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19/09/2002 - 14h33

Stoiber endurece discurso e diz que EUA devem agir sozinhos

LIGIA BRASLAUSKAS
da Folha Online, em Berlim

O candidato conservador a primeiro-ministro da Alemanha, Edmund Stoiber, 60, da União Democrata Cristã (CDU), disse hoje que os Estados Unidos devem resolver seus problemas com Saddam Hussein sem contar com a ajuda de outros países.

"Essa luta tem de ser contra as armas de destruição, não pela queda de um ditador. Os Estados Unidos são, sem dúvida, um importante país da ONU (Organização das Nações Unidas), mas o monopólio das negociações não pertencem aos americanos, e, sim, a diferentes países do mundo", disse. Stoiber afirmou que a Alemanha não enviará soldados alemães para participar de uma intervenção militar contra o território iraquiano.

O atual chanceler da Alemanha e candidato a reeleição, Gerhard Schröder, 58, também é contrário a uma intervenção alemã em um possível ataque dos EUA contra o território iraquiano.

Os Estados Unidos se dizem dispostos a usar qualquer meio para derrubar o presidente iraquiano, Saddam Hussein, a quem acusam de desenvolver armas de destruição em massa.

Na União Européia, só o Reino Unido demonstra apoio aos Estados Unidos nessa questão. Ontem, Schröder se mostrou disposto a oferecer alguns especialistas alemães para participar da inspeção de armas que será feita pela ONU no Iraque, mas ainda não há nada definido nesse sentido. O chanceler afirmou que primeiro conversará com o secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan.

A questão dos EUA-Iraque se transformou em um dos principais temas da campanha eleitoral na Alemanha. De acordo com as pesquisas de opinião, a insistente recusa de Schröder em participar de um ataque militar contra o Iraque, além de sua atitude rápida contra a catástrofe das enchentes que atingiram o país em agosto, fez com que o chanceler ficasse mais perto da reeleição.

Ontem, o instituto de pesquisa alemão Forsa divulgou pesquisa que aponta vantagem de dois pontos percentuais para o partido do chanceler,o SPD, que aparece com 40% das intenções de votos, contra 38% da CDU.

Na opinião de Martin Süskind, chefe de assuntos políticos do jornal alemão Süddeutsche Zeitung, os temas paz e guerra continuam sendo os mais importantes das eleições alemãs. Em entrevista coletiva, Süskind ressaltou a importância da posição dos candidatos nesse assunto. "Se o presidente Bush atacar o Iraque, isso pode ter uma influência decisiva nas eleições do país. Esse tema é quase um trauma do passado em relação aos EUA. As pessoas reagem com muita emoção quando questionadas sobre esse assunto", disse.

Na Alemanha, mais de 60% dos eleitores são contrários à participação do país em um ataque contra o Iraque.

Nas eleições alemãs, o chanceler não é eleito diretamente pela população, mas pelos 598 deputados que compõem o Parlamento. Por isso é importante que os candidatos a chanceler consigam eleger o maior número de deputados dos partidos que o apoiam ou que farão algum tipo de coalizão com o partido ao qual pertencem.

Cada eleitor alemão tem direito a dois votos: um para o candidato que escolher e outro para um partido. Assim, metade dos 598 deputados é eleita de forma direta, enquanto a outra metade se elege pelos seus respectivos partidos -de acordo com a votação. As eleições acontecem no domingo, 22, em 299 distritos do país, que terão suas urnas abertas das 8h às 18h (das 3h às 13h, no horário de Brasília).

A jornalista Ligia Braslauskas viaja a convite do governo da Alemanha

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