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Nova tentativa de acordo entre presidente e oposição fracassa na Bolívia
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da Efe, em La Paz
O presidente Evo Morales e seus opositores autonomistas não conseguiram chegar a um acordo neste domingo (5) para superar a crise política da Bolívia, apesar de o governo manter aberto o chamado "diálogo nacional".
Após mais de dez horas de reunião em Cochabamba, os prefeitos (governadores) opositores de Santa Cruz, Beni, Tarija e Chuquisaca não assinaram o documento apresentado por Morales para tornar viável a convocação do referendo constitucional e aprovar os avanços conseguidos nas mesas técnicas do processo de diálogo.
Arte/Folha Online |
Mapa da Bolívia; departamentos em amarelo são governados por líderes da oposição ao governo do presidente Evo Morales |
A proposta do presidente foi rubricada pelos cinco governadores de Oruro, Potosí, La Paz, Cochabamba e Pando, todos governistas e os três últimos interinos.
Embora o governo Morales não tenha dado por encerrada "esta etapa de diálogo", os governadores opositores consideraram culminado este processo, iniciado no dia 18 de setembro após a onda de violência que sacudiu o país.
Segundo explicou o ministro de Desenvolvimento Rural, Carlos Romero, o governo recorrerá agora ao Congresso Nacional, "com o mesmo ânimo de buscar acordos", para que se aprove a lei de convocação do referendo sobre a nova Constituição.
Romero explicou que, apesar da recusa dos governadores em assinar um acordo, o governo mantém sua vontade de recolher "suficientemente" no novo texto constitucional as "observações" dos departamentos (Estados) autonomistas.
Obstáculos
"O governo nacional quer deixar claramente estabelecido perante o povo boliviano que pudemos trabalhar um novo capítulo de organização territorial do Estado incluindo as autonomias departamentais no projeto constitucional", destacou o ministro.
No entanto, o bloco opositor autonomista ressaltou perante os jornalistas que não fechou nenhum tipo de acordo com o governo nem sobre este tema nem sobre o outro ponto de conflito: a repartição das rendas do petróleo.
O porta-voz dos governadores autonomistas, o de Tarija, Mario Cossío, destacou que o acordo nacional não foi possível porque o governo não satisfez suas reivindicações.
Cossío afirmou que a principal divergência se centra na impossibilidade de abrir o debate sobre a nova Constituição em outros aspectos à parte da questão autônoma.
Apesar do fracasso do processo de diálogo, os governadores opositores se mostraram satisfeitos que pelo menos esta etapa de negociação tenha servido para pacificar o país.
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