUC reúnem as diferentes organizações civis anti-subversivas que se defendem da guerrilha na Colômbia, excetuando uma minoria dissidente que optou por manter sua independência e pela qual não assumimos nenhuma responsabilidade", diz o texto.

As AUC, consideradas pelos governos colombiano e americano uma organização terrorista, assim como as guerrilhas colombianas de esquerda, comprometem-se no documento a acatar e respeitar o Direito Humanitário Internacional e a "não recorrer, jamais, ao terrorismo como arma de guerra".
 

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